Após 15 meses no cargo, Roberto Sá não é mais o secretário de Segurança Pública do Espírito Santo. O coronel da PM Alexandre Ofranti Ramalho assume o lugar dele já a partir desta terça (7). Sá estava no governo desde o início da atual gestão do governador Renato Casagrande (PSB). O governo anunciou a mudança nesta segunda (6), sem explicar, até a publicação deste texto, o motivo da troca. A demissão acontece em meio à pandemia de coronavírus e ao alto número de homicídios das últimas semanas.
O anúncio surpreendeu até alguns integrantes do 1º escalão do governo. Políticos ligados à área de segurança pública também afirmaram não esperar esta substituição agora. Nos últimos dias, Sá estava participando normalmente das agendas do Executivo, e inclusive era um dos integrantes da Sala de Situação de Emergência em Saúde Pública, grupo de secretários que está responsável pela tomada de decisões e a gestão da situação do covid-19.
Roberto Sá veio do Rio de Janeiro para o Espírito Santo no final de 2018, para assumir o cargo de secretário de Casagrande. Ele já foi secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, entre o fim de 2016, com a exoneração de José Mariano Beltrame, e fevereiro de 2018, com o início da intervenção federal na segurança pública no Estado. Ele é delegado da Polícia Federal, ex-tenente-coronel da Polícia Militar do Rio de Janeiro e ex-instrutor do Bope.
A área de Segurança Pública veio registrando, recentemente, resultados negativos no Espírito Santo. Somente neste domingo, por exemplo, foram 13 mortes violentas, dia com maior número de registros desde a greve da PM de 2017. No mês de março, foram 143 assassinatos, número 66,27% maior do que o mesmo mês de 2019.
Roberto Sá justificou que neste período de isolamento social pelo coronavírus passou a haver uma maior circulação de criminosos nas ruas, o que ficou demonstrado inclusive pelo aumento nas apreensões de armas de fogo na Região Metropolitana. Ele também disse que no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Pernambuco, Ceará, Tocatins, estados onde fez contato, todos eles relataram aumento das estatísticas relacionadas a homicídios.
QUEM É O CORONEL RAMALHO
Alexandre Ofranti Ramalho, de 50 anos, escolhido para substituir Roberto Sá, ingressou na Polícia Militar do Espírito Santo em 1991, e foi o comandante-geral da corporação entre abril de 2018 e janeiro de 2019, no governo Paulo Hartung (sem partido). Ele assumiu o cargo no lugar do coronel Nylton Rodrigues que, por sua vez, tornou-se Secretário Estadual de Segurança Pública naquela época.
Ramalho atualmente ocupava o cargo de secretário municipal de Defesa Social em Viana. Durante os 29 anos de serviço na PMES, ele também comandou o antigo Batalhão de Missões Especiais, o 1º Batalhão, o Comando de Polícia Ostensiva Metropolitano, a outras funções.
Ele assumiu o cargo em Viana em janeiro de 2019, logo após ter deixado o cargo de comandante-geral da PM no início do governo Casagrande e ido para a Diretoria de Administração de Frota da corporação. O coronel ainda está na ativa da Polícia Militar, e já poderia passar à reserva em breve. Também já atuou como titular da Secretaria de Prevenção, Combate à Violência e Trânsito na Prefeitura de Vila Velha, na gestão de Rodney Miranda (Republicanos).
Ramalho é bacharel em Administração e pós-graduado em Segurança Pública. Possui cursos de Operações Especiais, de Entradas Táticas com Uso de Explosivos, avançado de Negociação para Policiais, Explosivos Não Convencionais, dentre outros.
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