O Podemos adiou a definição sobre o lançamento da candidatura do coronel Alexandre Ramalho, ex-secretário de Estado da Segurança Pública, ao Senado. Durante convenção realizada nesta sexta-feira (29), na Câmara de Vila Velha, integrantes do partido saíram em defesa de Ramalho, mas a decisão sobre a candidatura dele e de outros cargos majoritários caberá à Executiva Estadual da sigla e só deverá ser anunciada na próxima semana.
Coronel Ramalho chegou a cogitar sair do partido em abril, mas ficou na legenda depois de receber a garantia de que disputaria a cadeira de senador. O partido diz que até 5 de agosto fará uma escolha definitiva. Mesmo sem confirmação, o ex-secretário adotou tom de campanha ao discursar durante a convenção.
"Estou aqui como pré-candidato ao Senado. Insistimos nessa condição tendo a certeza que o partido adotará as melhores alternativas. Colocar o nome à disposição em uma corrida eleitoral é tornar realidade o nosso sonho. Todo dia o gestor público deve acordar e pensar o que vai entregar para a comunidade", comentou Ramalho.
Para a imprensa, Ramalho afirmou que a espera por uma decisão do partido é angustiante, mas diz que aguarda um parecer positivo. "Membros do partido entenderam que é importante aguardar um pouco mais. Têm acontecido muitas coisas no cenário de pré-eleição dentro do Estado. O cenário é de avaliar um pouco mais e deixar a decisão para a executiva."
No discurso, o ex-secretário de Segurança fez críticas à legislação penal e defendeu penas mais duras, principalmente em relação aos adolescentes infratores e aos crimes contra o patrimônio.
A decisão em torno de Ramalho envolve também o apoio do Podemos à aliança formada pelos partidos da base do governador Renato Casagrande (PSB), que é candidato à reeleição. Ele esteve presente à convenção desta sexta (29), em Vila Velha, poucas horas depois de participar da convenção nacional do PSB, em Brasília (DF).
"Ramalho, no meu governo, como secretário de Segurança, foi uma liderança comprometida com o trabalho de combate ao crime no Estado. Sabemos que o Podemos vai decidir o que for melhor para o partido e para o Espírito Santo", disse Casagrande, deixando a cargo do partido a decisão sobre a candidatura de Ramalho.
Caso desista da candidatura do ex-secretário, o Podemos poderá integrar a coligação em torno do atual chefe do Executivo capixaba. Nesse caso, é esperado que apoie a candidatura da senadora Rose de Freitas (MDB) à reeleição.
Se for mantida, a candidatura de Ramalho ao Senado será avulsa. Isso significa que ele não terá apoio formal do governador Renato Casagrande e nem dos partidos que integram a aliança socialista.
"A decisão precisa ser madura e tomada no tempo certo. Na semana que vem, teremos essa posição. O certo é que a sociedade capixaba está clamando por renovação, com um perfil capacitado e que queira fazer a diferença", disse o presidente da Câmara de Vila Velha, Bruno Lorenzutti, declarando apoio à candidatura de coronel Ramalho.
Neste momento, a decisão está nas mãos do presidente do Podemos e ex-prefeito de Viana, Gilson Daniel, e demais membros da executiva da sigla. Ele mesmo foi anunciado, durante a convenção, como pré-candidato a deputado federal.
"Para a candidatura ao Senado temos que sair da coligação. É essa situação que temos que resolver essa semana porque nós somos um partido alinhado ao projeto do governador Casagrande. É feita a analise de todos os cenários que podem acontecer. A discussão agora é se a gente vai para chapa avulsa ou se fica na coligação", disse.
O presidente do partido destacou que a candidatura avulsa (e consequente saída da coligação) tem desvantagens, como a impossibilidade de fazer material de campanha em conjunto com o governador e com demais candidatos que fazem parte da coligação socialista. Além disso, há os custos da campanha. "Tem o financiamento que precisa ser dialogado. Uma campanha majoritária tem um custo. Mas Ramalho tem chance sim. Isso ainda está sendo discutido e será decidido nos próximos dias", completou.
Gilson Daniel apontou ainda que, caso a candidatura ao Senado não se confirme, coronel Ramalho terá espaço para se candidatar a deputado federal, caso queira.
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