"O que eu tenho para falar para família é só para me perdoar, eu fico pensando muito naquelas meninas. Toda vez que eu deito e acordo de madrugada, eu oro e peço a Deus para dar força para elas. Se para mim não está fácil, imagina para as meninas que estão sem mãe e sem o pai. Sem nenhum dos dois para dar um carinho”.
Foram com essas palavras que Dionathas Alves Vieira, 25 anos, afirmou ter se arrependido por assassinar a médica Milena Gottardi, 38. A reportagem de A Gazeta conversou com exclusividade com ele.
Dionathas é o único dos seis réus que admitiu ter participação no crime. Ele é o responsável por dar um tiro na cabeça da médica, que foi baleada no dia 14 de setembro de 2017, no estacionamento do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Vitória. Ela teve a morte declarada no dia seguinte.
Afirmando ter se aproximado da religião dentro da prisão, Dionathas disse que incluiu as filhas da médica em suas orações. Segundo ele, o arrependimento por ter tirado a vida de alguém é forte. Sentimento que cresceu, narra Dionathas, quando descobriu, no dia seguinte ao crime pela televisão, que a vítima cuidava de crianças com câncer.
O assassino confesso afirma ainda que se arrependeu de tudo, desde o planejamento até a execução.“Eu olho para mim e fico pensando como eu tive a coragem de chegar e disparar um tiro numa pessoa. Aquilo foi um momento de fraqueza. Eu peço para a família da Milena me perdoar de verdade".
O acusado acredita que deve um pedido de perdão não só para a família, mas para toda a sociedade capixaba. “Sinto muita tristeza. As pessoas me olham como um monstro, mas o Dionathas não é um monstro, é um ser humano. Eu peço perdão para todo mundo”, disse o atirador, que lembra a todo momento na entrevista que também tem um filho.
“Não tem como eu voltar (no tempo) trazer a vida dela de volta, mas o que eu sinto hoje é muita tristeza e arrependimento no meu coração. Logo no começo eu pensei em me matar, penso até hoje em deixar de ir para o banho de sol, só que ao mesmo tempo eu penso no meu filho”, afirmou Dionathas, que carrega o nome do menino tatuado no braço.
ENVOLVIDOS NA MORTE
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O policial civil Hilário e o pai dele, Esperidião Frasson, foram denunciados como mandantes da morte de Milena Gottardi. Eles teriam contratado dois intermediários, Hermenegildo Palauro Filho e Valcir Dias, para ajudar no crime e contratar um atirador. Dionathas Alves é apontado como a pessoa que realizou o disparo. Ele, por sua vez, solicitou ao cunhado, Bruno Broetto, uma moto, que foi usada no crime.
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