O secretário especial de Desenvolvimento Social, Lelo Coimbra (MDB), cargo abrigado no Ministério da Cidadania, ganhou uma sobrevida no governo federal pelo menos até o carnaval. Ele foi nomeado na vaga em 2019 pelo ex-ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB), que deixou a pasta e voltou para a Câmara dos Deputados. Nesta segunda-feira (17), Lelo, Osmar e o novo dirigente do ministério, Onyx Lorenzoni (DEM), se reuniram e o ex-deputado federal capixaba recebeu a garantia de que continua no cargo, pelo menos por enquanto.
Segundo Lelo, o encontro serviu para mostrar a Onyx o andamento dos projetos que estão sendo tocados no Ministério da Cidadania. A secretaria que o capixaba ocupa é a que cuida do Bolsa Família, que passa por reformulação. O novo ministro, que toma posse nesta terça-feira (18), disse na reunião que ainda não definiu sua nova equipe. Para Lelo, este processo de transição é natural e que Onyx demonstrou que vai trazer pessoas novas, mas que vai manter alguns nomes.
"Até a semana depois do carnaval, a gente vai seguir trabalhando, ouvindo o novo ministro, as estratégias e as proposições que vão ser trabalhadas no momento em que ele assumir. Não tem prazo estabelecido (para a transição). Onyx já demonstrou que terá alguns nomes para o setor executivo do ministério, mas que também que vai querer manter algumas pessoas, que já estão agregando. Ele disse que quer oxigenar o Bolsa Família, modernizá-lo, para que ele priorize sempre os mais pobres", explica o ex-parlamentar.
Onyx Lorenzoni assume o Ministério da Cidadania depois de ter sido fragilizado à frente da Casa Civil, que já havia perdido funções e protagonismo. O demista, no entanto, é um aliado de primeira hora de Bolsonaro e, assim, não ficou sem abrigo.
Os motivos da saída de Osmar Terra do ministério ainda não foram divulgados pelo governo federal. Sua retirada acontece após denúncias de que a pasta teria contratado uma empresa de Tecnologia da Informação suspeita de ter sido usada como fachada para desviar R$ 50 milhões durante o governo Temer. A informação foi revelada pelo jornal "O Estado de São Paulo".
Contudo, Lelo ressalta que a relação entre o MDB e o governo federal ainda é boa. "O governo federal não trabalha com indicações de partido, ainda que tenha alguns nomes de caciques partidários ocupando cargos importantes. O MDB tem votado com o governo, acredita nas iniciativas das reformas econômicas, primeiro com a Previdência e agora com a tributária. No mandato passado (com Temer), nós tentamos fazer algumas delas, mas, por ser um mandato tampão, nos tiraram a capacidade de tomar grandes decisões. Esse é o projeto único, virou uma agenda suprapartidária, e o MDB se encaixa neste desenho", afirma.
O cargo que ocupa no ministério dá direito a Lelo a uma remuneração, de acordo com o Portal da Transparência da União, de R$ 47.211,27. O salário ainda sofre um abate-teto, ou seja, um desconto, de R$ 7.919,94. Após todos os descontos, recebe R$ 32.433,88 (líquidos). A cifra é resultado não apenas do salário do cargo comissionado, mas da aposentadoria. A soma das remunerações, segundo Lelo, ultrapassaria o teto do funcionalismo. Por isso, "toda a diferença é glosada. O cargo não me agrega remuneração, pois fica no abate-teto", respondeu.
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