Sindicatos de servidores de Poderes do âmbito estadual foram ao PSB nacional pedir para que o governador Renato Casagrande (PSB) seja submetido ao Conselho de Ética do partido por querer aprovar uma reforma da Previdência no Espírito Santo. Em ofício datado desta sexta-feira (18), as entidades argumentam contradição.
Dizem que o partido fechou questão contra a reforma proposta pelo governo federal e aprovada pelos congressistas. O pedido foi elaborado pela Pública/ES, entidade que reúne sindicatos de servidores do Estado.
"(Casagrande) vem defendendo veementemente e de forma aberta que a reforma da Previdência alcance o Espírito Santo, ou seja realizada pelo próprio Estado, contrariando completamente os comandos do diretório nacional e indo na contramão de seu eleitorado, que acreditou num posicionamento diferente quanto a referida matéria", frisa o ofício.
A entidade menciona, ainda, a punição aplicada pelo PSB aos deputados do partido, Ted Conti e Felipe Rigoni. Ambos foram suspensos por um ano de todas as atividades em que representam a sigla porque não seguiram a orientação partidária e votaram a favor da reforma proposta pelo governo Bolsonaro. Após o episódio, Rigoni se prepara para trocar de legenda.
O presidente do PSB nacional, Carlos Siqueira, está em viagem ao Norte do país e não tomou conhecimento sobre o ofício dos servidores do Espírito Santo. Por outro lado, frisou que o PSB não é contra reformar regimes previdenciários. Apenas posicionou-se contra ao projeto enviado pelo governo federal.
"Nunca negamos a necessidade de se fazer uma reforma da Previdência, nem no âmbito do sistema dos servidores públicos. O que discordamos foi do conteúdo dessa reforma aprovada. Ao invés de combater privilégios, ela prejudica os mais pobres. Mas não posso comentar um documento que não vi", afirmou à reportagem.
O presidente do PSB no Espírito Santo, Carlos Rafael, também declarou que o partido não é contra mudar regras previdenciárias.
"A minha avaliação é a de que o PSB fez apontamentos com relação ao regime geral. E não se opõe ao debate do regime próprio. E o governador sempre declarou apoio aos servidores, mas que as regras sejam as mesmas para todos os níveis. O PSB era contra aquela previdência feita pelo governo federal. Marcou posição em defesa da sociedade brasileira, mas é a favor do debate sobre o regime próprio", disse.
Em nota, o governador do Estado, Renato Casagrande, reitera que "sempre fez a defesa da inclusão dos Estados na Reforma da Previdência, pois acredita que os servidores estaduais e federais precisam ter regras semelhantes em seu regime de previdência". O texto também pontua que o déficit do Estado é de aproximadamente R$ 2,5 bilhões.
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