Jô Soares morreu na madrugada desta sexta-feira (5) aos 84 anos. A informação foi confirmada por sua ex-mulher, Flavia Pedras, nas redes sociais.
José Eugênio Soares nasceu em 1 de janeiro de 1938 no Rio de Janeiro. Foi humorista, apresentador de televisão, escritor, diretor e ator.
Segundo o site Memória Globo, Jô, que era filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, mudou-se com a família aos 12 anos, para a Europa. Poliglota, chegou a pensar em seguir a carreira diplomática, mas seu fascínio pelo teatro falou mais alto, ainda nos anos em que estudava na Suíça.
Antes da carreira de apresentador, Jô foi ator. Sua estreia se deu no papel de um americano em O Homem do Sputnik, filme de Carlos Manga estrelado por Oscarito, em 1958. No mesmo ano, escrevia para o TV Mistério, programa da TV Continental, dirigido por Adolfo Celli, com Paulo Autran e Tônia Carrero no elenco.
Começou a trabalhar na TV Record, em 1961, em São Paulo. Além de escrever o Simonetti Show, atuava em programas como o La Reuve Chic, Jô Show, Quadra de Azes (ao lado de Zilda Cardoso, Darlene Everson e Cauby Peixoto), Show do Dia 7 e Você é o Detetive. Jô Soares também interpretou o mordomo de A Família Trapo, seriado que escrevia com Carlos Alberto de Nóbrega.
ENTRADA NA GLOBO
Com Renato Cortes Real, protagonizou, a partir de 1970, o Faça Humor, Não Faça a Guerra, sua estreia na Globo. A dupla também escrevia o programa, ao lado de Max Nunes, Geraldo Alves, Hugo Bidet e Haroldo Barbosa. Nele, interpretou tipos como Norminha e Padre Thomas.
O Faça Humor, Não Faça a Guerra foi substituído por Satiricom, em 1973. Três anos depois, o humorista atuou como ator e redator, novamente com Max Nunes e Haroldo Barbosa em outro grande sucesso da Globo, o Planeta dos Homens, que ficou no ar até 1982. Jô Soares dividia a cena com grandes nomes do humor, como Agildo Ribeiro, Paulo Silvino, Luís Delfino, Sonia Mamede, Berta Loran, Costinha, Eliezer Motta e Carlos Leite.
Jô Soares deixou a equipe de Planeta dos Homens em 1981 para se dedicar a seu próprio programa, o Viva o Gordo, escrito por Max Nunes, Hilton Marques, Afonso Brandão e José Mauro, que foi exibido até 1987. O título veio do show Viva o Gordo e Abaixo o Regime!, um grande sucesso do teatro no qual o humorista fazia críticas veladas à ditadura. Entre os tipos marcantes que viveu nessa época, estão o Reizinho, sempre às voltas com os problemas do reino, uma sátira à situação política do país; o Capitão Gay, super-herói homossexual que usava um uniforme cor de rosa e andava sempre acompanhado de seu ajudante Carlos Sueli (Eliezer Motta); e o Zé da Galera, que ligava para o técnico da seleção brasileira de futebol e pedia “Bota ponta, Telê!”.
Simultaneamente ao trabalho no Viva o Gordo, Jô Soares apresentava um quadro no Jornal da Globo e, em 1983, fez uma participação especial no musical infantil Plunct, Plact, Zuuum.
IDA PARA O SBT
Em 1987, ele deixou a Globo e foi trabalhar no SBT, onde estrelou o humorístico Veja o Gordo e realizou um sonho que acalentava há anos: apresentar um programa de entrevistas inspirado nos talk-shows americanos, o Jô Soares Onze e Meia.
“Jô Soares Onze e Meia” foi ao ar entre 1988 e 1999. Em 2000, de volta para a TV Globo, o humorista iniciou aquele que se tornou seu programa mais famoso, o “Programa do Jô”, encerrado em 2016
Além de apresentador, Jô Soares foi autor de vários livros de sucesso.
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