Eleito nesta quinta-feira (03) para presidir o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) o desembargador Ronaldo Gonçalves de Sousa não vê no horizonte a possibilidade de realização de concurso público, nem para juízes nem para servidores, apesar de ressaltar o déficit de pessoal do Poder.
"Eu fui corregedor deste tribunal quatro anos atrás e vivenciei nas comarcas do interior o problema do déficit de funcionários. É uma questão que já vem se arrastando há muito tempo, o tribunal tem se debruçado sobre essa causa", ponderou.
"Dependemos muito de dotação orçamentária, mas no momento talvez seja impossível o tribunal fazer um concurso público, quer para funcionários quer para juízes", respondeu à reportagem de A Gazeta, ao ser questionado sobre a possibilidade de realização de certames na gestão que ele vai comandar.
Mas há uma alternativa para melhorar a prestação de serviços do Judiciário capixaba: "Uma das primeiras metas nossas, que o nosso atual presidente já está implementando e que eu quero dar prosseguimento, é o processo judicial eletrônico. Com ele vai diminuir a necessidade de termos mais funcionários".
Em 2015 o TJES ultrapassou o limite de gastos imposto pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Hoje já está dentro da lei, mas o futuro presidente avalia que a situação "não é das melhores".
"Nossa arrecadação estadual caiu, mas as perspectivas são de melhora, através, principalmente, dos royalties do petróleo. Estamos otimistas com o aumento da arrecadação. Um pouco desse bolo de dinheiro, bolo orçamentário, será destinado ao Judiciário e é com esse orçamento, com a ajuda do nosso governador, da nossa Assembleia, é que pensamos em dar um novo rumo ao nosso Tribunal em matéria de funcionários, principalmente", projetou.
A posse de Ronaldo Gonçalves de Souza está marcada para 12 de dezembro. A eleição foi sem surpresas, seguiu o tradicional critério de antiguidade, pelo qual o magistrado mais antigo ocupando a cadeira de desembargador e que ainda não presidiu a Corte é eleito.
O vice-presidente eleito é José Paulo Calmon Nogueira da Gama. E o corregedor-geral, Ney Batista Coutinho.
Para presidir o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) foi eleito Samuel Meira Brasil Jr.
A sessão foi breve. Os desembargadores reuniram-se, antes, para deliberar sobre a pauta administrativa, incluindo a eleição. O atual presidente, Sérgio Gama, anunciou os eleitos no início da sessão aberta ao público. Gama também aproveitou para agradecer aos colegas e aos servidores e desejar uma boa gestão ao colega.
Ronaldo Gonçalves de Souza foi ainda mais sucinto: "Quero contar com o apoio de todos para um tribunal claro, cristalino e que mantenha suas tradições". Ele também agradeceu a todos.
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