"Uma coisa eu falo: ele atirou em um inocente. Inocente, trabalhador, não dá para entender esse tipo de coisa." O desabafo é de um empresário de 58 anos, tio de um jovem de 19 anos atingido na cabeça na noite de segunda-feira (5) no Bairro das Laranjeiras, na Serra. O homem estava com o sobrinho no carro quando os dois foram abordados por um suspeito armado, que começou a disparar quando o veículo acelerou.
O empresário, que preferiu não ser identificado, disse ao repórter André Falcão, da TV Gazeta, que o sobrinho, que é do interior de São Paulo, veio para o Espírito Santo na última quinta-feira (30) trabalhar em uma obra como ajudante de pedreiro. Após o dia de serviço, o tio, o sobrinho e o pai do rapaz foram até um supermercado.
Na saída, o tio resolveu ir abastecer. O pai do rapaz preferiu ir de carro de aplicativo, para chegar mais cedo em casa; seguiram caminho o empresário e o sobrinho. Na altura do Bairro das Laranjeiras, eles foram surpreendidos.
O empresário dirigiu até um batalhão da Polícia Militar, onde pediu ajuda. Uma viatura foi na frente, escoltando e abrindo o caminho até Unidade de Pronto Atendimento (Upa) de Castelândia, onde o jovem recebeu os primeiros cuidados.
O tiro entrou e saiu da cabeça do jovem, e o estado de saúde do rapaz é gravíssimo. "A primeira informação na Upa é de que a bala atravessou a cabeça dele. O médico até falou se eu quisesse ver sobre doar órgãos, porque o caso dele era muito grave. Segundo o médico, se ele sobreviver, pode ficar acamado para o resto da vida. No momento ele está em coma induzido", detalhou o tio.
A família está desolada. "A gente está todo mundo triste. A gente só trabalha, não mexe com nada de errado, com a vida de ninguém, e está nessa situação. Eles (os criminosos) levam a vida deles, não quero saber quem eles são, só quero trabalhar. Agora não sei o que a gente pode fazer, se posso continuar onde estou morando. Na verdade, eu pensava que isso só acontecia com os outros, que nunca ia acontecer na minha família, mas agora eu tenho que me acostumar ou sair daqui, ou fazer um plano funerário para mim e para minha família, o caminho que nós vamos, porque não dá para entender", relatou o empresário.
A Polícia Civil informou que "o caso seguirá sob investigação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra. Até o momento, nenhum suspeito foi detido. Informações podem ser compartilhadas de forma sigilosa por meio do Disque-denúncia (181). Essas informações podem ser cruciais para o avanço das investigações".
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