A nova escola Aristóbulo Barbosa Leão, em Laranjeiras, na Serra, só deve ficar pronta em 2022 e custará R$ 20 milhões. As obras começaram em 2012 para ampliar o prédio antigo e serem instaladas estruturas como uma quadra poliesportiva, mas o edifício principal acabou sendo demolido após ser condenado por ter rachaduras. Desde então, os alunos estão estudando em um prédio alugado pelo governo do Estado.
Nas obras e na demolição, que ocorreu em 2018, já foram gastos R$ 6 milhões. Tudo parou em 2014 quando o contrato firmado com a empresa foi rescindido.
Segundo o subsecretário de Estado da Educação, Aurélio Meneguelli, há duas semanas houve uma reunião com os alunos para que as novas estruturas fossem apresentadas. Desde que foi demolido o prédio principal, os estudantes estão em um local alugado pelo governo do Estado.
Em dezembro vamos publicar o edital e as obras devem começar no segundo semestre do ano que vem. O prazo para finalização dos trabalhos será de 24 meses. Pela minha experiência, tudo deve terminar em meados de 2022, conclui.
ABANDONO
Do antigo prédio principal, que foi demolido, nada foi reaproveitado. Restaram uma quadra, um refeitório, um vestiário e um auditório no terreno, ainda que cobertos por mato. Essas outras estruturas continuarão na escola, do jeito que está. Porque não foram afetadas como a edificação em que estavam os estudantes. O prédio será totalmente moderno, climatizado e optamos por fazer um edifício de três andares, adianta.
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Aurélio justifica que o prédio estava com problemas estruturais e que a decisão de demolição veio de um laudo de especialista. À época, foi feito um estudo que constatou que poderíamos fazer uma recuperação básica, completa ou reconstruir. A gestão anterior preferiu a demolição, que em alguns casos realmente é a melhor escolha, afirma.
Segundo o subsecretário, isso porque poderia ficar inviável gastar tanto dinheiro para reparar algo que não seria duradouro, como ele avalia que seria o caso da Aristóbulo.
NOVA ESCOLA
A promessa é de que toda a edificação terá ar-condicionado central, estrutura de iluminação natural em todo o prédio e uma área de vivência suspensa para os estudantes.
Esse projeto, de acordo com Aurélio, foi feito em parceria com a ArcelorMittal, que ficou a cargo apenas de desenvolver o planejamento. Eles contrataram um escritório especializado e vão apresentar o projeto. Depois ele tem que ser aprovado junto à Prefeitura da Serra e Corpo de Bombeiros. Após isso vai para orçamento e começa a licitação, explica. A GAZETA teve acesso a uma perspectiva de como ficaria a fachada da nova escola.
ALUNOS: CALOR E INSEGURANÇA
São frequentes as reclamações de alunos sobre o prédio onde atualmente funciona o Aristóbulo, na Serra. Logo no início das obras, em 2012, eles foram levados para um espaço provisório onde funcionava uma faculdade particular em Jardim Limoeiro. O espaço é alugado pelo governo do Estado, que em 2018 pagava pelo menos R$ 70 mil por mês, segundo informações da época do próprio ex-secretário de Educação Haroldo Rocha.
Segundo uma estudante do 2º ano do ensino médio, que prefere não se identificar, faltam até ventiladores no local. A gente passa mal por causa do calor e nem consegue ficar nas salas. Também temos um problema sério com roubos e falta de segurança, conta.
Em reunião com estudantes, representantes da Sedu informaram que a licitação para a retomada da obra sairá em dezembro e as empresas irão ser apresentadas em junho de 2020.
Eu acompanho todo o processo. Minha irmã estudou lá, ouvia as promessas, já se formou e não tem um novo prédio. Pelas novas promessas, quando a escola ficar pronta, eu não vou estudar mais lá. No fundo eu tenho esperança de que agora vai, afirmou a aluna. O subsecretário Aurélio confirma que o ar- condicionado está quebrado, mas garante que a Sedu considera o local apropriado para os estudantes.
Fazemos manutenções no prédio. Só que reforma não dá para fazer pelo fato de o local ser alugado. A questão do calor nós estamos avaliando. O prédio possui ar condicionado, mas não está funcionando, reitera.
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Para Aurélio, não há estrutura melhor do que a que os alunos estão pelas redondezas e também não há possibilidade realocar os alunos até que terminem as obras. No prédio onde agora está a escola funcionava uma faculdade particular com mensalidade alta, inclusive. A gente não entende aquele prédio como sendo ruim, finaliza.
(Com informações de Beatriz Marcarini)
A NOVELA
2012
Foi assinado o primeiro contrato com a Almar Construtora. O projeto era ampliar e construir novos espaços para os alunos. No mesmo ano, os estudantes foram realocados para outro espaço, em que estão até hoje, onde funcionava faculdade particular.
2015
O contrato com a Almar foi rescindido em março e o serviço foi paralisado. Até então, o gasto com a obra já somava em torno de R$ 6 milhões.
2018
O governo do Estado informou que licitaria a nova obra no fim do ano, mas isso não aconteceu. À época, optou-se por uma parceria com a ArcelorMittal para que esta entregasse um projeto para a nova escola e o prédio principal foi demolido.
2019
O governo do Estado promete publicar o edital de licitação de retomada das obras até dezembro, com gastos de mais R$ 20 milhões. Os serviços devem iniciar em 2020 e a escola deve ficar pronta em meados de 2022.
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