A partir da noite de 05 de fevereiro de 2017, a vida do padre Kelder Brandão mudou. Ao virar uma esquina, ele enfrentou os próprios medos e seguiu em direção às vítimas da greve da Polícia Militar no bairro São Pedro, em Vitória. Naquela noite, ele se deparou com uma das cenas mais impactantes que já viu. Somente naquele fim de semana, 22 pessoas morreram no Espírito Santo. Durante toda a paralisação - cerca de 20 dias -, foram mais de 200 assassinatos.
Na entrevista no vídeo acima, o padre relata o que viu. Após esse encontro, Kelder entendeu que não poderia ser padre do mesmo jeito. Algo se transformou dentro dele. Em uma nova missão, saiu de São Pedro e assumiu a paróquia Santa Teresa de Calcutá, no bairro Itararé, na Capital. Mudou de casa e foi morar em um beco da comunidade. Inserido no dia a dia dos moradores, passou a conviver mais de perto com as pessoas, inclusive as que têm envolvimento com o tráfico de drogas.
Nessa rotina, além do trabalho pastoral que exerce na paróquia, passou a buscar Jesus Cristo nos traficantes de Vitória.
Em uma conversa franca, o padre, que hoje é vigário para ações sociais, políticas e ecumênicas da Arquidiocese de Vitória, fala das experiências que compartilha com essas pessoas, lembra o dia 14 de abril de 2014, quando celebrou uma missa ao lado de um corpo sangrando em São Pedro em pleno Domingo de Ramos e critica o discurso de ódio, com o pano de fundo da fé.
Na entrevista, revela o que pensa sobre pagar pedágio na comunidade e como é a sua relação com os jovens que se envolvem com o tráfico. Em época de Natal, diz que é o momento de distribuir lindezas.
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