Em pronunciamento sobre sua saída do Ministério da Saúde, nesta sexta-feira (15), Nelson Teich adotou um discurso conciso, de seis minutos, mas mais enérgico do que de costume. Não houve entrevista coletiva e o ex-ministro saiu sem responder às perguntas de jornalistas, sem esclarecer o principal questionamento da população: o motivo de sua saída. "Não aceitei o convite pelo cargo, aceitei porque achei que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas", limitou-se a dizer.
O ministro ficou 28 dias no cargo, e assumiu após a saída de Luiz Henrique Mandetta, em abril. No início de sua trajetória na pasta, tentou acomodar os pedidos feitos pelo presidente Jair Bolsonaro, mas em poucas semanas, já se deparou com divergências com o chefe, principalmente em relação ao uso cloroquina desde o início do tratamento do coronavírus.
No pronunciamento, Teich fez um "roteiro" de como foi sua curta temporada à frente do Ministério, detalhando os encaminhamentos que deixou. Ele deu destaque ao plano com diretrizes de isolamento social, que afirma ter deixado pronto.
O plano foi alvo de polêmicas nas últimas semanas, após conselhos de secretários estaduais e municipais o terem criticado. Teich apresentaria o estudo na última quarta (13), mas cancelou. Veja este e os outros destaques do pronunciamento:
Teich pontuou sobre a divisão de competências e de responsabilidades na gestão da saúde.
O ex-ministro explicou que foi feito um plano estratégico, cujas ações foram iniciadas, e ele deve ser seguido. Ele destacou que há o foco total na Covid-19, mas há todo um sistema, com várias outras doenças e toda uma população para ser cuidada, portanto todo o sistema foi pensado em paralelo.
Teich declarou que o Ministério auxiliou Estados e municípios a passar por essa dificuldade. Foram feitas quase 4 mil habilitações de leitos, compra de EPIs, respiradores, recursos humanos, e em momento de grande crise mundial de insumos e equipamentos.
O médico também destacou que foram iniciadas visitas nas cidades mais atingidas, o que foi fundamental para estar "na ponta" do problema, estar com as pessoas, entender o que acontece no dia a dia e ver o que está sendo feito.
Ele classificou as visitas como importantes para desenho de ações implementadas em seguida, e há uma preparação para ir em outras cidades. Falou ainda sobre outras ações realizadas.
Na finalização do discurso, Teich agradeceu aos profissionais de saúde. "Quando você vai na ponta, vê o que é o dia a dia deles, você se impressiona com a dedicação deles, correndo risco, é algo espetacular", disse.
Ele acrescentou que sempre estudou em escola pública, sua faculdade foi pública, e as residências foram em hospitais federais.
"Não aceitei o convite pelo cargo, aceitei porque achei que podia ajudar o Brasil e ajudar as pessoas", concluiu.
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