No ano de 2019, foram registrados mais de 79 mil casos de dengue, cinco vezes mais do que em 2018. E a maior concentração desse problema não está nas ruas, mas dentro das casas. Cerca de 80% dos focos do mosquito Aedes aegypti - transmissor da dengue, zika e chikungunya - estão nas residências. Alguns até em locais curiosos, como o reservatório de água que fica atrás da geladeira. É o que aponta levantamento realizado pelas secretarias de saúde dos municípios capixabas.
De acordo com o coordenador do Programa Estadual de Combate ao Aedes Aegypt, Roberto Laperriere Júnior, a maior parte dos criadouros do mosquito estão em locais de fácil limpeza. São eles: pneus, garrafas pet, ralos, calhas, além dos espaços destinados ao armazenamento de água, como tonéis, caixas d'água, que não contam com cobertura de tela.
A lista contempla também locais curiosos, que não recebem muita atenção, como o reservatório atrás da geladeira e, ainda, os ralos que não são sifonados, os vasos sanitários de pouco uso. "Infelizmente, ainda encontramos focos dentro das casas ou próximos a elas, como nos quintais. Locais que podem ser facilmente combatidos, depende apenas do proprietário da moradia", pondera Laperriere.
Os 20% restantes de focos estão em outros pontos, tais como cemitérios, floriculturas, borracharias, ferros-velhos e entulhos de construção.
Uma das alternativas para manter a casa livre de focos do mosquito é fazer, semanalmente, um check list de eliminação. Na prática, é uma listinha com todos os pontos que precisam ser vistoriados, dentro e no quintal das casas.
Ações como checar o pratinho das plantas, as caixas de água, o depósito atrás da geladeira, os ralos, vasos sanitários, recipientes onde os animais bebem água. É preciso ainda verificar se no quintal não existem depósitos que estejam acumulando água e que podem se transformar em um criadouro. "O ciclo do mosquito, de ovo a adulto, leva em média de 3 a 8 dias, mas quanto mais quente e condições favoráveis encontrar, como água limpa para colocar os ovos, menor o ciclo. Fazendo uma avaliação semanal, a pessoa evita que a sua residência tenha focos, eliminando a fase de larva", explica Laperriere.
Os cuidados precisam ser adotados até em locais que não estão limpos, uma vez que estudos apontam que o mosquito já está se adaptando à água suja. Ovos foram encontrados em matéria orgânica, água salobra e outros pontos.
É preciso ainda ficar atento aos sinais e sintomas de dengue, como febre, dor no corpo, dor atrás dos olhos. A recomendação é procurar uma unidade de saúde para atendimento e acompanhamento médico. "Não se automedique e procure se hidratar bastante. Todo cuidado é pouco para minimizar os casos de mortes", assinala Laperriere.
No ano de 2019, foram registrados 79.051 casos de dengue, com 43 óbitos. É uma incidência de 1.990,01 casos por 100 mil habitantes. No mesmo período ocorreram 1.195 casos de infecção pelo zika vírus. Também foram notificados 2.906 casos de chikungunya.
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