A Polícia Federal (PF) prendeu nesta sexta-feira (20), em Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, o radialista Roque Saldanha, um dos investigados no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que trata dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.
O radialista, que tem residência em Governador Valadares (MG), estava foragido desde 24 de novembro, quando o ministro Alexandre de Moraes determinou a volta dele à prisão por violação a medidas cautelares. No mês passado, Roque havia postado um vídeo em que proferia ofensas e desafiava Moraes, além de aparecer destruindo sua tornozeleira eletrônica.
"Tu deveria era criar vergonha na cara e aprender a virar homem, rapaz", dizia Roque, em referência ao ministro, antes de emendar uma série de palavrões, no vídeo.
O radialista havia sido preso em janeiro de 2023 por participação nos ataques às sedes dos Poderes. Segundo a acusação, o radialista usava as redes sociais para convocar atos violentos contra ministros do STF após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais.
Roque ficou preso por dez dias no último ano e, desde então, precisava cumprir uma série de medidas cautelares, como usar tornozeleira eletrônica e não sair de sua cidade.
Após ser preso em Colatina, o radialista foi levado para a realização de exames de corpo de delito. Ele passará por uma audiência de custódia neste sábado (21). Na operação desta sexta (20), também foram apreendidos um celular, três chips, R$ 7 mil, e a tornozeleira rompida.
Em entrevista ao g1, o advogado João Carlos de Faria Soares, que atua na defesa de Roque Saldanha, disse que a data do mandado de prisão é anterior à gravação do vídeo em que o radialista desacata o ministro. "(O mandado) é, sim, em razão do descumprimento das medidas cautelares impostas pelo ministro à época, quando foi revogada a prisão dele a primeira vez."
"No vídeo que ele publica, onde ele arranca a tornozeleira e fala aqueles desacatos, foi no dia 26. Então, o mandado de prisão não foi em virtude da tornozeleira e nem daquele vídeo. E sim, em razão do descumprimento das medidas cautelares impostas pelo ministro à época, quando foi revogada a prisão dele a primeira vez."
Também defensora de Roque Saldanha, a advogada Roberta Souza disse, ao g1, que o limite para uso da tornozeleira eletrônica é de 90 dias prorrogáveis, mas afirmou que o radialista já utiliza o dispositivo há quase dois anos, o que causa queimaduras e ferimentos na perna dele.
"Infelizmente, a postura adotada por ele não foi adequada. No entanto, é necessário se colocar no lugar de uma pessoa impedida de trabalhar, sem condições de pagar o aluguel, honrar a pensão alimentícia dos filhos e garantir o básico para sua sobrevivência. Essa situação retira completamente sua dignidade e não contribui para a solução do problema", disse a nota da advogada.
Com informações de Agências Brasil, g1 e Folha
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta