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Após caso de médica com doença rara, cadastro de medula dispara no ES

Após caso de médica com doença rara, cadastro de medula dispara no ES

Aumento foi registrado desde o dia 7 de outubro, dia em que A Gazeta publicou a história da médica Ana Carolina Cavalieri Milanez, diagnosticada com anemia aplástica

Publicado em 15 de outubro de 2019 às 20:31

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Ana Carolina Milanez pede ajuda para encontrar um doador de medula óssea. (Reprodução/Facebook)

O cadastro de medula óssea no Espírito Santo aumentou em seis vezes após a reportagem de A Gazeta divulgar a história da médica Ana Carolina Cavalieri Milanez, diagnosticada este ano com uma doença rara, a anemia aplástica. De acordo com o Centro de Hemoterapia e Hematologia do Espírito Santo (Hemoes), em apenas oito dias, 431 pessoas procuraram o local e se cadastraram no Registro Nacional de Medula Óssea (Redome). Uma média diária de 62 cadastros.

No mês passado, em setembro, apenas 263 pessoas se cadastraram. Uma média diária de 8 registros.  

Conforme informou a diretora administrativa do Hemoes, Rosilene Vieira, toda vez que uma campanha comove a população, como foi a situação da Ana, as pessoas se mobilizam em função do paciente. "É muito importante. Quanto mais gente se cadastrar, maior a chance de alguém que aguarda uma medula saudável. Ficamos muito felizes com esse número expressivo neste mês", contou.

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A abordagem às pessoas compatíveis é feita pelo Hemoes — para que ela compareça e realize uma nova amostra para confirmar se aquele exame é compatível 100% com o paciente. Desses novos cadastros, ainda não conseguimos afirmar se houve alguma compatibilidade. Não é instantâneo

Rosilene Vieira
Diretora administrativa
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A responsável pelo setor de medula óssea do Hemoes, Maria Cristina França, frisa que dar o primeiro passo é o mais importante. " O primeiro passo é ter interesse e mostrar a vontade. Ver a importância de se colocar à disposição. No momento que me cadastro, estou firmando um compromisso. É o passo mais importante: que não vou desistir, não vou ficar com medo", disse.

COMO SE CADASTRAR

A pessoa precisa comparecer ao Hemocentro com um documento oficial com foto, ir até à recepção e dizer: gostaria de me tornar uma possível doadora de medula óssea.

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A partir do momento que você realiza a doação, 15 dias depois pode doar novamente. É uma chance em 100 mil de ser compatível com alguém. Se for compatível, você é agraciado

Rosilene Vieira
Diretora administrativa
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"O cadastro vai ser feito online, vai fornecer dados pessoais, a pessoa será encaminhada a uma sala de coleta e tirar um tubinho de sangue de 5ml. Esse sangue será encaminhado ao laboratório, onde será classificada a característica que será inserida no Redome. É de lá que vai ser buscada essa compatibilidade", explicou Maria.

QUEM PODE DOAR

Para ser um doador de medula óssea é preciso ter idade entre 18 e 54 anos. Ao realizar o cadastramento, é coletado um tubo de sangue (5 ml) para o teste de compatibilidade, conhecido como Histocompatibilidade (HLA).

Após caso de médica com doença rara, cadastro de medula dispara no ES

Não é necessário estar de jejum, como em outros procedimentos médicos. Não há distinção para homossexuais. As contraindicações são por questões de saúde, como: doenças hematológicas, doenças autoimunes, infecciosas ou oncológicas.

MANEIRAS DE EXTRAIR A MEDULA ÓSSEA

1 - Por punção. Nâo corta, não dá ponto. O líquido é retirado do ossinho do quadril, não é na coluna vertebral. É feito no centro cirúrgico. O doador é anestesiado.

2 - Coleta por aférese. O doador vai tomar medicação, que vai estimular a migração dessas células da medula óssea para a corrente sanguínea e ele vai coletar através de um acesso venoso por uma maquina chamada de aférese.

Maria Cristina explica que a escolha de qual tipo será feito é decisão médica. Para cada tipo de doença, segundo ela, a resposta é melhor quando coletada de uma maneira ou de outra.

Hemocentro do Espírito Santo (Hemoes). (Patrícia Scalzer)

"Para coleta da medula e transplante, paciente recebe medula como se fosse bolsa de sangue. A coleta e o transplante são feitos no hospital, na grande maioria, e quando é em outro país, somente a medula é coletada a nível nacional e encaminhada. No ES, ainda não temos hospital público que faça coleta ou transplante", disse.

Ela explica, ainda, que o custo é todo do Ministério da Saúde, que repassa o dinheiro para o Governo do Estado. O doador tem direito a acompanhante, hospedagem, alimentação, a viagem, transporte todo é custeado pelo governo.

3º MAIOR BANCO DE MEDULA ÓSSEA DO MUNDO

Em entrevista à Rádio CBN Vitória (92,5 FM), Maria explicou que o Redome é o 3º maior banco de medula óssea mundial. O primeiro lugar é dos Estados Unidos, o segundo é da Alemanha e o terceiro, do Brasil. "Isso é muito importante porque temos uma condição genética de miscigenação", detalhou.

A responsável pelo setor de medula óssea do Hemoes disse ainda que, todos que se cadastram, estão cadastrados a nível mundial.

"Refletindo sobre a questão, penso que questões de saúde são muito sigilosas, da equipe médica, do hospital... No aspecto do transplante, a gente vai ao mundo, toca o coração da pessoa porque precisamos. É uma via de mão dupla. Hoje me coloco à disposição de ajudar alguém, mas espero que quem seja compatível comigo, esteja cadastrado caso eu precise um dia", finalizou Maria.

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