Aos 37 anos, o vereador Arnaldinho Borgo (Podemos) foi eleito prefeito de Vila Velha no último domingo (29). A partir de 2021, ele deixará a Câmara Municipal, onde esteve nos últimos oito anos, para assumir a prefeitura da cidade pela primeira vez. O parlamentar derrotou o atual prefeito, Max Filho (PSDB), com 69,03% dos votos válidos no segundo turno, mais que o dobro dos votos do adversário.
Arnaldinho é morador de Praia das Gaivotas, é casado e tem dois filhos. Chegou a iniciar carreira militar, sendo tenente do Exército Brasileiro, mas se formou em Administração.
O prefeito eleito começou a trajetória política dele filiado ao PMN. Elegeu-se vereador em 2012 e foi reeleito quatro anos depois, na época pelo MDB, partido do qual fazia parte até o início deste ano. Em 2016, ostentou 5.392 votos, marca que o tornou o vereador mais votado da história do município canela-verde.
Entre seus dois mandatos, foi secretário de Assistência Social de Vila Velha, na gestão de Rodney Miranda. Ficou no cargo por um ano, de 2014 a 2015. Nas eleições de 2018, concorreu para deputado estadual, mas não teve êxito.
Filho do ex-vereador Arnaldo Borgo, Arnaldinho não era um nome desconhecido nas urnas. Esta, contudo, foi a primeira eleição para o Executivo municipal que disputou. Para se viabilizar na corrida, deixou o MDB, que tinha a pré-candidatura do deputado estadual Doutor Hércules, e filiou-se ao Podemos, hoje comandado no Estado pelo prefeito de Viana, Gilson Daniel.
Doutor Hércules desistiu de concorrer e o MDB não fez nenhum prefeito na Região Metropolitana da Grande Vitória. O Podemos, por sua vez, elegeu dois representantes: Arnaldinho, em Vila Velha, e Wanderson Bueno, em Viana.
A candidatura de Arnaldinho teve endosso do diretório nacional, estadual e municipal do Podemos. Após eleito, recebeu a ligação do senador Álvaro Dias (Podemos), parabenizando-o pela vitória.
No primeiro turno, ficou sem o apoio do senador capixaba Marcos do Val (Podemos), que apadrinhou Coronel Wagner (PL), derrotado no primeiro tuno. Na segunda etapa, Do Val declarou apoio ao correligionário.
Arnaldinho disputou as eleições com uma coligação pequena, com três partidos: Podemos, Solidariedade e PTC. Fez uma campanha sem grandes alianças e repetiu, à exaustão, que não tem padrinhos políticos.
No segundo turno, contou com o apoio declarado do ex-prefeito Neucimar Fraga (PSD), derrotado no primeiro turno. Arnaldinho não se manifestou e, por estratégia, dissociou ao máximo sua imagem da de Neucimar.
O prefeito eleito centrou sua campanha no discurso de renovação. Pregou o combate à "velha política", fazendo referência a políticos tradicionais, entre eles o atual prefeito, Max Filho. O tucano foi o principal alvo das críticas de Arnaldinho, que reforçou no pleito a postura assumida durante seus dois mandatos como vereador na Câmara Municipal: de oposição.
A transição dos governos ainda é uma incógnita, já que Max e Arnaldinho rivalizaram um duelo duro durante a corrida eleitoral. Eles ainda não fizeram contato.
O prefeito eleito vai liderar a equipe de transição, que contará com seu vice, Victor Linhalis (Solidariedade), e o prefeito de Viana, Gilson Daniel. Já o atual prefeito disse que está aberto ao diálogo, mas não vê necessidade de uma interação direta com Arnaldinho. "Todas as informações estão no portal da transparência, mas fornecerei as informações solicitadas", afirmou Max nesta segunda-feira (30).
Arnaldinho faz parte de um partido da base do governador Renato Casagrande (PSB). Em seu mandato, deve ter uma boa articulação com o governo estadual. No domingo, após o resultado nas urnas, Casagrande parabenizou o prefeito eleito via telefone. Arnaldinho reforçou a aliança: "Estaremos juntos."
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