No século XVIII, o Brasil recebeu cerca de 2 milhões de escravos da África que, arrancados das suas raízes e tradições, vieram à força e sob a ameaça do chicote fornecer mão de obra para trabalhar nas minas de ouro e outras pedras preciosas recém-descobertas em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Essa saga é destaque do segundo volume da trilogia “Escravidão”, do jornalista e escritor Laurentino Gomes, convidado da live Papo de Colunista nesta quarta-feira (7). A conversa pode ser conferida em vídeo e em podcast. Aperte o play e confira.
Em conversa com os colunistas Bia Seixas, Leonel Ximenes e Rafael Braz, Laurentino, autor de "1808", "1822" e "1889", conta sobre o extenso trabalho de pesquisa que teve que cumprir, que levou seis anos para ser concluído. Ele visitou 12 países de três continentes em buscas de respostas para o que foi a escravidão e as consequências para a sociedade brasileira deste período de dor, sofrimento e morte.
O segundo volume, que acaba de ser lançado pela Globo Livros, tem mais de 500 páginas e 31 capítulos ilustrados com imagens, mapas e tabelas. Para escrevê-lo, Laurentino esteve, entre outros locais, em quilombos nos Estados da Paraíba, Alagoas, Minas Gerais e São Paulo; antigos engenhos de cana-de-açúcar da região Nordeste; terreiros de candomblé no Recôncavo Baiano; as cidades históricas do ciclo do ouro e diamante em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso; as fazendas dos barões do café no Vale do Paraíba; e o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, maior entreposto de comércio de escravos no século XIX.
Laurentino Gomes explica que há uma importante mudança na geografia do primeiro para o segundo volume: “O livro anterior teve seu foco principal na África, pelo simples motivo de que, para estudar a escravidão, é preciso sempre começar pela África. Este volume tem como cenário o Brasil, que se tornaria no século XVIII o maior território escravista do hemisfério ocidental. No espaço de apenas cem anos, mais de dois milhões de homens e mulheres escravizados chegaram aos portos brasileiros. Todas as atividades do Brasil colonial dependiam do sangue e do sofrimento de negros cativos. Entre outros aspectos, procuro descrever a violência e as formas de trabalho no cativeiro, a família escrava, as irmandades e práticas religiosas, o papel das mulheres, as fugas, revoltas e formação de quilombos e outras formas de resistência contra o regime escravista”.
Laurentino Gomes
Escritor e jornalista
"Tudo que já fomos no passado, o que somos hoje e o que seremos no futuro tem a ver com as nossas raízes africanas e a forma como nos relacionamos com elas. Fomos a maior sociedade escravista do Hemisfério Ocidental por mais de trezentos anos. Quarenta por cento de todos os doze milhões de cativos africanos trazidos para as Américas tiveram como destino o Brasil. Portanto, sem estudar a escravidão seria impossível entender o que somos hoje e também o que pretendemos ser no futuro"
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