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'Pico do coronavírus será em um mês', diz pneumologista capixaba

"Pico do coronavírus será em um mês", diz pneumologista capixaba

A pneumologista capixaba Margareth Dalcolmo destaca ainda a desinformação e as fake news como problemas para conter o avanço do vírus

Publicado em 12 de março de 2020 às 20:24

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(Freepik)

Pneumologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a  capixaba Margareth Dalcolmo foi uma das profissionais convocadas pelo Ministério da Saúde para integrar o grupo responsável por definir normas para o novo momento da epidemia do coronavírus no Brasil. Para a médica, a situação do coronavírus ainda vai causar muita preocupação para os brasileiros e também mortes.  E o pico de registro da doença deve acontecer em um mês.

"É uma epidemia crescente, acreditamos que o pico epidêmico se dê dentro de um mês a um mês e meio. Teremos muitos casos, certamente teremos mortes. As providências são para mitigar os danos e também as mortes pelo coronavírus", afirmou.

A reunião entre os médicos aconteceu em Brasília na última quarta-feira (11). Em entrevista para a reportagem de  A Gazeta, a pneumologista disse que não há como conter o coronavírus e reforçou a necessidade da higiene individual de cada cidadão para que os danos possam ser minimizados.

Pneumologista Margareth Dalcolmo é capixaba e trabalha na Fiocruz. (Acervo pessoal)

Qual o objetivo da convocação do Ministério da Saúde?

  • A proposta é a definição de normas para este momento de crescimento dos casos de coronavírus no Brasil. As medidas agora são de contenção e contingenciamento para  impedir a propagação ainda maior da epidemia.

Quais itens foram definidos?

  • Diagnosticar os casos o mais rapidamente, incentivar os cuidados de natureza pessoal, como proteção com as mãos, uso de lenço de papel descartável, descarte adequado desses materiais, que ajudam muito no ponto de vista coletivo. Já os cuidados institucionais também foram discutidos como, por exemplo, a suspensão dos eventos coletivos com mais de 100 pessoas em lugares fechados, a vacinação contra o  vírus influenza  na tentativa de evitar a superposição das duas viroses e também a confusão na hora de fazer um diagnóstico diferencial.   

Qual a maior dificuldade de lidar com  essa epidemia?

  • O que mais preocupa hoje é a desinformação, as fake news e o pânico desnecessário. Temos duas epidemias: uma que é o próprio vírus e outra que é a desinformação e o pânico. Isso atrapalha que os meios de saúde possam trabalhar. Devemos seguir as instruções que são repassadas pelos órgãos governamentais e a imprensa ajuda nisso. Por exemplo,  não sair  comprando máscaras de uso de profissionais de saúde,  pois há o risco de desaparecerem do mercado por compras inadequadas e desnecessárias. 

A senhora acredita que seja possível conter o coronavírus no Brasil?

  • Não será contido o coronavírus aqui, é uma epidemia crescente e acreditamos que o pico epidêmico se dê dentro de um mês, um mês e meio. Teremos muitos casos, certamente teremos mortes. 

O fato de não ter tratamento preocupa?

  • Estamos diante de um patógeno novo, não temos todas as respostas, não temos vacina, não temos um tratamento com validade. As medidas nobres são de prevenção. O problema existe e é grave, é sério, é uma epidemia que era perfeitamente esperada que chegaria aqui no Brasil, pois a malha aérea é farta.

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