O caso do adolescente de 15 anos que foi baleado pela prima, de 25, com um tiro de rifle na nuca, está sob investigação da Polícia Civil. De acordo com o delegado Fabrício Lucindo, titular da Delegacia Regional de Linhares, no Norte do Estado, o objetivo é identificar se houve crime, já que, até então, a informação é de que o disparo foi acidental, durante uma "brincadeira". O caso ocorreu na manhã de domingo (9), em um sítio na zona rural do município. A vítima segue internada em estado grave, na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da cidade, nesta segunda-feira (10).
Conforme declarações dadas à Polícia Militar no boletim de ocorrência, o disparo teria ocorrido de forma acidental quando a prima do rapaz pegou a arma, que pertence ao namorado dela, com a intenção de fazer uma “brincadeira” para acordar um grupo de jovens que dormia na propriedade. Os nomes dos envolvidos e local exato da ocorrência não serão mencionados no texto em função de a vítima ser menor de idade.
Inicialmente, o namorado, de 24, proprietário da arma, foi autuado por porte ilegal de arma e liberado após pagar fiança. Ele admitiu não ter o registro do rifle. A prima, que estava segurando o rifle, foi interrogada e liberada, já que o delegado de plantão entendeu que o tiro foi acidental.
“Esse caso veio para a delegacia. O pessoal do teleflagrante entendeu que não havia crime naquela conduta. Estamos reabrindo o caso hoje, vamos ouvir as pessoas novamente, pedir laudos periciais e vamos verificar se houve crime ou não na conduta da moça ou de outras pessoas”, disse o delegado.
A jovem relatou no boletim de ocorrência que a arma teria disparado sem que ela tivesse puxado o gatilho. Lucindo disse que o rifle será periciado pela Polícia Científica.
A autoridade policial afirmou que há várias nuances a serem observadas, como a possível prática de crimes de porte e posse ilegal de arma e de disparo de arma de fogo. Pode ser considerado também o dolo eventual, quando a pessoa assume o risco de matar, mesmo quando não há intenção.
A origem do rifle será apurada pela Polícia Civil. Segundo Lucindo, familiares relataram que a arma seria uma herança familiar.
Em nota, a defesa da prima afirmou que "ela está profundamente abalada com o ocorrido e, desde o primeiro momento, prestou socorro à vítima, forneceu todas as informações às autoridades e tem colaborado integralmente com as investigações. O caso segue em análise pela Justiça, onde a defesa demonstrará que se trata de uma trágica fatalidade, sem qualquer dolo ou intenção criminosa".
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