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Respiradores: uma dor de cabeça para o governo do ES

Respiradores: uma dor de cabeça para o governo do ES

Declarações de autoridades do Estado nos últimos dias divergiram; Secretaria de Saúde esclareceu a situação e deu os números atuais

Publicado em 9 de abril de 2020 às 22:03

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Novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com respirador no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra.
Respiradores são essenciais para o tratamento de pacientes graves da Covid-19. (Reprodução/TV)

Diante do poder do novo coronavírus de afetar drasticamente a capacidade pulmonar dos infectados, ter à disposição um número suficiente de respiradores se tornou uma medida essencial para tentar frear as mortes causadas pela Covid-19. Por isso, diversos governos travam uma corrida atrás desses equipamentos. Na quarta-feira (8), Renato Casagrande, que comanda a gestão estadual do Espírito Santo, evidenciou a preocupação: o Estado não tem número suficiente de respiradores.

No início da pandemia, o Espírito Santo previu a criação de 300 novas Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para atender os casos da doença. Depois passou a falar entre 300 e 400 leitos. Nesta quinta-feira (9), essa projeção saltou para 440 leitos, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa). Todas equipadas com um respirador exclusivo.

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O comportamento da doença ao redor do mundo já mostrou que cada pessoa internada em estado grave precisa usar exclusivamente um ventilador mecânico – que em grande parte das situações anteriores à pandemia podia ser compartilhado por dois ou mais pacientes.

Realizado por um núcleo da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), um estudo com dados coletados em fevereiro deste ano mostra que o Estado tem um total de quase 1.500 respiradores, distribuídos entre os municípios, incluindo os sistemas público e privado. Mas quantos desses aparelhos estariam à disposição para o tratamento da Covid-19?

Nem todas as respostas para essa pergunta, dadas pelo governador Renato Casagrande (PSB), pelo coordenador estadual do centro de operações estratégicas Luiz Carlos Reblin e pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) batem.

Em coletiva concedida nesta quarta-feira (8), Casagrande afirmou que o Espírito Santo já teria 250 respiradores destinados à pandemia. “Preparamos para ter 300 leitos de UTI, mas ainda não temos todos os respiradores. Estamos em um processo de articulação e compra. Temos para 250 leitos”, disse.

Apenas algumas horas depois, o coordenador Reblin apontou que a rede pública estadual teria, na verdade, 130 leitos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) equipadas com os respiradores; e que a expectativa é que mais 170 chegassem até o final deste mês de abril – totalizando os 300 leitos citados pelo governador.

Por causa da divergência entre os números, A Gazeta acionou a Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) e solicitou a confirmação dos dados de respiradores para tratar os pacientes infectados pelo novo coronavírus. De acordo com a atualização fornecida na noite desta quinta-feira (9), os números são:

Questionada se os 90 respiradores que chegaram ao Estado já são os empregados na contagem dos 140 leitos de UTI prontos para o atendimento dos infectados ou se seriam somados (resultando em 230), a Sesa não soube informar e ficou de dar um retorno, que até o momento de publicação desta reportagem não havia chegado à equipe.

BRIGA PARA RECEBER RESPIRADORES

Depois de o Governo Federal requisitar toda a produção de respiradores de uma empresa, o Espírito Santo entrou com um pedido na Justiça e conseguiu receber os 59 respiradores para o Hospital Doutor Jayme dos Santos Neves, na Serra. A compra custou R$ 3,39 milhões.

R$ 1,2 BI PARA RESPIRADORES

Na última semana, o ministro Luiz Henrique Mandetta anunciou um contrato de R$ 1,2 bilhão para a compra de 8 mil respiradores de uma empresa chinesa. A aquisição faz parte de um plano Governo Federal para combater a Covid-19. Ainda não se sabe quantos aparelhos serão destinados a cada Estado.

CONFISCO NOS EUA

Nessa corrida mundial em busca de respiradores, 600 aparelhos que iriam para o Nordeste do Brasil acabaram retidos em um aeroporto de Miami, nos Estados Unidos da América (EUA). O valor de R$ 42 milhões não chegou a ser desembolsado pelos governos estaduais e a carga terminou com outro destino.

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