O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o sigilo da gravação da reunião ministerial apontada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro como prova de que o presidente Jair Bolsonaro tentou interferir na autonomia da Polícia Federal. Um despacho do relator do inquérito, ministro Celso de Mello, autorizou a divulgação do vídeo integralmente, excluindo apenas alguns trechos pontuais. Ao todo, a gravação teria aproximadamente 2 horas. A decisão pela divulgação do material foi fundamentada "no interesse público e princípio da publicidade."
Nesta quinta-feira, segundo informações da Globo News, o ministro pediu para peritos da Polícia Federal fazerem uma edição pontual do vídeo, suprimindo apenas alguns trechos e frases. Um deles, teria referência à China sobre a pandemia provocada pelo coronavírus.
O vídeo era a única prova que ainda estava em sigilo no inquérito autorizado por Celso de Mello, a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), para apurar a acusação de Moro. Segundo o ex-ministro, Bolsonaro tentou interferir na PF para evitar que familiares fossem investigados.
A reunião foi realizada em 22 de abril e teve a presença de Bolsonaro, do vice, Hamilton Mourão, de Moro e de outros ministros. Ao todo, teriam participado 25 autoridades.
Desde que o STF recebeu o material, na última sexta-feira (8), o ministro Celso de Mello, que é o relator do inquérito que apura a suposta interferência do presidente na PF, tinha deixado claro que o sigilo sobre os registros seria temporário.
Na última segunda-feira (21), Celso de Mello assistiu ao vídeo de sua casa, em São Paulo, e informou que decidiria sobre a divulgação até esta sexta. O ministro pediu também a degravação do conteúdo, ou seja, sua tradução em taquigrafia.
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