Um adolescente de 16 anos foi morto a tiros no bairro Aribiri, em Vila Velha, na noite deste sábado (29), por volta das 19h. Ele foi atingido com cinco perfurações, segundo a Polícia Militar.
Testemunhas contaram que Rayan Souza de Costa e um amigo estavam de bicicleta passando pela Rua Saldanha da Gama quando os três desconhecidos chegaram num veículo, um Peugeot Prata, na direção contrária e dispararam contra o rapaz.
Após os disparos, os três criminosos fugiram e abandonaram o carro na Rua Jacarandá e saíram correndo carregando uma metralhadora.
Segundo moradores da região, no momento que o carro foi abandonado cerca de 10 crianças estavam no local brincando. Todos se assustaram e saíram correndo. O crime aconteceu a 200 metros de onde morava a menina Alice, assassinada dentro de casa.
Uma moradora do bairro, que preferiu não se identificar, informou que escutou uma gritaria no momento que o carro foi abandonado na rua. Muita gente gritou porque as crianças estavam todas na rua brincando. É o horário que saímos com as crianças de 3 a 8 anos. Somos acostumados a deixar os meninos na rua, mas estamos correndo risco", diz.
A mãe de Rayan, de 47 anos, que preferiu não se identificar, relatou que o filho saiu de casa às 14 horas no sábado para encontrar um amigo. A notícia da morte, horas depois, ela recebeu de um conhecido quando estava voltando do supermercado.
A mulher disse que o filho era usuário de maconha e que teve envolvimento com o tráfico no passado. Mas relatou que o filho, que era aluno do nono ano do ensino fundamental, começaria um estágio na próxima quarta-feira (4) na Prefeitura de Vila Velha. Ele tinha um irmão mais velho por parte de pai que é policial militar.
A Polícia Civil ainda não identificou os suspeitos, mas disse que irá investigar o caso.
Uma moradora do bairro, que preferiu não se identificar, informou que a comunidade convive com a insegurança, com mortes, roubos e furtos na região. Não nos sentimos seguros mais, estamos amedrontados no bairro, relata.
Outro morador, que também não quis se identificar, disse que a situação tem piorado desde a morte de Alice. Nosso bairro está muito perigoso, nem na rua podemos ficar mais, declara.
A Polícia Militar, por meio de nota, informou que desde o mês passado foi iniciada uma operação de reforço policial com saturação em toda a região da 5ª Companhia do 4º Batalhão. O reforço, que acontece por tempo indeterminado, vem sendo feito por militares em escalas extras, e pela Companhia Independente de Missões Especiais (Cimesp). A PM ressalta que conta sempre com a contribuição da população, por isso, denúncias sobre indivíduos que estejam agindo no local podem ser feitas através do Disque-Denúncia (181). O sigilo e o anonimato são garantidos.
Ele saiu à tarde com um amigo depois de receber uma ligação. Durante a tarde fiquei ligando diversas vezes para ele voltar e sempre me dizia que estava vindo. Quando eu estava voltando do supermercado, por volta das 19 horas, veio a notícia que mataram meu filho. Eu entrei em desespero, meu único filho.
Ele foi envolvido com o tráfico de drogas, mas saiu porque iria entrar num estágio na prefeitura. Ele era usuário de maconha e disse que iria parar depois que estivesse com o estágio concluído. Agora, ao invés dele parar, pararam meu filho. É muito difícil para uma mãe.
Acho que ele foi morto porque estava do lado de uma pessoa que era o alvo do crime. Ele não queixava nada comigo de estar sendo ameaçado ou que estava devendo alguém. Mas ele saiu com uma pessoa que estava sendo ameaçada.
Já fui e peguei ele nos braços várias vezes, já sacudi e trouxe para casa. Ele falava que eu estava fazendo ele passar vergonha no meio dos amigos, mas eu dizia que queria o bem dele. Não queria o mal nunca. Eu dizia que eu não queria chorar por ele, mas que ele chorasse porque eu fui. Hoje sou eu quem choro por ele, meu único filho, foi a droga quem levou.
Ele dizia que sabia o que estava fazendo, falava que nessa vida você entra para matar, morrer ou ir para a cadeia. Eu perguntava que arma ele tinha e respondia que nenhuma. Ele nunca teve arma, canivete.
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