Desde que o Destacamento da Polícia Militar no Bairro da Penha, em Vitória, foi alvo de um ataque a tiros, no último dia 5, pontos de bloqueio foram montados no entorno da região. O objetivo, além de apreender armas e drogas, é encontrar 15 suspeitos envolvidos com o tráfico. Alguns fugiram da cadeia, outros não voltaram após o benefício de saída temporária, e tem até procurado com condenação de mais de 100 anos de prisão.
A lista dos 15 procurados por crimes como tráfico e homicídio foi divulgada pela Polícia Militar. Os destaques ficam para Fernando Moraes Pimenta, o Marujo, e para Ivan Machado Glicério, conhecido como Ivan Neguinho ou Nego Ivan.
Marujo é considerado o traficante mais procurado do Espírito Santo. Com nove mandados de prisão em aberto, ele é o chefe do tráfico de drogas do Bairro da Penha e Bonfim, na Capital, e responde diretamente à cúpula da liderança do Primeiro Comando de Vitória (PCV), facção que comanda a região e se estende a vários bairros – não só na Grande Vitória como no interior do Estado.
Como a cúpula da facção está na cadeia, Marujo, que está do lado de fora, põe em prática as ordens dos líderes.
Já Ivan, que também atua no Bairro da Penha, tem quatro mandados de prisão em aberto. De acordo com o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Douglas Caus, as condenações do criminoso somam mais de 100 anos de prisão. Veja, abaixo, a ficha dos 15 procurados:
Cerco e pontos de bloqueio
Nesta terça-feira (11), segundo o coronel Caus, 33 pontos de bloqueio foram feitos no entorno do Complexo da Penha. "O perímetro de policiamento está em torno de 15 km. Está pegando a Avenida Leitão da Silva, Ponte da Passagem, Jucutuquara. São 33 pontos de bloqueio, com 150 homens, no sentido de prender 15 indivíduos que estão nessa região com mandado de prisão, dentre eles o Marujo."
De acordo com o comandante, esses pontos vão se modificar ao longo dos dias, focando em locais apontados pelo setor de inteligência. "São pontos onde os criminosos entram com munições, armas, pontos de venda de drogas; são pontos onde esses 15 indivíduos mais frequentam."
Início da tensão
No dia 25 de junho, um paciente de 68 anos, identificado como Daniel Ribeiro Campos da Silva, morreu após ser atingido por uma bala perdida durante um tiroteio em Gurigica. Ele estava internado há dois anos em uma clínica de cuidados paliativos.
Ataque ao DPM e sargento baleado
Dez dias depois, na última quarta-feira (5), um sargento da Polícia Militar foi baleado no braço direito no Bairro da Penha. Jocelino Alves Freitas foi atingido após um homem efetuar disparos contra o Destacamento Policial Militar (DPM) da localidade. Apesar do ferimento, o policial passa bem e até gravou um vídeo para tranquilizar amigos e parentes (veja abaixo).
Suspeito de atirar em PM é morto
O principal suspeito de ter atirado contra o militar foi morto por integrantes do tráfico de drogas na manhã do dia seguinte, em Gurigica. Segundo o comandante-geral da corporação, coronel Douglas Caus, as primeiras apurações dão conta de que Luciano da Silva Pereira teve um surto psicótico quando atacou o DPM da comunidade.
Novas mortes
Já entre a sexta-feira (7) e o sábado (8), dois homens foram mortos após novos confrontos envolvendo traficantes e policiais militares. O primeiro conflito ocorreu no Bairro da Penha, por volta das 22h30. Segundo o secretário de Estado da Segurança Pública, coronel Ramalho, equipes faziam patrulhamento na região quando foram surpreendidas com disparos de arma de fogo e revidaram. Na ação, Natanaeliton da Mota, de 24 anos, morreu após ser baleado.
Um novo tiroteio ocorreu horas depois no bairro Bonfim, e outro homem acabou morto, por volta das 7h30. Na ocasião, a PM informou que, durante o reforço de patrulhamento na região, militares constataram que criminosos fizeram barricadas para tentar impedir a presença deles. Ainda durante o conflito, uma viatura da corporação foi apedrejada.
LEIA MAIS SOBRE O CASO
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.