Júri é encerrado
Julgamento de Georgeval foi encerrado e pastor foi condenado a 146 anos e quatro meses de prisão.
Georgeval é condenado a 146 anos e 4 meses de prisão por matar Kauã e Joaquim
Sentença foi lida na noite desta quarta-feira (19) pelo juiz Tiago Favaro Camata, no Fórum de Linhares.
Georgeval é condenado
Dosimetria da pena será lida na sequência.
Juiz começa a ler a sentença
Resultado sai em instantes.
Público retorna ao salão do júri
Sentença será lida em instantes.
Julgamento entra na reta final
Jurados do conselho de sentença se reúnem agora para votar pela condenação ou não de Georgeval. Sentença sai ainda hoje.
Juiz pede para público deixar salão do júri
Jurados decidem agora pela condenação ou não de Georgeval.
Debate é encerrado
Defesa termina tréplica e etapa do debate é encerrada. Jurados do conselho de sentença se reúnem agora e o público deixa o salão do júri até terminar a votação.
Defesa critica novamente ausência de depoimentos de peritos
"Retiraram a oportunidade do povo de Linhares de descobrir o que ocorreu na noite do dia 21 de abril", manifestou Pedro Ramos sobre os peritos e outras testemunhas de acusação dispensadas pela acusação. "Estamos diante, sim, do maior erro judiciário do Espírito Santo", completou.
Juiz paralisa julgamento após discussão entre defesa e acusação
Pedro Ramos mostra publicação de Lharyssa Almeida feita em rede social em que cita a importância da cobertura correta da imprensa e da mídia em processos judiciais. Advogada e Síderson levantaram e pediram mais informações para a defesa a respeito do post printado. Hobert Limoeiro, também de pé, disse que teve o dedo apontado para ele e alegou que estava se sentindo ameaçado.
Defesa diz que prisão de Georgeval é segunda tragédia
"A primeira tragédia foi a morte das crianças, a segunda tragédia foi a prisão de um homem inocente por cinco anos", completou Hobert Limoeiro.
Defesa aponta erro judiciário
"Vossas excelências estão diante do maior erro judiciário do Estado do Espírito Santo", afirmou Hobert Limoeiro.
Criticas continuam
"Pessoas que não são educadas, civilizadas, querem lacrar, rasgar papel e jogar na face dos senhores", afirmou Limoeiro ao se referir ao comportamento de Síderson, que rasgou papel no plenário e jogou para cima, simulando Georgeval e afirmando que o pastor fez esse movimento com combustível para queimar as crianças.
Criticas a comportamento da acusação
Advogado de defesa Hobert Limoeiro critica comportamento de assistentes de acusação: "Eu também sei gritar, subir em cima da cadeira para aparecer na capa da revista. O que aconteceu aqui não passa de narrativas. Por que os peritos foram dispensados? Isso não é um circo, isso tem que ser mantido com seriedade", declarou.
Defesa inicia tréplica
Advogada de defesa Florence volta a repetir que não foram encontrados espermatozoides nas crianças, apenas PSA.
Juiz retoma julgamento após breve pausa
Defesa do pastor fará a tréplica. Momento marca o fim da etapa de debates.
Defesa pede tréplica e julgamento caminha para últimas etapas
Advogados que defendem Georgeval terão mais uma hora para defender o réu. Logo após essa etapa, jurados do conselho de sentença se reúnem para decidir pela condenação ou não do acusado.
"Homem de gelo"
"Ele (Georgeval) ateou fogo e as crianças morreram queimadas e estupradas por esse homem de gelo", finalizou Síderson Vitorino.
"Deveria dar aula para a Suzane Von Richthofen"
"Não há argumento capaz de superar a vontade de salvar a vida humana, nem asma, nem medo do fogo. É o sacerdote da mentira, é o ministro do sofisma, é o pós-graduado na pedofilia, deveria dar aula para a Suzane Von Richthofen", gritou Síderson durante a réplica.
Assistentes de acusação reforçam acusações contra pastor
Advogado Síderson Vitorino relembra entrevista que Georgeval deu nos dias seguintes ao crime, quando diz que escutou o choro das crianças, empurrou a porta que estava fechada e, cinco anos depois, mudou de versão. "Mentiu na coletiva de imprensa, mentiu ao afirmar que ouviu o choro dos meninos, mentiu ao dizer que entrou no quarto em chamas, mentiu ao dizer que o ambiente estava quente, mentiu ao dizer que bateu a mão na cama, no beliche, tentando encontrar as coisas, mentiu ao enfaixar os pés", proferiu o assistente de acusação. "Estamos diante de um homem que não tem o mínimo de apreço por quem deveria ter, o filho e o enteado", completou.
Promotor rebate fotos levantadas pela defesa
"Se você colocar zoom em uma das fotos vai perceber que um dos desenhos é de 2016, em um contexto bem anterior ao que ocorreu", criticou o promotor Cleander Cesar da Cunha Fernandes a respeito das fotos e desenhos levantados no laudo da Elise Karam Trindade. A psicóloga alegou que as fotos com as crianças e Georgeval sorrindo representavam uma boa relação entre o acusado, o filho e o enteado.
Ministério Público inicia réplica e julgamento é retomado
Promotores terão mais uma hora para expor acusações contra Georgeval.
Juiz dá pausa para o almoço
Julgamento será retomado às 15h, quando MPES decide se pedirá réplica.
Georgeval se emociona durante exibição de filme
Enquanto defesa exibia o filme "Justiça em Chamas" Georgeval começou a chorar.
Defesa termina exposição e pede absolvição de pastor
Advogados pediram para que os jurado entendam que não houve crime por parte de Georgeval e terminam primeira parte do debate.
Defesa exibe o filme "Justiça em Chamas"
Advogados exibiram o filme "Justiça em Chamas", comparando o ocorrido com o caso Kauã e Joaquim. A obra conta a história de Cameron Todd Willingham (Jack O'Connell), acusado de planejar um incêndio criminoso em sua própria casa para matar suas filhas, no Texas, Estados Unidos.
Pedro Ramos cita dono da casa onde família morava
Advogado do pastor citou que o acusado recebeu no dia seguinte ao incêndio uma visita do dono da casa onde a família vivia e que teria havido uma conversa entre o proprietário e Georgeval sobre a condição da fiação do imóvel. "Se for o caso, que se suspenda o julgamento para que ele (dono da casa) seja ouvido", declarou.
Advogado afirma que encarceramento foi injusto
"O que pode ser decidido aqui hoje pode servir inclusive para questionamentos em outros processos. Se a perícia usada aqui é utilizada em outras cidades do Espírito Santos, quantas pessoas mais não podem ter sido encarceradas injustamente?", declarou Pedro Ramos. "Existe uma sanha acusatória sem fim e não há lealdade acusatória. A advocacia não se faz de joelhos, somos o último tentáculo contra o Estado", manifestou.
Pedro Ramos critica dispensa de testemunhas
Advogado de Georgeval criticou o Ministério Público e os assistentes de acusação por terem dispensado 13 testemunhas de acusação, incluindo os peritos que fizeram os laudos após o incêndio que matou Kauã e Joaquim. "Não sei por qual motivo dispensaram todos os peritos. Qual o receio da acusação? Retiraram de vossas excelências (jurados) o direito de saber se os laudos são fidedignos. Qual o intento da acusação em esconder provas?", declarou Pedro Ramos. "O Brasil quer saber o que aconteceu na noite do dia 21 de abril, e ontem, pela acusação, foi retirado esse direito do povo", evidenciou.
Delegado não pediu perícia no órgão de Georgeval
"Se tivesse havido esse tipo de contato, ejaculação dentro do corpo das crianças, necessariamente haveriam lesões no pênis de Georgeval. O delegado deveria ter solicitado perícia no órgão genital de Georgeval em busca de fissuras e isso não ocorreu", finalizou a advogada de defesa.
Espermatozoides não foram encontrados, diz advogada de defesa
"Supondo que esse PSA fosse decorrente de ejaculação, deveria ter sido encontrado também espermatozoides e os laudos mostram que não encontraram. Não foram encontrados espermatozoides. Se encontrou PSA deveria ter encontrado espermatozoide. E se tivesse encontrado, deveria ter solicitado ao delegado para colher material genético de Georgeval para comparar", alegou Florence.
PSA no ânus das crianças
"Perguntei ao doutor Hewdy se nessa foto (imagem do cadáver das crianças) seria possível localizar o ânus da criança, ele disse que não e eu também não consigo. PSA também pode ser encontradas em mulheres e no leite materno. Foi encontrado no SWAB anal feito nas crianças, para ele ser um sinal de certeza de violência sexual deve estar corroborado com outros elementos. Só o PSA não é suficiente para indiciar que houve violência sexual", declarou.
