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Mãe de aluno faz campanha para ajudar pipoqueiro em Vila Velha

Mãe de aluno faz campanha para ajudar pipoqueiro em Vila Velha

Há quase duas décadas vendendo pipoca na frente de uma escola, Tio Zé ficou sem renda com o fechamento da unidade, decorrente das medidas de restrições para conter a transmissão do novo coronavírus

Publicado em 31 de março de 2020 às 16:47

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Pai e filho, José de Andrade Moreira e José Carlos Moreira trabalham vendendo pipoca na entrada do Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha
Pai e filho, José de Andrade Moreira e José Carlos Moreira trabalham vendendo pipoca na entrada do Colégio Marista Nossa Senhora da Penha, em Vila Velha. (Patricia Novais)

Há 19 anos vendendo pipoca e fazendo a alegria da criançada que estuda em um colégio particular no Centro de Vila Velha. De repente, vieram as medidas para conter o avanço do novo coronavírus no Espírito Santo e as aulas foram suspensas. O Tio Zé, como é mais conhecido o pipoqueiro José de Andrade Moreira, ficou sem ter como trabalhar.

Porém, apenas dois dias antes, em 21 de março, ele foi contratado para a festinha de um dos alunos – e a mãe do menino, Patricia Novais, teve a preocupação de saber qual era a situação dele. “Tínhamos um contato mais próximo, falei com ele e perguntei como estava. O ano financeiro estava apenas começando e ele contou que estava sem reservas”, disse.

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Dessa conversa, surgiu a ideia de ajudá-lo a passar por esse período de quarentena. 

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Pedi a autorização para fazer a campanha e informar a conta dele em um aplicativo de pagamento on-line para outras mães e pais, para que cada um ajudasse como pudesse. Brinquei que era uma pipoca virtual, com sabor de solidariedade

Patricia Novais
Administradora e mãe de Pedro Uliana, de apenas nove anos
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Em apenas alguns dias, a mobilização surtiu efeito. “Tive a curiosidade de saber quantas pessoas tinham ajudado e, quando eu olhei, já eram 20 ou 30. Ele me mandou uma mensagem agradecendo, dizendo que ia conseguir ajudar a família. Foi na hora certa. Vimos que foi algo muito importante para ele”, contou feliz.

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Em um momento de caos tão negativo, com a necessidade de enfrentar um mal tão grande, foi maravilhoso ver que o bem também trabalha

 Patricia Novais
 Administradora e mãe de Pedro Uliana, de apenas nove anos
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Filho do Tio Zé e colega de trabalho do pai, José Carlos Moreira revelou que a família estava prestes a ter a água e a luz cortadas. “Não tínhamos conseguido trabalhar no Carnaval. Estávamos com seis contas atrasadas: três de cada serviço”, admitiu ele, que também tem duas filhas: uma de dois e outra de três anos de idade.

Com diversas doações que variaram de R$ 5 a R$ 100, eles conseguiram ficar em uma situação mais confortável. “Pagamos quatro dos boletos atrasados, compramos leite e fralda para as minhas pequenas e comida para todos. Também conseguimos ajudar uma tia minha que é deficiente”, disse José Carlos, agradecido pela ação.

Além dos dois, uma prima é pipoqueira, em outro portão do mesmo colégio de Vila Velha – e a dura realidade deles também é a enfrentada por outros trabalhadores. “Só aqui na Grande Vitória, sabemos que tem 47 famílias que trabalham vendendo pipoca. Todos estão parados porque a gente depende das pessoas e as pessoas estão em casa”, comentou.

COMO AJUDAR A FAMÍLIA DO TIO ZÉ

A mobilização desses pais e mães é apenas um dos exemplos de solidariedade capixaba praticados durante esse isolamento. E quem quiser ajudar o Tio Zé pode fazer uma transferência de qualquer valor para o @tiozepipoca no Picpay. Em meio às mensagens das doações registradas no aplicativo, uma frase resume bem a atual situação: “Você não está sozinho.”

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