Repórter / fsena@redegazeta.com.br
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 12:46
A Polícia Civil deu detalhes sobre o homicídio do educador físico Hudson Batista Diniz, ocorrido em 17 de novembro de 2024, no bairro José de Anchieta, na Serra. Segundo as investigações, ele foi morto pelo gerente de uma distribuidora de bebidas próxima ao local do crime. Raul Alves da Silva, de 27 anos, foi preso em São José dos Campos (SP) pelo assassinato. Imagens divulgadas nesta quinta-feira (30) mostram a discussão que antecedeu o crime e o momento da execução (veja acima).
De acordo com o chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, delegado Rodrigo Sandi Mori, a confusão começou quando Hudson e a namorada chegaram à distribuidora. Ao entrar no local, a mulher esbarrou em Raul, que teria olhado para ela, o que incomodou Hudson. O homem questionou a atitude do gerente e o agrediu com um chute na perna e um empurrão.
Delegado Rodrigo Sandi Mori
Chefe da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da SerraDepois da discussão, segundo a polícia, Raul saiu para buscar uma arma já na intenção de matar Hudson como forma de vingança. Ele também levou a namorada, que, de acordo com o delegado, tentou impedir o crime. Enquanto isso, Hudson e sua companheira foram para casa, guardaram as bicicletas em que estavam, pegaram um veículo Toyota Corolla e saíram novamente de carro para buscar um lanche.
Na rotatória da Avenida dos Jacarandás, ainda em José de Anchieta, os veículos de Raul e Hudson se cruzaram. Raul sacou a arma e disparou contra o carro de Hudson. Um dos tiros atingiu a cabeça da vítima, que perdeu o controle do veículo e colidiu com um muro. Antes de deixar o local, segundo a polícia, Raul emparelhou seu carro ao lado do veículo da vítima e atirou mais três vezes.
Hudon chegou a ser socorrido e levado ao Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves, onde permaneceu internado por três dias, mas não resistiu aos ferimentos.
Imagens de videomonitoramento divulgadas pela Polícia Civil (veja acima) mostram a discussão entre Raul e Hudson momentos antes do crime. A vítima aparece no canto da imagem, de casaco branco, fumando, enquanto o suspeito, de camisa social vermelha, entra no estabelecimento. Hudson, então, caminha até a distribuidora.
Eles passam um pelo outro na frente do estabelecimento, momento em que Raul olha para a namorada de Hudson. Logo depois, Raul caminha na direção de uma Saveiro vermelha e Hudson dá um chute em um dos pés dele. Os dois se encaram por um momento até que Hudson empurra Raul. Outras pessoas aparecem, o suspeito entra na picape vermelha e deixa o local.
Filmagens de outro ponto mostram o momento do crime, que ocorreu logo após a discussão na distribuidora. Os dois carros se aproximam, os tiros são disparados e, depois, é possível ver o Corola batendo, como descrito pelo delegado.
Após o crime, Raul fugiu para São José dos Campos, em São Paulo. No dia 27 de dezembro, um trabalho conjunto entre a DHPP da Serra e a Divisão de Homicídios de São José dos Campos resultou na prisão do suspeito. Ele foi detido quando saía da casa do padrasto.
Ao ser interrogado, Raul confessou ter atirado, mas alegou legítima defesa. Ele afirmou que Hudson estaria armado e teria apontado uma arma para ele antes dos tiros. No entanto, o delegado Sandi Mori afirmou que essa versão foi descartada pela investigação, já que o suspeito começa a disparar assim que os carros se cruzam e nenhuma arma foi encontrada com a vítima.
Ele foi indiciado por homicídio qualificado por motivo torpe e por perigo comum, já que no momento dos disparos havia dois homens na calçada na mesma direção em que os disparos foram feitos. O delegado também informou que Raul está preso preventivamente na cidade paulista de São José dos Campos. O suspeito já possui uma condenação com base na Lei Maria da Penha.
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