Alegações de tortura
"Se essas torturas foram suficientes para deixa-los inertes sob chamas de fogo não seriam simplesmente ferimentos externos", alegou Florence. "Eu não estou aqui para falar que ele é santo, o meu papel aqui é para mostrar o que consta nas pericias nos autos e os senhores decidem", prosseguiu. "O que pode ter causado essa inércia é que eram crianças que estavam dormindo e acordaram em uma situação aterrorizante e pode ter havido confusão mental, acredito que a rapidez do incêndio e a inércia das crianças foi o que causou essa fatalidade", explicou.
Sangue das crianças e tortura
A advogada Florence Rosa, que faz parte da defesa de Georgeval, cita que a acusação justificou a inércia das crianças em não terem fugido do fogo sob a alegação de que os meninos haviam sido torturados. "Gotículas de sangue no banheiro não significa dizer que o sangue era, necessariamente, daquele dia, porque o luminiol aponta apenas a existência de sangue, não a data", argumentou. "O sangue encontrado no banheiro era do Joaquim, ele tem problema de sangramento nasal, não era sangue de Kauã", ponderou.
Defesa inicia participação no debate
Exposição da tese começou com o advogado Pedro Ramos.
Acusação conclui fala
Após uma hora e meia, o promotor Claudeval França Quintiliano concluiu a exposição da tese defendida pela acusação. O juiz deu uma pausa de cinco minutos e, na sequência, será a vez da defesa de Georgeval apresentar sua versão.
Promotor critica laudo pedido pela defesa
Claudeval França Quintiliano criticou o laudo pedido pela defesa do pastor o qual aponta que ele não é psicopata e também não tem “perfil pessoal de autor dos crimes de homicídio, tortura e abuso sexual”. "Essa lambança, esse tipo de coisa é para enganar a sociedade", declarou o promotor.
Promotor mostra mais imagens dos corpos das crianças
Durante a exposição da acusação, o promotor mostrou mais imagens dos corpos das crianças periciados após o incêndio, alegando que os cadáveres estavam preservados e que era possível sim constatar o local onde o PSA foi localizado nelas.
"Covarde fugiu sob a alegação de asma"
"Não houve tentativa de fuga das crianças, mas houve tentativa de fuga desse covarde para a rua, porque estava preocupado com a asma dele. Enquanto crianças inocentes não tiveram oportunidade de fuga, esse covarde fugiu sob a alegação de asma. O covarde fugiu porque, supostamente tem asma, enquanto crianças inocentes estavam queimando, torrando, sem que tivessem possibilidade de fuga", afirmou Claudeval França Quintiliano em tom elevado de voz no plenário.
Promotor mostra fotos dos corpos das crianças
Em uma projeção na parede do tribunal, Claudeval França Quintiliano, do MPES, mostrou fotos dos corpos das crianças após o incêndio e declarou: "Enquanto isso esse covarde estava preocupado com a asma dele. Você não é homem! Não posso dizer que não é animal porque respeito os animais", gritou o promotor contra Georgeval.
"Possibilidade alguma de se defender"
"A sua asma é mais importante que o corpo de duas crianças?", questionou Quintiliano. "A única pessoa responsável pela defesa das crianças era ele, mas ele estava preocupado em queimar os pezinhos", afirmou em elevado tom de voz no salão do júri.
MPES inicia debate
O promotor Claudeval França Quintiliano, do MPES, iniciou o debate, chamando Georgeval de covarde e criticou as análises psiquiátricas solicitadas pela defesa do pastor. Ele entregou um documento relativo ao processo para os jurados lerem e avaliarem. "Ele está sendo é esperto, está querendo enganar, porque se alega que tentou salvar essas crianças, se o único local com fogo era no quarto das crianças, e não tem como justificar que não tinha marca relevante no corpo, precisa fazer esse ajuste", cita o promotor a respeito da mudança de versão de Georgeval.
Georgeval entra no salão do júri
Georgeval havia regressado para o presídio em Viana, após o encerramento do primeiro dia de julgamento, na madrugada desta quarta-feira (19), e voltou para Linhares durante a manhã. Ele veste, novamente, camisa social branca, calça cinza, chinelos e usa um óculos de grau. Dentro do salão do júri, policiais penais com colete balístico e armados fazem a segurança dele.
Juiz dá início a segundo dia de julgamento
Tiago Favaro Camata abriu a sessão em que ocorrerá o debate entre o Ministério Público, assistentes de acusação e defesa. É o momento onde cada parte expõe suas convicções ao conselho de sentença composto por sete pessoas.
Conheça como é o interior do Fórum de Linhares
Na foto abaixo tirada pelo repórter fotográfico Carlos Alberto Silva é possível conferir como é o interior salão do júri, do Fórum Desembargador Mendes Wanderley, em Linhares. Ao centro, fica o juiz e à direita dele os auxiliares. À esquerda senta o Ministério Público, responsável pela acusação, e na frente os assistentes. O réu fica sentado na cadeira na frente do magistrado.
Resumo do primeiro dia
Primeiro dia de julgamento teve 16 horas de duração e foram ouvidas duas testemunhas de acusação: delegado Romel Pio e tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Benício Ferrari, além de duas testemunhas de defesa: o psiquiatra Hewdy Lobo Ribeiro e a psicóloga Elise Karam Trindade. MPES e assistentes de acusação dispensaram 13 testemunhas de defesa e Georgeval foi interrogado por cerca de duas horas.
Juiz encerra interrogatório de Georgeval
Tiago Favaro Camata encerrou o primeiro dia de julgamento e informou que júri será retomado às 10h da manhã desta quarta-feira (19), quando será realizado o debate entre defesa e acusação. O debate pode ter réplica e tréplica. Logo depois, os jurados votam pela condenação ou não do réu.
Pastor nega acusações e chora
Defesa apresenta vídeo de terceiro filho de Georgeval, em que a criança fala que o ama, e pastor se emociona. "Eu não incendiei os meus filhos, eu não abusei dos meus filhos e de nenhuma outra pessoa na vida. É a minha vida que está em jogo, a minha liberdade. Eu não sou essa pessoa, por mais que eu receba olhares igual agora, como se tivesse querendo voar em cima de mim para me matar, não só aqui como no presídio, eu não aguento mais essa situação, se eu soubesse, eu teria entrado naquele quarto e morrido, porque para mim seria melhor. Eu fiquei cinco anos preso e não pude falar, eu não pude expressar a verdade do que aconteceu", manifestou enquanto chorava.
Pastor afirma que dono da casa o procurou, alegando problemas na fiação do imóvel
"O dono da casa foi me procurar na manhã (dia seguinte ao crime) nesse hotel, a metros da casa onde aconteceu o acidente. Ele começou a chorar para que eu não falasse nada na mídia em questão a fiação da casa, com medo de ele ser culpado pela morte das crianças. A própria Juliana estava comigo", declarou. "Até peço desculpas, eu fiquei esse tempo todo sem poder falar e com medo das ameaças que venho sofrendo, mas eu precisava falar, me envergonho de ter mentido sobre ter colocado a mão e entrado no quarto, deveria ter falado a verdade. Eu tenho uma perspectiva de futuro de que eu posa provar a minha inocência para que eu não deixe esse legado para meus filhos de um monstro de um abusador, por que eu não sou essa pessoa, provar que tudo isso não passa de um engano, um erro, eu não cometi esse crime, eu não abusei dos meus filhos, não coloquei fogo neles, não quero deixar esse legado de uma história que não é verdadeira. Eu não sou essa pessoa", afirmou.
Pastor continua a narrar noite do incêndio
"Nesse período, Juliana faz uma chamada de vídeo para mim no WhatsApp e Kauã faz até um relato de algo ocorrido na escola. Desligamos o telefone, passa um período e eu disse para Kauã dormir. Ele foi para o quarto, subiu a escadinha da cama e quando eu estava dormindo ele pediu para eu orar por eles. Orei, a babá eletrônica estava ligada, o ar-condicionado também. Não fechei a porta do quarto deles totalmente, tomei banho, me despi, pois dormia de cueca. Não me recordo se acordei pelo barulho da babá eletrônica ou incomodo com a fumaça, quando despertei vi na babá eletrônica algo errado, aí comecei a perceber fumaça, no corredor percebi mais fumaça, bati na porta do quarto dos meninos e recebi um vácuo de calor, não entrei no quarto, fui para a sala, comecei a gritar desesperado, fui tentar voltar para o corredor, mas não conseguia voltar mais, estava muito quente, comecei a gritar pedindo ajuda, não estava conseguindo abrir a porta da sala, a passar mal, com falta de ar, com dificuldade até de gritar. Fui para a garagem e gritei de um lado para o outro, vi um carro e comecei a gritar", relembrou.
