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Empresário preso por vender armas ilegais no ES usava documentos falsos do Exército

Empresário preso por vender armas ilegais no ES usava documentos falsos do Exército

Segundo a Polícia Civil, esquema começou a ser investigado em outubro deste ano, após uma denúncia; suspeito dizia que tinha "caminho mais curto" para aquisição de armamentos

Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 14:31

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empresário de 39 anos preso no último dia 18 suspeito de comercializar dezenas de armas de forma ilegal na loja dele, no município de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, utilizava documentos falsificados com nome do Exército. Segundo a Polícia Civil, 48 armas foram apreendidas. O nome do investigado não foi divulgado. 

O titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), delegado Guilherme Eugênio Rodrigues, explicou que o esquema começou a ser investigado em outubro, após uma denúncia.

“As denúncias que nos levaram a investigá-lo começaram a partir do momento que ele vendia um documento que não existe. O Exército brasileiro não tem autoridade para permitir que um civil porte arma de fogo. Quem autoriza é a Polícia Federal, em situações muito excepcionais”, explicou o delegado.

O empresário, detalhou o delegado, é engenheiro mecânico e, de acordo com as investigações, é credenciado pela PF como armeiro (profissional habilitado a efetuar manutenção de arma de fogo). “Ele é conhecido pelos amantes de armas de fogo em Cachoeiro como um ótimo armeiro. E, mais recentemente, ele resolveu se transformar em um empresário do ramo de venda de armas de fogo. Mas, passou a alegar que dispunha de um caminho mais curto”, contou o delegado.

O "caminho mais curto"

Enquanto a aquisição de uma arma com autorização do Exército Brasileiro pode levar mais de um ano, na loja do empresário, em alguns casos, o equipamento era entregue no mesmo dia. “Imagina, de repente uma loja aparece e promete desembaraçar o procedimento burocrático com uma incrível agilidade, prometia eficiência maior, custo menor e conseguia entregar uma arma muitas vezes até no mesmo dia”, explicou o delegado.

O "caminho mais curto", segundo Rodrigues, era dizer aos clientes que a fiscalização e liberação para o uso seria feito por uma unidade do Exército no Rio de Janeiro, por isso a liberação do equipamento seria mais rápida. 

Segundo a polícia, 15 armas foram vendidas ilegalmente, desde o ano passado, e a maioria dos clientes são do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Também foi identificado que nove armas saíram do estoque da empresa de forma misteriosa.

Falsificação

A loja do investigado tem autorização para funcionamento e as armas entravam no estabelecimento de maneira legal. A falsificação de documentos começou, segundo a polícia, para que o homem pudesse obter mais lucro. 

“Ele tinha autorização para comprar armas nacionais, para importar não. Mas falsificou autorização para comprar equipamentos internacionais, bem como, para dar treinamento de tiro em um stand montado na loja e a documentação para habilitar a pessoa como CAC. Falsificou autorização para receber armas de terceiros. [...] E usava a documentação falsa para justificar a saída da arma do estoque”, explicou o delegado.

Aspas de citação

Ele prometia habilitar as pessoas para se tornarem atiradores, colecionadores e caçadores. Prometia a compra, venda, manutenção da arma e ministrava aulas teóricas e práticas. Verificamos que, para alguns, o processo junto à Polícia Federal foi feito de forma legal, mas as autorizadas pelo Exército são fraudadas

Delegado Guilherme Eugênio Rodrigues
Titular da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme)
Aspas de citação

Fechamento da loja

Durante a fiscalização Exército, no dia 18 de dezembro, ele mentiu e alegou ser tenente da corporação. O empreendimento, que foi aberto de forma legal, segundo Rodrigues, foi fechado e 48 armas foram apreendidas.

O sigilo bancário do empresário foi quebrado, com autorização da Justiça para aprofundar a investigação. “A suspeita é de que os documentos impressos sejam de papel oficial, mas com dados inseridos de forma fraudulenta. Ficou claro que o formato, o layout de apresentação era autêntico. O máximo que pode ter acontecido é o desvio de papel oficial, mas sabemos que o Exército não tem relação nenhuma com a confecção desses documentos”, informou Guilherme Eugênio Rodrigues.

*Com informações do g1 ES

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