> >
Armandinho e mais três investigados no ES vão usar tornozeleira

Armandinho e mais três investigados no ES vão usar tornozeleira

Ministro do STF Alexandre de Moraes ainda proibiu o grupo de usar rede social e de se comunicar entre si. Passaportes também serão cancelados

Publicado em 19 de dezembro de 2023 às 00:03

 - Atualizado há um ano

Jackson Rangel, Max Pitangui, Fabiano Oliviera e Armandinho Fontoura foram alvo de mandado de prisão em operação autorizada pelo STF
Jackson Rangel, Max Pitangui, Fabiano Oliveira e Armandinho Fontoura foram alvo de mandado de prisão em operação autorizada pelo STF Crédito: Divulgação

Ao conceder liberdade provisória ao vereador de Vitória Armandinho Fontoura, ao jornalista Jackson Rangel, ao radialista Max Pitangui e ao pastor Fabiano Oliveira na segunda-feira (18), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou também que eles cumpram algumas medidas cautelares. A principal delas é o uso de tornozeleira eletrônica.

Segundo informações apuradas por A Gazeta, eles não estarão autorizados a sair da cidade onde moram e deverão ficar em casa durante a noite e aos finais de semana.

Outras exigências feitas pelo ministro ao grupo são: 

  • Comparecimento semanal em juízo
  • Proibição de sair do país
  • Cancelamento dos passaportes dos investigados
  • Suspensão do porte de arma, caso houver
  • Proibição de usar redes sociais
  • Proibição de se comunicar com os demais investigados por qualquer meio 

Caso não cumpram, eles podem voltar a ser presos. Com exceção de Max, os demais investigados estavam detidos há um ano e ainda não tinham sido sequer ouvidos.  

Desde então, Jackson, Armandinho e Fabiano estavam na Penitenciária de Segurança Média I, em Viana e Max, no presídio da Papuda, em Brasília. 

A decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou as prisões, se baseou em requerimentos apresentados pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES). A suspeita é de que os alvos formariam uma milícia digital para propagar fake news e que teriam promovido ataques às instituições democráticas, notadamente o STF, através de postagens nas redes sociais. 

Apesar de a prisão ter se estendido por um ano, até o momento nenhum deles foi formalmente acusado ou julgado.

As defesas de alguns dos acusados alegam que havia abuso de autoridade e violação de direitos nas prisões. Eles afirmam que o procedimento que levou à decisão de Moraes é inconstitucional. Isso porque a petição direta da Procuradora-Geral de Justiça do MPES ao ministro Alexandre de Moraes usurpa a competência da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR, inclusive, era contrária a manutenção das prisões, como mostraram documentos obtidos por A Gazeta

A defesa de Armandinho, feita pelo advogado Carlos Zaganelli, afirmou que o vereador está feliz com a decisão de Moraes e que vai tirar os próximos dias para cuidar de si e da família.  Gabriel Quintão Coimbra, advogado de Jackson Rangel, ressaltou, em nota, que após 12 meses, o STF acolheu as petições da defesa e permitiu que o jornalista e os demais presos passassem o Natal com suas famílias. (veja íntegra das notas abaixo). 

Nota da defesa de Jacskon Rangel

Após mais de 12 meses encarcerados, o STF acolhe as petições da defesa e determina a soltura do jornalista Jackson Rangel, Max Pitangui e de outros presos políticos. 

 Essas pessoas passarão o Natal com suas famílias. É uma satisfação pessoal e profissional proporcionar essa vitória a essas pessoas, difícil de ser dita em palavras.

 Hoje, é um dia em que o Estado Democrático de Direito será celebrado. E os valores civilizatórios reafirmados. O STF compreendeu o excesso da prisão e sua desnecessidade. Essa história será contada às futuras gerações, pelo nosso testemunho e nos livros de história do país. 

 Agradecemos a todas as vozes, em âmbito local e nacional, que torceram e se manifestaram em favor dessas pessoas. Foram milhares de vozes, que não serão jamais esquecidas. Agradecemos à equipe de advogados, que lutaram incansavelmente, apesar da solidão institucional e pessoal dessa trajetória.

Escritório Gabriel Quintão Coimbra & Advogados Associados

Nota da defesa de Armandinho

Após 369 dias de absoluto cárcere, privado de exercer suas relações pessoais e o contato popular que o levou ao posto de representante popular na Câmara de Vereadores de Vitória, Armando Fontoura teve, nesta terça-feira, 19, revogada sua prisão por decisão do Ministro do STF Alexandre de Moraes.

Armandinho, como é conhecido no meio político, por amigos e eleitores, dadas suas características de amabilidade e presença nas comunidades, está feliz com a decisão, pois ela resguarda seus direitos como cidadão, apesar das medidas restritivas impostas pela Justiça.

Durante este ano em que cumpriu a pena de forma injusta e em um ambiente lúgubre onde sua fé foi provada diversas vezes, não esmoreceu. Ao contrário: continua confiando na Justiça de Deus e dos homens; acredita que a verdade será restabelecida e que o senso de Justiça prevalecerá nos corações das autoridades. Os próximos dias serão reservados a cuidar de si, da família e daqueles que não o abandonaram nessa jornada.

Atualização
19/12/2023 - 18:13hrs
O texto foi atualizado com a nota da defesa do vereador Armandinho Fontoura, enviada para A Gazeta pelo advogado Carlos Zaganelli no fim da tarde desta terça-feira (19)

Este vídeo pode te interessar

  • Viu algum erro?
  • Fale com a redação

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais