Uma aliança entre três lideranças tradicionais na política de Colatina tem sido desenhada contra uma eventual candidatura do atual prefeito, Sergio Meneguelli (Republicanos), à reeleição. O secretário estadual de Agricultura, Paulo Foletto (PSB), o deputado federal Josias da Vitória (Cidadania) e o deputado estadual Renzo Vasconcelos (PP) admitem articulações para apoiarem, juntos, um candidato competitivo na cidade. Por enquanto, nenhum nome foi definido e nem mesmo a união formalizada.
A situação de Meneguelli na disputa municipal é uma incógnita. O prefeito ainda não decidiu se vai tentar a reeleição em novembro. Nem mesmo o próprio partido sabe se ele vem ou não candidato. Ao que tudo indica, Meneguelli vai tentar manter o mistério até o dia da convenção municipal do Republicanos, marcada para o dia 13 de setembro.
A decisão deve ter um impacto significativo no pleito municipal. A presença de Meneguelli pode levar à formação de blocos de partidos, como o que tem sido articulado. Há quem avalie, contudo, que a união dessas forças políticas pode pressionar o prefeito a não entrar na disputa e que depois as siglas até desfaçam a aliança e lancem seus próprios candidatos.
Sergio pode enfrentar dificuldade diante de uma articulação como essa. Ele é uma ótima pessoa, mas como gestor tem dificuldade de fazer alianças. Para evitar o confronto, pode decidir não ser candidato, analisa um articulador político da cidade.
Enquanto isso, os partidos trabalham a todo vapor para construir um grupo de apoio em Colatina. O deputado federal Josias da Vitória, um influenciador da política local, afirma que "há possibilidade total" de união das lideranças e que tem procurado avançar nas conversas.
Da Vitória diz que outros partidos, como PSL, Avante e Podemos, também têm participado do diálogo.
"Ter vários partidos com as mesmas ideias se enfrentando em Colatina causa um grande problema porque divide a população e a chance de se eleger e colocar aquele projeto em comum em prática. Por isso estamos abertos ao diálogo e achamos necessária a construção de uma aliança", declarou Paulo Foletto, atual secretário estadual do governo Casagrande e deputado licenciado pelo PSB.
Apesar de ainda estar no campo da conversa, a articulação que vem sendo desenhada entre PSB, Cidadania e PP, nas figuras de Foletto, Da Vitória e Renzo, refletem o cenário da política estadual. Os três fazem parte da base aliada do governador Renato Casagrande (PSB).
Já Sergio Meneguelli integra o Republicanos, um partido que tem pré-candidatos que vão enfrentar aliados do Palácio Anchieta no pleito de outras cidades, como os deputados estaduais Lorenzo Pazolini, em Vitória, e Hudson Leal, em Vila Velha. Além disso, um dos grandes nomes do partido, o deputado federal Amaro Neto, é cotado para enfrentar Casagrande em 2022, em uma disputa pelo governo do Estado.
Uma das grandes dificuldades da construção da aliança encabeçada pelo trio casagrandista em Colatina tem sido encontrar um nome que seja unânime e competitivo. Todo mundo quer fazer parte, mas também quer ser o cabeça, afirmou o dirigente de um partido da cidade que tem feito parte das negociações.
Para isso, as conversas têm sido frequentes, algumas realizadas pessoalmente, e contando com análises de pesquisas internas, realizadas pelos partidos.
De acordo com Paulo Foletto, a articulação tem sido construída em torno de um projeto para Colatina, algo bem diferente do que tem sido realizado pela gestão atual. Apesar de o PSB já ter uma pré-candidatura majoritária na cidade, ele não nega que ela poderia ser retirada em prol de uma aliança política.
Não tenho dúvidas da capacidade técnica e competência do Rennan [Bragatto] como gestor. Ele é o candidato do PSB e tem meu apoio , afirmou. Mas pondera:
O próprio Rennan Bragatto sabe disso e também tem trabalhado para a construção dessa aliança. Já tive conversas com o Cidadania e o Solidariedade para caminharmos juntos. Assim como o PSB, eles também têm pré-candidatos a prefeito. Estamos avaliando quem está com melhor recall para achar um nome que agrega mais para ganhar as eleições, afirmou.
O deputado estadual Renzo Vasconcelos também confirma fazer parte das conversas. Apesar de o PP não ter um nome na disputa pela prefeitura, o parlamentar já declarou apoio ao pré-candidato do PDT, o médico Rogério Resende.
Eu tenho conversado muito com o Da Vitória e o Foletto sobre essa convergência de um nome, o grupo fica mais forte, melhor. O PDT tem um candidato com experiência em gestão, que eu apoio, e estou vendo se eles podem enxergar da mesma maneira.
Além dos pré-candidatos apontados pelos partidos, outros nomes têm surgido como opções desta aliança, como o de Pergentino Vasconcelos (Cidadania), pai de Renzo Vasconcelos e dono da faculdade Unesc e do Hospital Maternidade São José. Pergentino faz parte de um dos grupos com influência política e econômica em Colatina e a candidatura dele é vista como uma possibilidade que agrada o setor empresarial na cidade.
O Cidadania, no entanto, já tem a professora Maricelis como pré-candidata do partido, lançada inclusive por Da Vitória. Mas o deputado não nega que Pergentino também aparece nas opções da sigla em caso de uma aliança. Segundo ele, há possibilidade total de união com as lideranças partidárias já mencionadas para construir uma candidatura mais robusta.
Outro nome é o do próprio Renzo, que até então não tinha manifestado interesse em disputar o pleito eleitoral na cidade. Mas caso seja uma unanimidade no grupo, o parlamentar afirma que pode vir como um nome dessa aliança.
Em Colatina, o Republicanos ainda não avançou na construção de alianças, mas visa apoio do MDB, antigo partido de Meneguelli, e do PSDB. A eventual candidatura do atual prefeito deve atrair novos aliados para a disputa, que segue indefinida.
A reportagem de A Gazeta tentou, por diversas vezes durante a semana, falar com Sergio Meneguelli. Mas não houve retorno.
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