O vereador Armandinho Fontoura (Podemos) foi eleito presidente da Câmara de Vitória na manhã desta segunda-feira (1º). A eleição não é uma surpresa, uma vez que ele obteve na semana passada o apoio de oito vereadores, o que já era suficiente para elegê-lo, como antecipou a colunista Letícia Gonçalves.
Apenas a vereadora Camila Valadão (Psol) e Luiz Emanuel (Cidadania) votaram contra. Karla Coser (PT) e Leandro Piquet (Republicanos) se abstiveram. Os demais emitiram voto favorável à chapa única.
Armandinho é o vereador mais jovem desta legislatura, com 31 anos, e deve assumir a presidência da Casa a partir de janeiro de 2023. Ele ficará no posto até o fim de 2024. Até dezembro deste ano, permanece no cargo o atual presidente da Câmara, Davi Esmael (PSD).
Armandinho integra a base aliada do prefeito Lorenzo Pazolini (Republicanos), assim como Davi Esmael. Davi foi eleito no dia 1º de janeiro de 2021 para comandar o Legislativo municipal e, pelas regras, não pode tentar a reeleição.
O nome preferido dele e de Pazolini para ser o sucessor era o de André Brandino (PSC), mas foi Armandinho quem se viabilizou.
"Para registrar uma chapa é preciso sete assinaturas. Ele tendo nove (oito apoiadores e o próprio Armandinho), sobraram seis nomes. Naquele momento ele concretizou o fato de ganhar a eleição. Temos boa relação e o processo foi respeitoso”, disse Brandino durante a sessão.
Em seu discurso, Armandinho falou que o parlamento não vai tolerar ameaças, constrangimento e fake news das “forças de retrocesso”. Ele também fez elogios à gestão de Davi e listou algumas das ações que pretende implementar durante o mandato como presidente da Câmara.
“Vamos garantir acessibilidade, garantir a transmissão na televisão de todas as sessões para que o cidadão possa fiscalizar seus representantes, garantir o atendimento da sociedade com a criação do Procon Câmara e da Procuradoria da Mulher, garantir o teletrabalho aos servidores e uma Câmara itinerante, que percorra as nove regiões da cidade.”
Ele também anunciou a implementação de um aplicativo de celular para que haja um contato mais direto e maior participação da população no processo legislativo municipal. "Vai permitir ao cidadão ter acesso ao seu vereador em tempo real acompanhando as votações, as presenças, marcar agenda e falar direto com vereador."
Sobre seu posicionamento em relação à violência política de gênero, com os recentes episódios de ataques sofridos pelas vereadoras mulheres dentro do plenário, Armandinho minimizou e disse que o que acontece na Câmara é "debate político de parlamentares".
"O que acontece na Câmara é debate político de parlamentares. É um espaço de livre debate, na nossa nova gestão teremos tolerância zero de parlamentar pra parlamentar, homem ou mulher. Todos ali são parlamentares eleitos e nós somos regidos pelo regimento interno."
Armandinho também afirmou que pretende fazer um "revogasso", ou seja, uma revisão das lei que foram classificadas como "ultrapassadas" e sem serventia, visando a desburocratização. Ele diz que pretende ainda cobrar do Executivo o envio da revisão do Plano Diretor Urbano da cidade.
Armandinho já foi uma das lideranças do movimento Vem Pra Rua, que organizou manifestações contra a então presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2013 e 2015. Foi eleito em 2020, com 1.264 votos, em sua segunda tentativa de chegar à Câmara de Vitória. Ele também se candidatou em 2016, quando estava filiado ao DEM.
Ele também já foi servidor comissionado na Câmara, lotado no gabinete de Luiz Emanuel (Cidadania). Em 2015, ele viralizou ao aparecer em um vídeo batendo o ponto e saindo sem trabalhar. O vídeo era de 2013.
Na ocasião, afirmou que errou e que já amadureceu. Ao se justificar, disse ter seguido orientações do vereador, para conciliar a faculdade com o trabalho.
Hoje, Luiz Emanuel e Armandinho são colegas de plenário. Luiz Emanuel foi um dos únicos vereadores que votou contra sua eleição à presidência da Câmara. Ele era partidário da eleição de André Brandino.
Um a versão anterior dessa matéria dizia que os vereadores Karla Coser (PT) e Leandro Piquet (Republicanos) estavam ausentes na sessão. Essa informação não está correta. Eles estavam no local e se abstiveram de votar. A informação foi corrigida.
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