Noite do ocorrido na versão do pastor
"Era comum, antes de dormir, eu e Juliana fazer um chocolate, um toddy antes deles dormirem. Fui até a cozinha, fiz o chocolate, dei para eles. Joaquim dorme primeiro, levo ele para o quarto. Era um beliche com uma cama auxiliar. Na de cima ficava o Kauã, porque não tinha o problema dele rolar. Joaquim ficava embaixo e o outro filho na cama auxiliar", prosseguiu.
Sangramento em Joaquim
"Joaquim teve um sangramento nasal e eu da porta do banheiro falei para ele assoprar o nariz. Era comum acontecer com ele, ele tinha vários sangramentos nasais, levávamos ele ao médico, eu já tive na minha infância. Como era algo comum, não fiquei muito preocupado, era algo que estancava", contou o pastor.
Aconselhado por pastor
"Eu fui conduzido a tomar um tipo de atitude que nem eu e Juliana queríamos tomar, não queríamos sair de Linhares, mas o pastor aconselhava a ir para Governador Valadares, para um hotel, Conceição da Barra, enfim, começaram a conduzir agente no que falar, no que fazer, até na entrevista no dia do DML foi o pastor que saiu lá fora e foi falar com a mídia, queria que eu desse uma resposta para aquelas pessoas que estavam dizendo que eu era omisso. Eu não achava que era bom eu falar", declarou.
Primeiro depoimento em 24 de abril de 2018
Pedro Ramos questiona o pastor sobre a noite do dia 20 para 21 de abril de 2018 se ele recordava do primeiro depoimento prestado no dia 24, três dias após o incêndio. "No início desse processo eu estava com alguns advogados que a igreja havia indicado, mas não me recordo desse laudo do perito, de onde teria iniciado o incêndio", contou Georgeval. Pergunta se o pastor teria mentido sobre ter tateado a mão na beliche e Georgeval confirma que mentiu. "Nesses três dias, antes do meu depoimento, começaram alguns burburinhos de pessoas postando e falando que eu deveria ter entrado no quarto, isso começou a ser falado até entre a igreja, as pessoas chegavam em mim e questionavam. Eu não estava sozinho e, em momento nenhum fiquei sozinho. A partir do momento em que saí de casa pedindo ajuda não fiquei sozinho mais, vieram vários pastores de igrejas do ministério, não tive em nenhum momento, a não ser no momento em que eu dormia com Juliana e nosso terceiro filho. Quando acordávamos já tinha pessoas conosco. Eu menti porque essas pessoas começaram a falar que eu deveria ter entrado, deveria ter me jogado e feito alguma coisa", afirmou. "Os pastores começaram a falar para mim que não era bom passar a imagem, fiquei com medo de ser julgado, de não ter salvo meus filhos, de ter sido covarde, esse foi o motivo (de ter mentido)", declarou.
Pede para falar de Joaquim
"Eu queria explicar a minha ida à escola com Juliana em relação a Joaquim. Ele (Joaquim) relatou para a gente que um menino havia mexido no 'pipi' e no 'bumbum' dele. Era de costume nosso gravar com as crianças. Aprendi com meu pastor a gravar toda vez que tiver uma situação difícil, para que depois não fosse distorcido. Eu e Ju decidimos ir até a escola questionar as professoras sobre isso. Ele (Joaquim) não conseguia se explicar direito, era muito pequenininho", declarou. "Relatei para a coordenadora da escola os abusos que eu tinha sofrido e disse que não queria que o Joaquim passasse por isso. Eu não fui chamado à escola, eu fui até à escola para relatar o que havia acontecido", completou.
Depoimento de professora sobre choro de Kauã
"Sobre Kauã, elas (professoras) disseram que durante uma semana chorou muitas vezes e foi dito que ele pedia pela mãe. Eu era a pessoa com que mais frequência levava Kauã e Joaquim para escola com pessoas da igreja. Kauã ficou muito choroso porque não queria ficar na escola, queria ficar em casa", declarou o pastor. "Creio que é uma reação normal de criança, ficar em casa às vezes é mais divertido do que ir na escola. Joaquim tinha um pouco disso, mas depois se enturmou com os amigos e ficou normal", relembrou ao responder Pedro Ramos sobre a professora de Kauã relatar que criança estava chorosa na escola. "Kauã relatou que queria ficar em casa. A minha casa, por eu ser pastor, era cheia de gente o tempo todo, cheia de criança, o ambiente da casa era divertido. Lógico que eles preferiam estar em casa do que ir para escola. O motivo dele chorar é esse", finalizou.
Necessidade de cirurgia
"Eu precisava fazer uma cirurgia chamada postectomia, porque eu tinha excesso de pele no pênis e ocorria um estrangulamento, mas o médico disse que eu não poderia fazer porque precisava controlar a diabetes. Eu estava na transição da insulina para os comprimidos", contou durante o interrogatório.
Justificativa sobre comer durante depoimento
"Eu não me alimentei porque eu estava com fome, eu me alimentei porque eu tenho diabetes e estava há muito tempo sem comer", alegou Georgeval a respeito do questionamento do delegado Romel Pio, de que o pastor comia enquanto prestava depoimento. Advogado Pedro Ramos relembrou que o pastor foi atendido no Hospital Geral de Linhares (HGL), após o ocorrido, necessitando ser medicado com insulina.
Problemas de saúde
"Tenho asma desde pequeno, já fui internado algumas vezes, fiquei no balão de oxigênio, fazia uso de um remédio chamado Foraseq e desde então só tive crises pontuais. Depois da unidade prisional não pude mais ter esse remédio comigo e agora uso a minha 'bombinha' que recebi na unidade prisional. Depois desencadeei diabetes tipo II, devido a minha má alimentação e passei a me medicar depois de uma consulta", prosseguiu o pastor.
Relembra vida como cabelereiro
Georgeval diz que desde criança começou a se profissionalizar como cabelereiro, galgou degraus na profissão e conheceu Priscila em uma loja de surf, quando ela foi fazer uma avaliação para ele mexer no cabelo dela. Os dois começaram a namorar e casaram. Após oito anos de casamento, tiveram o filho Guilherme. "Quando eu casei com Priscila, não casei com ela no cartório, mas fizemos uma cerimônia, porque tínhamos comprado um apartamento optamos por não casar no cartório, para facilitar a compra e não juntar a minha renda com a dela. Planejamos nosso casamento por cinco anos, pagamos o buffet, algumas coisas", continuou.
Defesa começa a interrogar Georgeval
O advogado Pedro Ramos, que faz a defesa do pastor, pergunta sobre a vida de Goergeval. "Eu sou nascido em São Paulo, vivia minha vida praticamente em São Paulo, mas depois vim para o Espírito Santo com alguns propósitos, dentre eles o Ministerial fazia parte da Igreja Batista das Nações e conversei com meu pastor que tinha vontade de ir embora de São Paulo, devido a minha vida agitada, tinha mais de um salão, pedi que ele orasse e que se fosse da benção de Deus para eu vir para o Espírito Santo, também porque Juliana estava grávida e, em Linhares, ela disse que se sentia mais segura pois a mãe e o pai dela viviam na cidade", declarou o pastor.
Pedido da acusação indeferido
Juiz indeferiu pedido da acusação de fazer perguntas a Georgeval e permitiu apenas que os advogados assistentes registrassem os questionamentos. Assim, as perguntas puderam ser lidas no plenário, mas o pastor não as respondeu.
Perguntas para pastor
Defesa de Georgeval afirmou que pastor só irá responder perguntas dos advogados dele e dos jurados.
Início do depoimento de Georgeval
Georgeval se sentou de frente para o juiz, de onde vai responder às perguntas do magistrado, Ministério Público, assistência de acusação e defesa. Mais magro que em sua última aparição pública, ele está de camisa social branca, calça social cinza e chinelos.
Termina depoimento de testemunha e juiz dá pausa para janta
Georgeval será interrogado ainda hoje.
Conselho de sentença pergunta data das fotos
Conselho de sentença questionou se Elise Karam Trindade saberia a data das fotos em que Georgeval aparece sorrindo com as crianças ou quanto tempo antes do crime elas foram registradas. A psicóloga afirmou que não sabe. Perguntaram ainda se uma pessoa que cometeu o crime de estupro pode se arrepender do ato e apresentar comportamento psiquiátrico diferente depois e Elise disse que sim.
