Ao longo da história, as mulheres protagonizaram movimentos sociais em todo o mundo. Reivindicaram melhores condições de vida, mudanças nas relações de trabalho, o direito ao voto e a liberdade sexual.
Este protagonismo, apesar de muitas vezes ser ignorado na história, foi reconhecido mundialmente em 1975, com a oficialização do dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher.
Beatriz Nader
Professora doutora e pesquisadora de História das Relações de Gênero
"Muitos eventos considerados importantes na economia, na política e na sociedade tiveram origem no trabalho e nas reivindicações das mulheres. E, isso não nos é passado na história. É como se fossemos invisíveis. Por isso, essa celebração (Dia da Mulher) é necessária para lembrarmos aos homens, e a muitas mulheres, a nossa importância, e que estamos vivas e vendo o que ocorre ao nosso redor"
O Dia Internacional da Mulher tem origem na luta das mulheres por direitos durante os séculos XIX e XX. A primeira proposta de uma data em homenagem a elas aconteceu em 1910, pela alemã Clara Zektin. Na época, as reivindicações por melhores condições de trabalho, redução da jornada e salários maiores eram pauta de protestos femininos no mundo.
No ano seguinte, um incêndio em uma fábrica têxtil nos Estados Unidos matou 130 operárias. O episódio, que foi associado às péssimas condições de trabalho do lugar, fortaleceu a luta pela criação da data, que aconteceu em 1975.
REIVINDICAÇÕES
O Dia Internacional da Mulher nos lembra que ainda temos muitas reivindicações a fazer. As mulheres continuam ganhando menos do que os homens, sendo minoria em cargos de poder e não tendo total direito de decidir sobre o próprio corpo. A igualdade de gênero ainda é ilusão.
Beatriz Nader
Professora e pesquisadora de História das Relações de Gênero
"Ainda há um grande desprezo por nossos trabalhos, nossas experiências e nossas profissões. A nossa sociedade ainda acredita que política é coisa para homem, por exemplo. Muitas lutas também se fazem necessárias para as mulheres se manterem no mercado de trabalho. Temos ainda a ideia de que o filho é da mãe e é ela quem tem de se responsabilizar por ele"
PIONEIRAS NO ESPÍRITO SANTO
Na busca pela igualdade de gênero, muitas mulheres se destacaram no Espírito Santo. Algumas delas conquistaram direitos que eram exclusivos aos homens, abrindo caminho para outras mulheres.
Tivemos aqui, uma das pioneiras na luta pelo direito de votar. Em Guaçuí, Emiliana Emery foi a terceira mulher a solicitar um título de eleitor à Justiça brasileira, em 1929.
Onze anos depois, em 1940, a primeira aviadora do ES, Rosa Schorling, desafiava o paraquedismo. Em um ato histórico no Rio de Janeiro, a capixaba se tornava a primeira mulher a pular de paraquedas no Brasil.
Em 1973 era a vez de Talita Moretti fazer história no Estado. Ela se tornou a primeira mulher motorista de ônibus do ES, ao dirigir um veículo da viação Alvorada que fazia a linha Ibes-Vitória.
Já no início da década de 80, elas exerciam a carreira militar pela primeira vez no Estado. Uma turma de 67 mulheres foi aprovada no primeiro concurso que permitiu a entrada de mulheres na Corporação. Sonia Groberio e Ada Carniato faziam parte desta seleção. Em 2010, Sonia, então tenente-coronel Sonia, era nomeada a primeira mulher a assumir o comando de um batalhão no Estado.
Para ressaltar a importância do pioneirismo feminino, A Gazeta vai contar as histórias destas mulheres. Serão quatro reportagens que você vai conferir a partir de hoje, até domingo, quando se celebra o Dia Internacional da Mulher.
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