As rodovias federais que cortam o Espírito Santo começaram a ser desbloqueadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) após determinação do ministro Alexandre de Moraes. A decisão do magistrado foi confirmada pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF) nos primeiros minutos desta terça-feira (1).
Desde segunda-feira (31), após a vitória de Lula (PT) no domingo (30), caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam vias em todo o país. Conforme levantamento da PRF, às 00h00 desta quinta-feira (3) não há mais trechos com bloqueios.
A decisão de Alexandre de Moraes determina que a PRF e polícias militares dos estados tomem ações imediatas para desobstrução de vias.
Em caso de descumprimento da ordem, está previsto o eventual afastamento do cargo do diretor da instituição federal, Silvinei Vasques, e a aplicação de uma multa de R$ 100 mil por hora.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição permanente de Estado, sempre trabalhou com o compromisso constitucional de garantir a mobilidade eficiente, a preservação da ordem pública, a segurança viária e o combate ao crime nas rodovias federais brasileiras. Desde de domingo (31/10), quando surgiram as primeiras interdições, a PRF adotou todas providências para o retorno da normalidade do fluxo, direcionando equipes para os locais e iniciando o processo de negociação para liberação das rodovias priorizando o diálogo, para garantir, além do trânsito livre e seguro, o direito de manifestação dos cidadãos, como aconteceu em outros protestos.
É importante destacar que a PRF já acionou a Advocacia Geral da União (AGU) em todos os Estados onde foram identificados pontos de bloqueio, para obter interdito proibitório na Justiça Federal, objetivando, liminarmente, a expedição de mandado judicial como forma de garantir pacificamente a manutenção da fluidez nas rodovias federais brasileiras.
Por fim, a PRF encontra-se em todos os locais identificados com efetivo mobilizado nos pontos de bloqueio e permanece trabalhando pelo fluxo livre nas rodovias federais, viabilizando-se o escoamento da produção, assim como o direito de ir e vir dos cidadãos, além de seguir monitorando de perto os locais com alta probabilidade de interdição.
Procurada pela reportagem, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) se mostrou contrária ao ato dos caminhoneiros e disse que "respeita o resultado soberano das urnas".
"A CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística) defende, acima de tudo, a democracia, ou seja, RESPEITA O RESULTADO SOBERANO DAS URNAS.
"Vivenciamos uma ação antidemocrática de alguns segmentos que não representam a categoria dos caminhoneiros autônomos de não aceitação do resultado das urnas. Precisamos respeitar o que o povo decidiu nas urnas: a vitória de Luís Inácio Lula da Silva. Esse projeto que está foi derrotado ontem”, enfatiza o diretor da CNTTL, o caminhoneiro autônomo de Ijuí-RS, Carlos Alberto Litti Dahmer.
O diretor da Confederação reforça que a pauta da categoria dos caminhoneiros não é política, mas econômica.
“Os 800 mil caminhoneiros autônomos e celetistas da nossa base da CNTTL continuarão a luta pela volta da aposentadoria aos 25 anos de trabalho, pela consolidação Piso Mínimo de Frete, pela criação de pontos de parada e descanso, pela redução do preço do combustível e pela defesa da Petrobras. Essa luta é permanente”, frisa Litti"
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