Primeiro dia de julgamento passa das 12h
Julgamento iniciado às 9h45 desta terça-feira (18) continua com oitiva da quarta testemunha e passa das 12h de duração. Elise Karam Trindade segue depondo, agora respondendo questionamentos do MPES.
Ministério Público questiona quarta testemunha
Promotores decidiram fazer o uso da palavra.
Juiz questiona psicóloga
Tiago Favaro Camata perguntou à psicóloga se os resultados dos laudos sobre o perfil do pastor mostram que Georgeval não cometeria os crimes pelos quais é acusado. Ela afirmou que seria uma possibilidade "muito improvável".
Influência exterior
"É natural que as pessoas possam mudar seu testemunho. Existe uma interferência social, a desejabilidade social. No primeiro depoimento, a vizinha fala que Georgeval era ótimo, depois muda de depoimento. Todo mudo está dizendo que ele é culpado, seria eu que iria dizer que ele não é culpado? Essa é uma das explicações. A outra é que a gente tem sempre a ideia de que o primeiro testemunho é o mais válido, quanto mais perto de um fato, melhor as nossas memórias", prosseguiu a psicóloga, alegando que as testemunhas podem ter mudado de versão quando foram ouvidas nas audiências de instrução, em função de influências sociais.
Causa do fogo dita pelo pastor
"Ele (pastor) não tem como avaliar (causa do fogo) porque é um homem médio, não um técnico. Todas as opiniões dele são possibilidades. Isso, inclusive, mostra a congruência do discurso, ele não aponta uma certeza, enquanto um psicopata cria toda uma narrativa. Ele traz, basicamente, a possibilidade de um curto-circuito no ar-condicionado", afirmou Elise Karam Trindade.
Defesa apresenta fotos de pastor com as crianças
Elise Karam Trindade afirmou que as fotos tiradas de Georgeval com as crianças mostram momentos de harmonia da família e não denotam sinais de que Kauã e Joaquim sofriam violência física ou sexual. Citou ainda que os desenhos feitos pelas crianças não excluíam a figura do pai. "Ele (Kauã) internaliza a figura do pai como algo positivo, necessário, que ele expõe espontaneamente. Os desenhos são a forma como as crianças expõem seus mundos internos", declarou a psicóloga forense.
Comportamento de Kauã com Georgeval
"Posso assegurar que nenhuma criança vítima de violência ou de maus-tratos não manifeste nenhum sintoma. As fotos, as tarefas da escola, a forma como Kauã se referia ao senhor Georgeval é uma escolha dele (Kauã), incompatível com o perfil de uma criança que tenha algum tipo de resistência àquela autoridade. Uma criança vítima de violência faz, de alguma forma, um afastamento do agressor. Não há indicativos de que essas crianças tenham sido torturadas ou violentadas sexualmente", afirmou Trindade.
Orientado a falar que entrou no quarto
"Ele trouxe essa informação com muita clareza de que queria ter entrado (no quarto), mas que não foi capaz. Existe uma coisa aí que é o instinto de vida, nós tentamos fugir dessa situação de perigo, ele agiu instintivamente e tentou agir do perigo. Quando ele recuperar a consciência, e que o pastor sugere a ele que não diga que não entrou no quarto, ele acata", afirma Elise Karam Trindade.
Começa depoimento de quarta testemunha
Elise Karam Trindade assinou o laudo sobre as condições psicológicas de Georgeval junto com Hewdy Lobo Ribeiro. "Nós temos aqui uma avaliação feita através de diversos indicativos. Utilizamos da entrevista psicológica forense, fontes colaterais de informação, testagem psicológica, testagem de psicopatia, análise documental e o conjunto de todas essas informações é que nos faz considerar que ele não apresenta as características dos crimes a ele imputados", declarou ao ser questionada pelo advogado de defesa Pedro Ramos.
Julgamento se aproxima das 11h de duração
Iniciado às 9h45, o primeiro dia julgamento se aproxima das 11h de duração.
Última testemunha será ouvida em instantes
Com o depoimento de duas testemunhas de acusação e uma de defesa, além da dispensa de 13 depoentes de acusação, o júri parte agora para ouvir a última testemunha de defesa. Após essa etapa, Georgeval é ouvido e o MPES e a defesa debatem.
Acusação afirma que não irá fazer questionamentos a psiquiatra
Tiago Favaro Camata encerrou o depoimento de Hewdy Lobo Ribeiro após MPES e assistentes afirmarem que não irão fazer perguntas ao depoente.
"Totalmente inviáveis de serem estudados"
Questionado pelo juiz, Hewdy Lobo Ribeiro afirmou que não leu todo o processo.
Juiz questiona psiquiatra
Tiago Favaro Camata perguntou se o laudo tivesse sido feito por outros profissionais poderia ter mostrado um resultado diferente. Hewdy Lobo Ribeiro afirmou que podem ser utilizadas outras metodologias com resultados distintos.
PSA nas crianças
Sobre o PSA (antígeno prostático específico) encontrado nas crianças, o psiquiatra afirmou que teve dificuldades para saber se a substância estava no ânus das crianças. "Meninos, independente da faixa etária, apresentam a presença de PSA", afirmou. Ele explicou ainda que o PSA é uma proteína, enquanto o espermatozoide é uma célula. "O que se tem para explicar sobre a presença de PSA é que ele era oriundo da próstata dos meninos", alegou.
Crime contra a dignidade sexual
Sobre a acusação de que Georgeval teria abusado sexualmente das crianças, Hewdy Lobo Ribeiro evidenciou que indivíduos que cometem essa prática tem algum nível de agressividade, impulsividade por drogas e jogos, além de alterações emocionais. "No caso de Georgeval, ele não tem essas alterações e nem históricas de autor de crime contra a dignidade sexual", declarou durante a oitiva. Citou ainda que não há nenhum registro de crime de Georgeval relacionado a esse tipo de crime sexual. "É uma acusação gravíssima. Pelos elementos subjetivos não tem histórico, comportamento. Nas questões objetivas não se captou nos corpos dos meninos material que tivesse a confirmação de presença de material genética de Georgeval", completou.
Indicativo de tortura
Questionado se Georgeval apresentava indicativos de que poderia ter praticado tortura contra as crianças, o psiquiatra afirmou que "um dos entendimentos teóricos da tortura diz respeito a um comportamento agressivo quer seja físico, moral ou psicológico de um individuo com o outro, como entre pai, filho e enteado" e que o entendimento da equipe que avaliou o pastor é de que tortura é "uma ação de longo prazo". Destacou que não haviam indícios de agressividade do pastor com as crianças, com base em informações colhidas com pessoas que conheciam Georgeval e o desempenho das crianças na escola. "O perfil criminal dele não se enquadra no conceito de tortura", finalizou.
Georgeval chora mais uma vez
Hewdy Lobo Ribeiro relembrou a vida de Georgeval, citando conflitos familiares do passado e a perda de uma filha antes da morte do filho e o enteado. Neste momento, o pastor voltou a chorar enquanto ouvia a testemunha de defesa.
Acusação: "Estratégia combinada dispensa a oitiva de 13 testemunhas"
Assistente de acusação Síderson Vitorino afirma que dispensa de 13 testemunhas foi estratégia combinada com MPES. "A estratégia visa deixar o todo o foco nas provas técnicas já expostas pelo delegado Romeu Pio de Abreu Junior e do Tenente Coronel Benício Ferrari Junior. As duas únicas testemunhas trazidas ao plenário pelos acusadores foram suficientes, segundo Vitorino, para formar consenso em torno da culpa de Georgeval. Com especial destaque à fala do Cel do Corpo de Bombeiros, que relatou detalhes importantes do incêndio. Dos quais se destaca a afirmação de que o incêndio foi provocado por ação humana com o emprego de agente acelerante derivado de hidrocarbonetos (gasolina, querosene ou oléo díesel)", informou por texto.
Georgeval chora
Georgeval chora enquanto advogado de defesa Pedro Ramos questiona psiquiatra sobre psicopatia.
Mudança de versão sobre ter entrado no quarto
Questionado sobre o motivo de o pastor ter dito que entrou no quarto para salvar as crianças e depois mudar de versão, Hewdy Lobo Ribeiro informou que o pastor disse ter sido orientado por outra pessoa. "Teria recebido orientação para falar em um primeiro momento que teria entrado no quarto, mas que foi uma orientação de um terceiro", afirmou o psiquiatra forense.
Laudo feito de forma pro bono
Hewdy Lobo Ribeiro afirmou que prestou o trabalho de forma pro bono e não recebeu recursos financeiros dos advogados de defesa de Georgeval para fazer o laudo. "Não teve recebimento pecuniário de vossa excelência (Pedro Ramos)."
Avaliação de Georgeval
Hewdy Lobo Ribeiro afirmou que analisou o comportamento do pastor dentro da prisão e ouviu pessoas idôneas que haviam convivido com Georgeval por "tempo razoável". "Essas analises mostraram o comportamento adequado dele (pastor) e bom relacionamento com o filho e o enteado", declarou o psiquiatra.
Pastor não apresentava adoecimento mental
"Nessa primeira avaliação com duração aproximada de duas horas telepresencial, trouxemos que descartamos a presença de doenças mentais graves e transtornos de personalidade, de maneira preliminar e ainda não consistente e definitiva. Solicitamos que, para ter sucesso e conforto e segurança nas conclusões, compensar as limitações da avaliação, pedimos protocolos médicos que tinham atendido Georgeval nesse tempo que ele estava recluso. Os profissionais e médicos deixaram registrados nos prontuários claramente que Georgeval não apresentava nenhum adoecimento mental", afirmou o o psiquiatra forense Hewdy Lobo Ribeiro.
Começa depoimento de testemunha de defesa
Após o júri ouvir duas testemunhas de acusação e o MPES dispensar outras três, começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa. O primeiro a ser ouvido é o psiquiatra forense Hewdy Lobo Ribeiro. Um laudo assinado por ele aponta que Georgeval não é psicopata e também não tem “perfil pessoal de autor dos crimes de homicídio, tortura e abuso sexual”. Ribeiro ainda é responsável por análises de outros acusados “famosos”, como a ex-deputada federal Flordelis, condenada por matar o marido; e Adélio Bispo, responsável pela facada que feriu gravemente o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a campanha em 2018.
Ministério Público dispensa 13 testemunhas de acusação
Julgamento foi retomado após intervalo de 20 minutos e MPES dispensou 13 testemunhas de acusação arroladas e que faltavam prestar depoimento. Depuseram duas: o delegado Romel Pio e o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Benício Ferrari. Agora, o júri passa a ouvir as testemunhas de defesa.
Depoimento de segunda testemunha é encerrado
Após perguntas de acusação e defesa, depoimento de tenente-coronel Benício Ferrari é encerrado. Juiz Tiago Favaro Camata deu um intervalo de 20 minutos e, em breve, iniciará depoimento de terceira testemunha.
Discussão sobre quantidade de água
Defesa questiona relatório do Corpo de Bombeiros, que traz a quantidade de 1,5 mil litros de água utilizada no combate ao incêndio na casa onde as crianças morreram. O número destoa da quantidade de 100 litros de água que, segundo Ferrari, seria suficiente para controlar um incêndio dessa magnitude. O tenente-coronel disse que o número presente no relatório é uma estimativa e que não acredita que essa grande quantidade de água foi utilizada na ocasião.
Falas de pastor eram incompatíveis, afirma tenente-coronel do Corpo de Bombeiros
"Tudo aquilo que ele me contou na segunda-feira seguinte ao crime era absolutamente incompatível com uma cena de incêndio normal. Fiz questão de nem assistir as entrevistas dele na televisão para não me contaminar", declarou.
Chave da casa dada a outras pessoas
Hobert Limoeiro questiona se pode haver a liberação de chave da residência para pessoas que não são moradores do imóvel, tendo em vista que o local tinha passado por um incêndio. Cita ainda duas pessoas que teriam recebido a chave, um homem chamado Andrew e um pastor. O tenente-coronel disse não conhece Andrew e afirmou que esse pastor era próximo da família e poderia ter autorização para receber a chave do local. "É, sim, (comum) em uma ocasião de incêndio em que não há indício de crime, entregar a chave para alguém próximo", explicou Ferrari, ressaltando que naquele momento não haviam indícios de crime.
Chave devolvida
Ferrari explicou que a chave da casa onde o incêndio ocorreu foi devolvida à família porque, naquele momento, não haviam indícios de crime. "Eu acho que devolvemos a chave na família nesse dia (do incêndio) porque não havia indícios de crime", explicou ao ser questionado pela defesa de Georgeval. "Não tenho lembrança de detalhes da cadeia de custódia da chave", pontuou.
Defesa questiona galão de combustível achado na casa
Defesa do pastor questionou o tenente-coronel sobre o galão com odor de gasolina encontrado na residência e afirmação de Ferrari de que o objeto seria irrelevante. "Ele é irrelevante porque se foi ele ou não foi ele... eu não posso afirmar que naquele galão foi transportado o combustível. Para nós não faz diferença se foi ele ou outro objeto em que o combustível foi levado ao cômodo", declarou. "A forma como o combustível foi introduzido lá (no quarto) não afeta em nada a conclusão da hipótese", continuou. "Para a conclusão da investigação, basta sobrar uma hipótese remanescente para concluir que aquela hipótese é a hipótese.", prosseguiu. "Eu tenho essas hipóteses e para a investigação de incêndio a hipótese remanescente basta, mas nesse caso, tivemos a confirmação laboratorial dela de que houve o uso de agente acelerante", finalizou.
Quantidade de combustível
Hobert Limoeiro questiona Benício sobre a quantidade de combustível necessária para fazer o quarto chegar a mais de 600 graus, como dito em outras ocasiões pelo tenente-coronel. "A partir de um ou dos litros já seria suficiente para acelerar o incêndio, ainda mais em uma superfície porosa como o colchão, não seria necessário muito", respondeu Ferrari.
Origem do incêndio
Advogado de defesa Hobert Limoeiro questionou o tenente-coronel sobre de onde teria partido o incêndio. Benício Ferrari afirmou que não sabe precisar de onde partiu, mas declarou que não foi no ar-condicionado.
Defesa começa a interrogar segunda testemunha de acusação
Juiz passa a palavra para a defesa fazer perguntas ao tenente-coronel Benício Ferrari, do Corpo de Bombeiros. Ele participou da construção do laudo pericial sobre o quarto incendiado onde Kauã e Joaquim morreram.
"Não tenho dúvidas", afirma tenente-coronel sobre incêndio ter sido provocado
Questionado pelo MPES a respeito dos métodos utilizados na perícia do Corpo de Bombeiros, Benício Ferrari afirmou que não tem dúvidas de que houve o uso de agente acelerante no incêndio e que o fogo foi provocado. "Minha certeza é científica porque usamos o método científico. Em alguns casos, como esse, a riqueza de dados é tão grande e a avaliação que a gente consegui chegar é essa certeza científica. Não tenho nenhuma dúvida das conclusões que cheguei", declarou.
Bombeiro cita agente acelerante
"Exames mostraram a presença de um agente acelerante derivado de petróleo naquele quarto. Conseguimos concluir que houve agente acelerante derivado de petróleo para fazer com que o incêndio fosse rápido de modo que a carboxihemoglobina não subiu nas crianças", declarou. "Foi retirada madeira de outros cômodos, para comparar e não restar dúvidas de que poderia ser material de limpeza naquele ponto onde houve o incêndio", completou.
Fonte de calor externa
"Não encontramos nenhum indício de que o incêndio poderia ter começado por qualquer um daqueles equipamentos elétricos. Não teve nem descarga elétrica, raios, e se ainda assim fosse, a casa estava protegida por outras três edificações muito altas A única fonte de calor restante seria externa introduzida na cena", declarou o tenente-coronel dos Bombeiros.
Teste computacional
"No computador a gente não conseguia fazer o fogo do ar-condicionado passar para a cama, reforçamos o modelo do ar-condicionado, mudamos o tipo de colchão, tudo para ver se a versão de Georgeval fazia sentido. Nem a versão de Georgeval 'turbinada' vingou", declarou Benício Ferrari.
Incêndio rápido
"Seria impossível que uma vítima estivesse naquele cômodo por seis minutos sem que a carboxihemoglobina subisse muito", declarou o tenente-coronel.
Crianças estavam vivas
Bombeiro detalhou que as crianças estavam vivas, mas respiraram monóxido por muito tempo. "A única situação em que a carboxihemoglobina aparece no sangue em baixa concentração é quando o incêndio é muito rápido. Uma das crianças tinha uma concentração tão baixa que seria o equivalente a um fumante passivo", declarou Benício Ferrari.
Bombeiro explica dinâmica do incêndio
Tenente-coronel detalhou que as crianças não saíram do local onde começou o incêndio, que se fosse normal e sem ação humana, teria demorado mais para consumir todo o quarto. "As crianças morreram por ação direta do calor e das chamas. Se fosse um incêndio normal, ele demoraria vários minutos para consumir toda a cama e começaria de cima, não debaixo."
