Uma das capitais mais antigas do Brasil, Vitória completa hoje 468 anos. Em comemoração a essa data especial, os repórteres fotográficos de A Gazeta prepararam um ensaio fotográfico para mostrar as riquezas arquitetônicas que preservam e contam a história da cidade. Nas fotografias, casas, palacetes e construções de diversos estilos, desde o período colonial aos tempos áureos da economia cafeeira.
Vitória é repleta de construções antigas, a maioria localizada na Cidade Alta. O local que já era habitado por índios ganhou as primeiras obras com a chegada dos jesuítas. Entre as heranças desse período está o Palácio Anchieta, antigo Colégio de São Thiago, que foi modificado com o passar dos anos e compõe uma das mais belas paisagens do município. Tiveram origem também nessa época a Igreja de São Gonçalo e a Capela de Santa Luzia.
Um dos prédios mais antigos da Capital abriga hoje a superintendência do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), localizado na rua José Marcelino, na Cidade Alta. O edifício possui características herdadas do período colonial, remetendo ao tempo da arquitetura de pedra e cal.
A arquiteta e urbanista Eliane Lordello, doutora na área de conservação integrada do patrimônio histórico, destaca que no Centro da Capital há construções que remetem às características dos estilos colonial, eclético e protomoderno.
Entre as obras, no entanto, predominam as construções do ecletismo, multiplicadas a partir da segunda metade do século XIX no Brasil, graças à chegada de imigrantes europeus para o trabalho no campo e nas cidades.
Nas construções de traços ecléticos registradas pelos fotógrafos há casas do início do XX, explica a arquiteta. Entre elas, de destaca-se a Casa Porto. Atualmente sediando uma galeria da Secretaria Municipal de Cultura, sua construção apresenta platibandas ocultando o telhado, esquadrias ritmadas com balcões de ferro fundido, modilhões sob os balcões, e balaústres, que são essas pequenas torres de alvenaria vistas no guarda corpo da escada e da varanda da Casa Porto.
Na rua Sete de Setembro, por exemplo, uma imponente casa rosa, de dois andares destaca-se como um casarão da época do café, feita com materiais importados, tais como ladrilhos e cerâmicas, adornos em gesso e argamassa brancos, além de elementos decorativos, que são chamados de confeitaria arquitetônica.
No Centro, encontramos casas de 1914 de 1920, de 1926, entre outras datas. Embora o ecletismo tenha sido implantado na segunda metade do século XIX no Brasil, aqui entre nós as casas são do começo do século XX, em sua maioria. Quanto às construções protomodernas, que marcam uma transição para o modernismo, Vitória conta com exemplares que começam a retirar os adornos e trabalhar com estruturas, vãos livres de aberturas maiores, explica Eliane.
O historiador e comentarista da rádio CBN Vitória Fernando Achiamé explica que Vitória perdeu grande parte das construções do período colonial. Como uma das cidades mais antigas do Brasil, Vitória preservou muito pouco suas construções originais. A cidade se destruiu porque não tinha lugar para expandir. Assim, a cidade colonial foi destruída e em aterros foi construída uma nova cidade. O Parque Moscoso por exemplo era mar e foi sendo aterrado, explicou o historiador.
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