O vereador de Vitória Roberto Martins (Rede) decidiu oficialmente sair do circuito e retirar a pré-candidatura a prefeito de Vitória. Ele vai disputar a reeleição para a Câmara municipal e afirma que bateu o martelo após consultar apoiadores, eleitores e colaboradores, por entender que já há muitos pré-candidatos na cidade, o que pode beneficiar os nomes que ele não apoiará e nem deseja ver no segundo turno: o dos deputados Fabrício Gandini (Cidadania), candidato do prefeito Luciano Rezende (Cidadania), e Capitão Assumção (Patriota).
Segundo Martins, a Rede deve definir em breve com qual partido fará aliança na corrida pela Prefeitura de Vitória e poderá, inclusive, indicar o vice na chapa, mas não será ele.
"O partido me deu todo o apoio para tomar a decisão que eu preferisse. Se eu quisesse manter a pré-candidatura, poderia, ou poderia vir à reeleição. Consultando meus apoiadores, 95% deles me aconselharam a desistir para vir para vereador. Infelizmente temos uma quantidade enorme de pré-candidaturas. Estamos enxergando que isso pode favorecer o candidato da gestão e não queremos contribuir para isso. Quando eu começo a perceber que a minha candidatura pode ajudá-lo, passa a ser um problema", declarou.
Roberto Martins era filiado ao PTB e, em março, migrou para a Rede, que lhe garantiu a possibilidade de disputar. Ele considera que tinha montado uma pré-candidatura competitiva, mas que não conseguiu atrair parcerias de peso, principalmente que pudessem contribuir com tempo de televisão, o que a Rede não possui. "Com a pandemia, acredito que a propaganda da TV vai voltar a ser um elemento importante no processo de decisão", avaliou.
Nos bastidores, pessoas ligadas à Rede admitem que esperavam o apoio do PSOL que terá candidatura própria, de Gilbertinho Campos, em chapa puro-sangue e do PP, que vai apoiar Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB).
Com a retirada da pré-candidatura de Roberto Martins e tendo ainda 16 pré-candidaturas postas por outras legendas, a Rede pode fechar apoio a Luiz Paulo ou ao vice-prefeito e pré-candidato Sérgio Sá (PSB), que fazem parte do grupo "Aliança Cívica por Vitória", endossado pelo vereador. Também há conversas com Mazinho dos Anjos (PSD) e João Coser (PT).
Já houve tratativas no sentido de firmar aliança entre PSB e Rede em uma espécie de "dobradinha" entre Vitória e Vila Velha. Enquanto na Capital a Rede apoiaria Sérgio Sá, na cidade canela-verde o PSB retribuiria com apoio ao pré-candidato Rafael Primo (Rede).
O mesmo pode não se repetir na Serra, onde a Rede tem o pré-candidato Fábio Duarte e o PSB tem o deputado Bruno Lamas.
Roberto Martins ressalta que a condição para que alguma sigla receba o apoio da Rede será apoiar algumas pautas que defendem, entre elas que o candidato se comprometa com o projeto, de autoria dele, para garantir o valor o piso salarial dos professores do município 50% maior que o piso nacional, o que corresponderia a um salário de R$ 3,8 mil por 40 horas semanais. A norma chegou a ser aprovada pela Câmara de Vitória, mas foi suspensa pelo Judiciário, em ação movida pelo prefeito Luciano Rezende.
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