"Enorme incompatibilidade"
"Diante dessa enorme incompatibilidade com que ele (Georgeval) estava me narrando, me comuniquei com o delegado Romel, que eu teria que colocar a hipótese de ação intencional opcional. Regressamos à cena do ocorrido, fui narrar tudo o que eu tinha percebido, todas as incongruências dos destroços com um incêndio normal e o motivo disso ser incongruente e também o que o Georgeval havia narrado sobre a causa-incêndio, já ia olhar para aquela cena imaginando o que ele (pastor) me narrou. Quando acabei de ouvir os peritos, soube depois que o Georgeval estava na cena acompanhando a perícia", explicou Benício Ferrari.
Choro estranho de pastor
"O choro me pareceu muito estranho. Ele mostrava as mãos para mim e eu não vi queimaduras na mão. Mostrou o rosto, mas vi que não havia nada chamuscado, a barba estava intacta. Sou instrutor de incêndio há mais de 20 anos, crio simulações de incêndios, eu sei que se essa fumaça chegou ao nível da cintura de um homem, na cabeça dele estaria a 600 graus, sei que jamais ele entraria em pé naquela fumaça, teria uma chance, talvez, se entrasse agachado, e ele dizendo que se queimou" explicou o tenente-coronel.
Segunda testemunha começa a depor
Benício Ferrari, do Corpo de Bombeiros, foi chamado pela corporação para contribuir com a análise e perícia da casa após o incêndio. "Fui acionado por volta das 3h da madrugada, estava acordado ajudando minha esposa a cuidar da neném. Vim para Linhares e cheguei para atender a perícia da ocorrência. Quando cheguei tinha gente da polícia, parentes e amigos fazendo a guarda do local e me esperando chegar para vistoriar o local", explicou.
Defesa de Georgeval pede dispensa de testemunha
Advogados de Georgeval pedem que o tenente-coronel Benício Ferrari, do Corpo de Bombeiros, seja dispensado. A defesa alega que ele se manifestou publicamente contra o pastor e que isso afetaria a imparcialidade do processo. O pedido, no entanto, não foi aceito pelo juiz. "Não há provas de que a testemunha tenha interesse em prejudicar o acusado. Ele manifestou essa opinião após ter acesso a todas as provas", declarou Tiago Favaro Camata. "Não vejo isso como motivo de não ouvi-lo como testemunha", completou.
Segunda testemunha é ouvida
Jurados ouvem agora o tenente-coronel Benício Ferrari, segunda testemunha a ser ouvida neste primeiro dia de julgamento.
Primeiro dia de julgamento é retomado
Após pausa de quarenta minutos para o almoço, o primeiro dia de julgamento foi retomado.
Depoimento de primeira testemunha é encerrado
Após duas horas, depoimento do delegado Romel Pio foi finalizado.
Conselho de sentença questiona relatos de crianças nas escolas
"Eu não me recordo se isso foi trazido pelo MPES ou se chegou no final do inquérito", afirmou Romel Pio.
Defesa e acusação discutem sobre questões de ordem
Defesa e acusação discutem no plenário sobre questões de ordem realizadas durante depoimento do delegado Romel Pio, primeira testemunha a ser ouvida nesta terça-feira (18).
Defesa questiona delegado sobre Georgeval ter pedido socorro
Defesa de Georgeval questiona delegado se o pastor não teria pedido ajuda na rua para ajudar a salvar as crianças. Romel Pio reforçou que ele só passou a pedir por socorro após uma pessoa conseguir entrar no imóvel.
Defesa começa a questionar testemunha
Após responder a questionamentos da acusação, o delegado Romel Pio, primeira testemunha, passa a receber perguntas da defesa de Georgeval.
Juiz concede intervalo
Foi concedido um pequeno intervalo para a defesa se preparar para os questionamentos à primeira testemunha.
Juliana não acreditava na acusação contra pastor
Delegado explicou que Juliana Sales, esposa de Georgeval na época, não acreditava nas acusações contra o marido em um primeiro momento. "Quando nós apresentamos para ela (Juliana) as provas, as conversas, parece que a ficha dela começou a cair", declarou.
Local violado antes da perícia
Delegado explicou que Georgeval tirou objetos de posição na casa antes do local ser periciado e afirmou que o depoimento dele não condizia com o que foi encontrado pela investigação. "Cenário que ele (pastor) relatava ter vívido não era condizente com o cenário encontrado. Não dava para perceber nenhum tipo de lesão condizente com o cenário de inferno que ele afirmou ter encontrado para salvar as crianças", explicou Romel Pio.
Georgeval matou as crianças, afirma delegado
"Em nenhum momento, a Polícia Civil buscou encontrar um culpado. Eu tive todo o cuidado do mundo, fui advogado por 8 anos e, a todo momento, busquei a verdade. Isso é demonstrado até no tempo que demorou para ele (Georgeval) ser levado à delegacia. No trabalho investigativo fui percebendo que a versão dele não se sustentava e, no final, a conclusão do trabalho não deixou dúvidas de que ele incendiou as crianças, matou as crianças", declarou Romeu Pio.
Incêndio no quarto
Romel Pio disse que a perícia do Corpo de Bombeiros comprovou que o quarto chegou a temperatura de fusão do alumínio e que apenas o incêndio no ar-condicionado não causaria isso. "Em hipótese alguma o incêndio teria ocorrido da forma que o acusado relatou. Foi utilizado software de ultima geração para simular incêndio, nem de perto o incêndio teria ganho a proporção que ganhou se não pela ação humana usando agente acelerante", declarou.
Investigação
Delegado Romel Pio relembra quantidade de pessoas envolvidas na investigação: quatro delegados, dois investigadores da Polícia Civil, mais de seis membros do Corpo de Bombeiros, além de mais de uma dezena de peritos.
Comportamento após a morte das crianças
Romel Pio afirmou que o comportamento de Georgeval era estranho após a morte do filho e do enteado. "Falava com euforia que tinha conseguido que o culto (após a morte das crianças) fosse filmado e transmitido. Ele foi em loja trocar roupa, foi ao shopping, tudo isso em um intervalo de dois ou três dias da morte. No dia de coletar o DNA das crianças, ele (pastor) tirou uma selfie dentro do elevador, sorrindo", contou o delegado.
Georgeval tentava conduzir exames e entrevista
"Ele procurou a imprensa e quis conduzir a forma como a entrevista seria realizada no DML de Vitória. Agiu da mesma forma no SML de Linhares, quis conduzir a forma como o exame de lesão seria realizado", relembrou Romel Pio.
Agente acelerante no incêndio
Delegado afirmou que só foi encontrado agente acelerante derivado de petróleo no cômodo onde as crianças morreram incendiadas. "Fizeram a coleta em outros cômodos da casa e não encontraram", explicou.
Violência contra as crianças
"O beliche delas (crianças) ficava em torno de 90 centímetros da porta de saída, um passo, e elas não esboçaram nenhum tipo de reação. O nível de carboxihemoglobina encontradas no organismo era tão baixo que não causaria nem sonolência, o que comprova que elas foram colocadas ali já desacordadas e isso impediu que elas saíssem do local", afirmou o delegado. Ele relembrou ainda que vizinhos escutaram gritos das crianças vindos da casa antes do incêndio começar.
Vestígios de sangue no banheiro e no escritório
Romel Pio relembrou que foram encontrados vestígios de sangue no banheiro e no escritório, onde o pastor relatou que estava com o filho e o enteado.
"Pessoas tentaram entrar sozinhas para poder ajudar"
Delegado disse que Georgeval ficou inerte, do lado de fora, e não saiu da casa para pedir ajuda. Quando questionado pelo MPES, evidenciou ainda que pastor não entrou para auxiliar as pessoas para ajudar a apagar o incêndio e, sequer, forneceu água, balde ou mangueira para controlar o fogo.
"Se mostrou frio"
"Se eu tivesse feito uma piada, ele teria sorrido naquele momento", declarou Romel Pio. O delegado contou ainda que Georgeval pediu um lanche e começou a comer enquanto prestava depoimento depois do ocorrido.
Delegado narra versão de Georgeval
"Ele informou que estava sozinho com as crianças, que a esposa dele na época havia feito uma viagem. Disse que saiu com as crianças para alguns locais, passou na sorveteria e depois foi para casa ver filme. Uma dela dormiu e ele levou até o quarto, o enteado continuou e depois foi levado também para o quarto para o dormir. Algum tempo depois ele disse que se deparou com imagens de chamas na babá eletrônica e as crianças pedindo socorro, quando ele foi até o quarto, colocou a mão na beliche, ouviu gritos das crianças, tentou colocar a mão na parte de baixo e não achou as crianças, o fogo se intensificou e ele foi para fora pedir ajuda. Na versão dele, ele tentou o tempo todo salvar as crianças, o que foi descartado nas provas testemunhais e periciais", afirmou Romel Pio.
Defesa pede que juiz indefira pergunta feita pelo MPES
Defesa de Georgeval pediu impugnação de perguntas feitas pelo MPES, alegando que os questionamentos seriam a respeito de opiniões pessoais da testemunha,. O pedido não foi aceito pelo juiz.
"Provas nos deixaram convictos", declara delegado
"Achei o comportamento dele (Georgeval) estranho. Ser estranho não era suficiente para saber se eu estava diante do autor do crime. Encaminhei ele ao DML e foi intensificado o trabalho investigativo com a oitiva de testemunhas e várias perícias. Todos os elementos produzidos que foram surgindo nos deixaram convictos de havia ocorrido um crime naquele local e a gente pediu a prisão temporária dele", afirmou Romel Pio. "Todas as provas nos deixaram convictos, com certeza absoluta de que ele (Georgeval) havia matado as crianças, abusado sexualmente delas", completou.
Primeira testemunha é ouvida
O delegado Romel Pio de Abreu Junior é a primeira testemunha de acusação a ser ouvida. Ele presidiu o inquérito na época e participou da investigação. "No primeiro dia, solicitei a ocorrência ao Corpo de Bombeiros. Até então, a gente tratou o caso como incêndio para preservar o luto dos familiares", declarou.
Jurados finalizam leitura da instrução do processo
Os jurados do conselho de sentença finalizaram a leitura da instrução do processo e o juiz dará início a segunda etapa, quando as testemunhas são ouvidas.
Promotor concede entrevista
Antes de entrar no Fórum de Linhares, o promotor Cleander Cezar da Cunha Fernandes, do MPES, conversou com a imprensa. Confira abaixo.
Veja acusações contra o pastor
Georgeval é acusado de cometer três crimes diferentes. Todas as acusações contra ele são duplicadas porque teriam sido cometidas contra duas vítimas. Confira aqui as acusações contra o pastor.
Agentes da Polícia Penal reforçam segurança
Pelo menos quatro agentes armados da Polícia Penal reforçam a segurança dentro do salão onde ocorre o julgamento.
Júri escolhido
Foram sorteadas seis mulheres e um homem para compor o conselho de sentença.
Jurada dispensada
Uma das juradas foi dispensada por ser amiga de uma testemunha que vai depor no julgamento. Pedido de dispensa foi feito pela defesa de Georgeval e aceito pelo juiz.
Começa sorteio do conselho de sentença
Sete pessoas serão escolhidas para compor o conselho de sentença.
Georgeval entra no plenário
Georgeval entra no salão do júri. O pastor dispensou a roupa utilizada no sistema prisional e está com calça cinza, camisa social branca, de chinelos, cabelo raspado e usando um óculos de grau. Ele aparenta estar mais magro desde a última aparição pública, em uma audiência ocorrida em 2019.
Testemunhas, defesa e acusação presentes
Testemunhas, Ministério Público e defesa de Georgeval estão presentes no plenário, assim como os 25 jurados. Sete serão selecionados para compor o conselho de sentença.
Juiz declara aberta a sessão de julgamento
Tiago Favaro Camata declarou que todos os jurados que integram o conselho de sentença estão presentes e declarou aberta a sessão que vai julgar Georgeval Aves.
Julgamento de Georgeval é retomado
Juiz Tiago Favaro Camata retoma julgamento de Georgeval.
Sem colete balístico
No dia 3, o advogado Pedro Ramos, responsável pela defesa de Georgeval, entrou no salão do júri vestido com um colete balístico, alegando preocupações com a segurança. Desta vez, os integrantes da defesa do pastor não estão com o item.
Polícia Militar reforça segurança
Agentes da Polícia Militar reforçam a segurança dentro do salão do júri. No lado de fora, uma equipe da Polícia Penal faz a segurança do pastor.
Defesa de Georgeval entra no plenário
Advogados de defesa entraram no salão do júri.
Assistentes de acusação se posicionam no plenário
Os assistentes de acusação Síderson Vitorino e Lharyssa Almeida entram no plenário e se posicionam.
Ministério Público entra no salão do júri
Membros do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), responsáveis pela acusação, entram no plenário.
Defesa de Georgeval já está no Fórum
Advogados do pastor chegaram ao Fórum de Linhares, mas ainda não entraram no salão do júri.
Georgeval chega ao Fórum de Linhares
O pastor chegou ao Fórum de Linhares acompanhado de agentes da Polícia Penal. O julgamento está previsto para começar 9h da manhã.
Júri é retomado duas semanas após adiamento
O julgamento de Georgeval Alves será retomado na manhã desta terça-feira (18), no Fórum de Linhares, duas semanas após a defesa do pastor abandonar o júri.
Defesa afirma que vai recorrer da multa
Defesa de Georgeval afirma para A Gazeta que irá recorrer da multa. Os quatro advogados foram multados pelo juiz Tiago Favaro Camata em 50 salários mínimos cada. Os defensores declararam nunca terem abandonado o plenário do júri, sempre trabalhando de forma proba e ordeira na construção da Justiça. "Se não tivéssemos certeza da inocência de Georgeval, não abandonaríamos o plenário, sabendo de ser multado em mais de R$ 250 mil. Ressalto os defensores ainda estarem atuando no caso de forma pro bono (gratuita)", declarou o advogado Robert Limoeiro.
Juiz mantém Georgeval preso e encerra sessão
Tiago Favaro Camata encerrou a sessão, determinou que o pastor continue preso e não aceitou o pedido para que o processo seja colocado em sigilo.
Juiz aplica multa para defesa e marca nova data
Juiz aplica multa de 50 salários mínimos para cada um dos quatro advogados e marca novo julgamento para 18 de abril, no Fórum de Linhares. Tiago Camata entendeu que a posição da defesa de Georgeval foi a de abandono de causa e determinou que Deo Moraes retorne para defender o réu como advogado dativo, caso não haja novo advogado constituído. Pedro Ramos declarou, no entanto, que continuará na defesa do pastor.
Juiz declara que defesa tenta procrastinar julgamento
"O caso em questão indica medida procrastinatória que visa a retardar o julgamento", afirmou Tiago Camata.
Juiz afirma que fórum se encontra na mais absoluta tranquilidade
Juiz Tiago Favaro Camata refutou alegação da defesa a respeito de insegurança em Linhares, destacando que determinou reforço na segurança.
Assistente de acusação afirma que defesa age com má-fé processual
"Os argumentos engendrados pela defesa, ao meu sentir, se constituem ao meu sentir obstrução do trabalho da Justiça e em verdadeiro ato de má fé processual, senão vejamos, não é crível que o conselho de sentença esteja contaminado antes mesmo de sorteado os nomes dos sete jurados, para compô-lo", manifestou Síderson Vitorino, que acompanha a família das vítimas.
MPES pede que julgamento seja remarcado e novo advogado dativo para pastor
"Diante do exposto, requer que seja redesignada a sessão do julgamento nomeando o defensor dativo, até em respeito à sociedade, família e instituições. Não cabe à defesa escolher o dia ou a hora do julgamento, mas vossa excelência (juiz), o que temos certeza que o fará. Enquanto isso, iremos nos debruçar mais ainda no processo, para que o churrasqueiro (Georgeval) seja condenado daqui pela sociedade", finalizou o promotor Claudeval França Quintiliano.
Promotor pede que defesa seja multada
"O MP requer que seja aplicada multa aos profissionais que fazem parte da defesa, pois abandonaram a causa". "Se possuem procuração para atuar no plenário e assim não fazem, evidentemente abandonaram o processo, ou o processo vai ficar no escaninho aguardando o bel prazer da defesa falar que está preparada para o julgamento", manifestou Claudeval França Quintiliano.
Promotor minimiza as ameaças sofridas pela defesa
"Nunca é demais lembrar que eventuais manifestações, sejam em redes sociais, ou mesmo através dos veículos de comunicações, não são motivos suficientes para desaforar o julgamento. Daí a razão pela qual agora venho alegar a suposta intranquilidade. Estamos há mais de três horas neste plenário e não visualizamos, ainda que minimamente, qualquer pessoa buscando agredir os profissionais que fazem parte da defesa", pontuou Claudeval França Quintiliano.
Promotor questiona defesa ter chegado com segurança no plenário
O promotor alegou que chamou a atenção do MPES o fato de a defesa de Georgeval ter chegado ao plenário acompanhada de seguranças e depois declarar que iria abandonar o julgamento. "Se os seguranças, que até onde imagino, requisitados para essa finalidade, estão nesse plenário, fico a pensar qual seria a finalidade da presença deles, pois, se estão presentes para uma certa finalidade, certamente estão até desqualificando os mesmos", declarou Claudeval França Quintiliano.
Promotor do MPES evidencia que advogado de defesa não fez cirurgia
Claudeval França Quintiliano disse que o advogado Pedro Ramos peticionou, no dia 7 de fevereiro de 2023, pedindo para que o julgamento de Georgeval não fosse realizado em março, sob a alegação de que tinha um procedimento cirúrgico agendado. Isso fez com que o juiz mudasse a data do julgamento para esta segunda-feira (3). O promotor afirmou, no entanto, que a cirurgia não foi realizada. "No meio tempo, a defesa informou que o procedimento cirúrgico não foi realizado sob os argumentos lançados aos autos", pontuou.
Defesa quer tumultuar julgamento, afirma promotor do MPES
O promotor Claudeval França Quintiliano, do MPES, declarou que a defesa de Georgeval busca tumultuar o julgamento. "Pelo que se percebe, trata-se de um fato para tumultuar o julgamento. Buscou-se adiar o julgamento", alegou.
Promotor do Ministério Público se manifesta e diz que advogado anterior não reclamou de ameaças
Após defesa alegar que abandonará o plenário, promotor do MPES registrou solidariedade ao cidadão linharense e capixaba que compõe o corpo de jurados desde o início, cuja pauta iniciou-se no final de fevereiro, sem que houvesse nenhum caso de parcialidade dos jurados. "É preciso lembrar, que esse julgamento foi pautado no dia 13 de março deste ano, tendo sido nomeado defensor dativo, atuante na comarca, que convive conosco, cuja família também mora aqui, e exerce sua atividade laborativa perante a este juízo, e em nenhum momento alegou que não estivesse à vontade para exercer sua atividade profissional. Ao contrário, chegando a mencionar para as pessoas do seu vínculo familiar e profissional que estava se preparando para o julgamento", declarou o promotor Claudeval França Quintiliano.
Defesa termina de redigir abandono de plenário
O advogado Pedro Ramos terminou de redigir e formalizar as alegações que levaram ao abandono do plenário. A Gazeta apurou que a defesa continua com Georgeval, mas se recusa a participar do julgamento em Linhares nesta segunda-feira (3), devido às ameaças.
Expectativa sobre julgamento
Juiz deve anunciar em instantes o que será feito, após defesa de pastor afirmar que abandonará o plenário alegando ameaças.
Família deixa plenário
Família das vítimas abandona o plenário e pede para que os advogados de defesa sejam multados. "Falso pastor", gritou uma das familiares.
Advogado de Georgeval afirma que abandonará plenário
Pedro Ramos relatou que a defesa abandonará o plenário "por ameaças sofridas pela defesa, não somente no âmbito pessoal como no familiar", e com a intensificação dessas não só no campo virtual nos últimos dias. "A advocacia criminal não se faz de joelhos", declarou. Ele evidenciou ainda que não existe imparcialidade do júri para que o julgamento ocorra em Linhares.
Jurados são escolhidos e juiz dá início a julgamento
Julgamento começou com mais de 1h de atraso.
Sorteio para definir o júri popular
Serão sete pessoas escolhidas. Ao todo, 25 convocados estão no plenário, o que corresponde a 100% de comparecimento. Cada parte, acusação e defesa, podem rejeitar até três pessoas.
Defesa de Georgeval entra no plenário
Com colete balístico, advogado Pedro Ramos e assistentes entram no plenário.
Julgamento começa
Juiz faz chamada dos 25 jurados e sete serão sorteados para compor júri.
Advogado de Georgeval com colete balístico
O advogado Pedro Ramos, que faz a defesa de Georgeval, está com colete balístico. A Gazeta apurou que a sugestão de usar o equipamento foi da presidência da Ordem dos Advogados do Brasil no Espírito Santo (OAB-ES).
Análises técnicas contra depoimento
A solução do incêndio aconteceu após cinco perícias na casa onde morreram os irmãos Kauã e Joaquim. Nas investigações foram usados exames como luminol, DNA e testes com fogo que ajudaram a identificar que a tragédia, na verdade, era um crime. O terceiro episódio do podcast sobre a morte dos irmãos relata o que dizem os laudos periciais.
Primeiro dia de julgamento de Georgeval
Julgamento estava previsto para começar 9h
Primeiro dia de julgamento de Georgeval, acusado de matar os irmãos Kauã e Joaquim
Atraso de 40 minutos
Início do julgamento passa de 40 minutos de atraso e defesa de Georgeval ainda não entrou no plenário.
Assistente de acusação se pronuncia
Siderson conversou com a imprensa antes de entrar no fórum.
Julgamento ainda não começou
Julgamento está atrasado em mais de 20 minutos e a defesa do pastor ainda não entrou no plenário.
Defesa de pastor chega ao Fórum
A defesa de Georgeval chegou ao Fórum de Linhares, mas ainda não entrou no plenário. Previsto para começar 9h, o julgamento ainda não foi iniciado.
Clima de tranquilidade na área externa do Fórum de Linhares
O clima na área externa do Fórum de Linhares é de tranquilidade. No início da manhã, apenas uma fila com advogados e estudantes que irão assistir ao julgamento e, por volta das 9h, apenas agentes da Polícia Militar que reforçam a segurança na região.
Defesa ainda não chegou
A defesa do ex-pastor Georgeval ainda não chegou ao julgamento, previsto para começar às 9h desta segunda-feira (3).
Defesa ainda não chegou
Conforme apuração de A Gazeta, se a defesa do Georgeval não chegar ou chegar e abandonar o caso, será nomeado um advogado dativo pago pelo Estado. O ex-pastor ganhará prazo para nomear a nova defesa e o júri será remarcado.
Promotoria e assistente de acusação chegam no plenário
A promotoria do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) responsável pela acusação e o assistente Siderson Vitorino, que representa a família das vítimas, entram no plenário.
Ex-pastor já está no Fórum de Linhares
O ex-pastor Georgeval chegou ao Fórum de Linhares acompanhado da Polícia Penal. A entrada dele ocorreu pela parte de trás do plenário onde o julgamento ocorrerá.
Incêndio comoveu o Estado
Na época do incêndio que matou Kauã e Joaquim, a família, inclusive o pastor, receberam solidariedade de todo o Espírito Santo, inclusive das autoridades. No mesmo dia da tragédia, Georgeval e Juliana chegaram a ir à igreja receber solidariedade de amigos. No primeiro episódio do podcast “Madrugada de Terror: a morte de Kauã e Joaquim” detalha os primeiros dias após o crime.
Reforço da PM
Com as alegações de ameaça feitas pela defesa, a Justiça solicitou reforço na segurança para realizar o júri de Georgeval. Segundo nota da Polícia Militar, na área externa e interna do fórum de Linhares, terá reforço de segurança.
Mãe não será julgada
A mãe das crianças, Juliana Alves Sales, não será julgada. Ela foi absolvida das acusações e não será levada a júri popular. O juiz André Bijos Dadalto, da 1º Vara criminal de Linhares, entendeu que não havia provas contra ela no processo.
Defesa quer suspender o julgamento
Os advogados de Georgeval alegam que o acusado sofreu ameaças de agressão e morte, por isso tentam adiar o julgamento. O presidente da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim), James Walker, chegou a sugerir em vídeo publicado nas redes sociais, no último sábado (1), para que a defesa do pastor deixe o plenário do Tribunal do Júri assim que tiver início a sessão de julgamento. Caso aconteça, o julgamento pode chegar a ser suspenso, segundo especialistas.
Começa júri popular
Começa nesta segunda-feira (3) o Júri Popular contra o pastor Georgeval Alves Gonçalves, no fórum de Linhares. Ele é acusado de homicídio duplamente qualificado, estupro de vulnerável e tortura contra o próprio filho, Joaquim Alves Sales, de 3 anos, e o enteado, Kauã Sales Butkovsky, 6 anos. O crime aconteceu no dia 21 de abril de 2018, na residência onde a família morava. O início do julgamento está previsto para às 9 horas desta manhã.
LEIA MAIS SOBRE O CASO KAUÃ E JOAQUIM
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.