Morreu na madrugada desta quinta-feira (14) o ex-governador do Espírito Santo Max Mauro. O político, que administrou o Estado entre 1987 e 1991, estava internado desde 16 de setembro para tratar uma pneumonia. A morte foi informada pelo filho dele, o ex-prefeito Max Mauro Filho (PSDB).
Max Filho
Ex-prefeito e filho do ex-governador
"Com muita dor no coração venho informar o falecimento do meu querido pai. Às três horas da madrugada deste dia 14 de novembro faleceu dormindo, aos 87 anos de idade. A causa imediata foi insuficiência renal aguda, após 60 (sessenta) dias de internação hospitalar."
Max Mauro nasceu em 11 de março de 1937 e fez os primeiros estudos no Espírito Santo. Mudou-se para Salvador (BA) para cursar Medicina, área na qual se formou. Deu início a sua atuação política em 1970, quando se elegeu prefeito de Vila Velha pelo MDB, partido de oposição ao regime militar instaurado no Brasil em abril de 1964.
Foi eleito governador do Estado em 1986 e ficou no comando do Executivo estadual até 1991. Durante seu governo, em 23 de agosto de 1989, foi inaugurada a Terceira Ponte, principal ligação entre Vila Velha e Vitória, oficialmente chamada de Ponte Deputado Darcy Castello de Mendonça. Na ocasião, o então mandatário atravessou a estrutura e pagou o primeiro pedágio.
Também como governador, Max Mauro chegou a interditar a Vale do Rio Doce e a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST), em 1990, porque ambas as empresas, então estatais, recusavam-se a cumprir medidas ambientais exigidas pelo Estado, como relembrado pelo político em entrevista para A Gazeta em 2021.
“Eu tinha feito um acordo com as empresas por causa da poluição, que a população reclamava demais do pó de minério, do cheiro de enxofre. Estava tudo certo para assinar, mas aí, incentivados até por alguns deputados capixabas de Brasília, as empresas não assinaram. Eu fui lá e interditei”, relembrou.
“No dia seguinte, o ministro Ozires Silva [ministro da Infraestrutura durante o governo de Fernando Collor] apareceu lá no Palácio. Saiu de Brasília e, sem me avisar, foi lá com representantes da Vale e da CST para me convencer a voltar atrás. Eu disse que não ia. Conversa vai, conversa vem, ele pediu licença e se reuniu em um cantinho com as empresas. E, aí, voltaram dizendo que iam aceitar minhas exigências. Eu assumi o compromisso e desinterditei.”
Além de comandar o Estado, foi deputado estadual (1975-1979) e deputado federal por três mandatos (1979-1983), (1983-1987), (1999-2003).
Em entrevista dada para o “Contando Histórias”, da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), revelou que sua trajetória política começou devido à influência do pai, Saturnino Rangel Mauro, sindicalista e fundador do PTB no Espírito Santo, eleito deputado estadual pelo partido em 1947.
Dentre as curiosidades da vida política, Max Mauro relembrou a perseguição da ditadura, quando foi chamado ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops) – órgão criado pelo regime militar para controlar movimentos políticos e sociais – por sua atuação na criação da Associação de Moradores de Vila Velha e também relembrou a formação da “Macaca”, campanha para elegê-lo governador do Estado e Gerson Camata (1941-2018) e Camilo Cola (1923-2021) para o Senado Federal.
Max Mauro foi diagnosticado com Alzheimer e lutava contra a doença havia 7 anos. Em dezembro de 2023, foi internado após sofrer um princípio de AVC. Na época, Max Filho contou que a causa teria sido um quadro de Covid-19. Em 2024 chegou a ser internado seis vezes, segundo o filho.
O ex-governador deixa dois filhos, Max e Márgia; quatro netos, Mariana, João Pedro, Luísa e Davi; e quatro bisnetos, Zion, Levi, Ayla e Lana.
Morre Max Mauro, ex-governador do Espírito Santo, aos 87 anos
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