A pré-campanha na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, que vinha sendo desenhada desde o final do ano passado, teve seu desfecho nas convenções partidárias, cujo prazo final encerrou-se na última quarta-feira (16), com o lançamento de 12 candidaturas para as eleições municipais. O cenário pode mudar até 26 de setembro, último dia para pedidos de registro de candidatura à Justiça Eleitoral.
O prefeito Victor Coelho (PSB) vai tentar a reeleição e conseguiu reunir o maior número de partidos em sua aliança, com seis ao todo. Um de seus adversários é o atual vice-prefeito, Jonas Nogueira (PL), com quem Coelho está rompido desde o final de 2018.
Os dois também representam lados opostos do tabuleiro político do Estado: enquanto o prefeito é aliado e correligionário do governador Renato Casagrande (PSB), Nogueira é ligado aos bolsonaristas Carlos Manato (sem partido) e ao ex-senador Magno Malta (PL).
Outra liderança política do Sul do Estado que tenta emplacar seu candidato é o deputado Theodorico Ferraço, que lançou Diego Libardi (DEM). A advogada Fayda Belo (PP) chegou a formar uma composição com o DEM, mas, posteriormente, decidiu manter a candidatura própria.
O pleito também deve contar com pelo menos quatro militares nas chapas ao Executivo. Para o cargo de prefeito, há o Subtenente Paulo Sérgio de Castro (PTB), e há outros três policias indicados a vice: Capitão Sousa (Rede), vice de Joana Darck (PT); Sargento Luciano Missias (PRTB), vice de Jovelino Schiavo (PRTB), e Coronel Ruy Guedes (Podemos), vice de Victor Coelho.
Parcerias importantes entre partidos da Grande Vitória também foram reproduzidas em Cachoeiro. Assim como ocorreu na Capital, em Cachoeiro o PSL partido de direita e ex-sigla de Bolsonaro coligou-se com o PSB, identificado como centro-esquerda, muito por conta da proximidade dos dirigentes do PSL com o governo Casagrande. O mesmo aconteceu entre o DEM e o Republicanos, partidos que também fecharam parceria em Vitória, Cariacica e Marataízes.
PMB, PTC, Novo, PCB e PSTU não fecharam alianças com as candidaturas a prefeito em Cachoeiro.
Veja quem são os candidatos lançados em convenção e o cenário de alianças:
O advogado Diego Libardi, ex-superintendente do Ibama no Espírito Santo e agora também presidente do DEM no Estado, é o candidato apoiado pelo deputado estadual e ex-prefeito de Cachoeiro Theodorico Ferraço.
Jonas foi eleito pelo PP como vice na chapa de Victor Coelho (PSB) em 2016. No entanto, logo após a posse a relação já apresentou desgaste e a ruptura ocorreu oficialmente em 2018. Nogueira tornou-se opositor ao governo e protagonizou discursos de ataques ao prefeito, com críticas sociais e econômicas. Jonas também já foi vereador, assumiu uma cadeira na Câmara na condição de suplente, quando estava no PV, em 2012, 2014 e 2015.
Victor Coelho disputará a reeleição reunindo uma frente ampla de partidos, e contando com o apoio declarado do governador Renato Casagrande. Irmão do ex-deputado estadual Glauber Coelho, que morreu em 2014 em um acidente, o prefeito vai defender a continuidade por mais quatro anos e já destaca as dificuldades enfrentadas ao longo de sua administração, tais como a greve da PM, dos caminheiros, as chuvas de junho de 2018, a enchente de 2019 e a atual pandemia do novo coronavírus.
O vice na chapa, escolhido após as convenções, é o coronel Ruy Guedes, ex-comandante do 9º Batalhão da PM de Cachoeiro. Ele foi secretário de segurança do município, na gestão de Coelho.
O ex-vereador Fabrício do Zumbi (PDT) leva este nome por ter se consolidado como uma liderança popular do bairro Zumbi, no município. Durante a pré-campanha, houve a morte de seu vice, o contador Márcio Barbosa (Solidariedade), um dia após a convenção, o que fez com que o PDT definisse como novo parceiro de chapa o ex-vereador Osmar da Silva, também do Solidariedade.
Fayda disputou uma eleição em 2018, como candidata a deputada federal, mas não foi eleita. Ela chegou a fechar uma aliança eleitoral na pré-campanha com Diego Libardi (DEM), mas posteriormente a sigla acabou optando pela candidatura própria. Apesar de o PP ser aliado do PSB e estar na base do governo Casagrande, a situação é contrária em Cachoeiro, em que Fayda se coloca como opositora à gestão do atual prefeito do PSB.
Joana Dark já esteve na equipe do Executivo como secretária de Cultura de Carlos Castegione (PT), que comandou Cachoeiro por dois mandatos, de 2009 a 2016. A petista é formada em Ciências Sociais e Direito, pós-graduada em Gestão Estratégica de Políticas Públicas e mestra em História Social das Relações Políticas.
Izaias é advogado, professor de Direito há 15 anos, pós-graduando em Gestão Educacional e em Ciências Criminais e Segurança Pública. Participou do curso de formação política do RenovaBR e é um dos críticos à atual gestão de Victor Coelho. A chapa puro-sangue tucana contou com o apoio do deputado estadual Marcos Mansur, líder do PSDB na Assembleia Legislativa do Espírito Santo.
Professor há 18 anos, Robles atua desde 2017 na administração pública de Marataízes, com passagens pela secretaria de educação, governo e atualmente como superintendente de compras na Secretaria de administração. Ele também foi coordenador da campanha do presidente Jair Bolsonaro no Sul do Estado, quando presidia o PSL em Cachoeiro de Itapemirim.
Advogada e comerciante, Renata é vereadora na cidade e exerce seu primeiro mandato eletivo. Antes de chegar à Câmara, em 2016 (já no PSD), ela foi secretária-geral da subseção cachoeirense da OAB-ES por dois triênios, de 2010 a 2015. Única mulher na Câmara de Cachoeiro, entre 19 vereadores, Renata enfatiza a importância da participação das mulheres na política, o que inclui a ocupação de mais espaços de poder em cargos majoritários.
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