O deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil) confirmou, nesta segunda-feira (14), que planeja disputar as eleições para o governo do Espírito Santo. O lançamento oficial da pré-candidatura está previsto para a quinta-feira (17), mas o parlamentar já se articula para tentar suceder Renato Casagrande (PSB) no comando do Palácio Anchieta. Para Rigoni, o ciclo do socialista e do ex-governador Paulo Hartung (sem partido) acabou.
O pré-candidato assumiu, na última quinta-feira (10), a presidência estadual do União Brasil, partido recém-criado a partir da fusão do PSL e do DEM e que está no espectro político de centro-direita. E é à frente da legenda que Rigoni busca alianças para sustentar sua candidatura, a qual se baseia na ideia de um novo ciclo de desenvolvimento para o Estado.
"O Espírito Santo vive ciclos políticos de aproximadamente 20 anos. Essa é a nossa história nos últimos 100 anos, se você for observar. Nesse ciclo de 20 anos que a gente viveu agora, os protagonistas foram Paulo Hartung e Renato Casagrande. Foi um ciclo importante para o Espírito Santo. O Estado saiu da série D do campeonato e agora está na série A, especialmente no equilíbrio das contas públicas", afirmou Rigoni, ao apresentar um manifesto do União Brasil com os eixos que pretende implementar em uma eventual administração.
Rigoni continuou: "Mas foi um ciclo que acabou. Termina neste ano, com este último mandato de Renato. Precisamos entender e montar o projeto para o próximo ciclo. Essa é a minha principal função. Sou pré-candidato para montar esse projeto e iniciar esse novo ciclo, com um novo grupo e novas ideias para o nosso Estado".
Casagrande e Rigoni já foram aliados. O deputado era filiado ao PSB, mesmo partido do governador, e se candidatou a deputado federal, em 2018, com o apoio do socialista. Ele deixou a legenda no ano passado e, em dezembro, ingressou no União Brasil. Questionado sobre a atual posição diante do chefe do Executivo, Rigoni não se colocou como oposição ao governo, mas argumentou que, por melhor que tenha sido a gestão de Casagrande ou de Hartung, o Espírito Santo precisa começar um novo ciclo.
O projeto consolidado só deve ser apresentado pelo pré-candidato em junho, mas ancorado em três eixos: eficiência, desenvolvimento econômico e liberdade de escolha. Rigoni leve esses conceitos para as conversas com lideranças porque, segundo ele, as alianças deverão ser fechadas entorno dessa proposta.
"Minha candidatura vai montar e discutir esse projeto. Dialogaremos com todas as candidaturas, proporcionais e majoritárias, que queiram cumprir esse projeto com a gente", afirmou.
Perguntando se o União Brasil já encontrou aliados em outras legendas, Rigoni disse que o momento agora não é de buscar apoio partidário, mas de construir a chapa proporcional. A perspectiva, segundo o pré-candidato, é eleger pelo menos dois deputados federais e de três a cinco estaduais, dependendo da coligação formada.
O parlamentar falou que também não há um nome para compor a eventual chapa ao governo como vice, nem candidatura para o Senado Federal. Essas indicações, afirmou Rigoni, ainda serão construídas.
Toda a movimentação em torno de uma pré-candidatura própria ao governo do Estado encontra resistência no próprio partido, sobretudo de lideranças e candidatos alinhados com Casagrande, porém Rigoni não considera, na conjuntura atual, desistir da disputa ao Palácio para concorrer à reeleição e disse que "só tem o plano A."
E mesmo não se colocando como oposição, perguntado se seria um caminho para, eventualmente, apoiar a candidatura de Casagrande à reeleição, o deputado disse. "Ou para ele apoiar a minha. Se ele quiser me apoiar, se o Paulo Hartung quiser me apoiar, não há problema nenhum. Não sou contra ou a favor desse ciclo, eu sou pós", concluiu.
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