Na mesma semana em que conseguiu retomar as boas relações com a Câmara, o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), perdeu o apoio do Solidariedade, partido que estava no seu arco de alianças desde a disputa eleitoral de 2020 e que indicou o secretário municipal de Cultura, Luciano Gagno (sem partido), para a gestão. A direção estadual do Solidariedade alega falta de diálogo para o rompimento com o prefeito.
O presidente estadual do Solidariedade, Douglas Pinheiro, confirmou a saída da base do governo Pazolini depois de uma parceria de mais de três anos e meio. Ele informou que Luciano Gagno foi, inclusive, destituído da presidência municipal da legenda por não estar alinhado com as orientações partidárias desde as eleições de 2022. Gagno havia sido indicado pelo ex-presidente da sigla e ex-deputado federal Jorge Silva para a equipe do prefeito.
Pinheiro garante que o rompimento não tem relação com cargos e alega que, com Pazolini, "não há diálogo com as forças políticas". Mesmo com o fim da parceria entre a legenda e o prefeito, o dirigente partidário assegurou que o único vereador da sigla em Vitória, Luiz Paulo Amorim, vai ter liberdade para seguir alinhado ao prefeito, independentemente de o partido não estar na base aliada.
O dirigente partidário afirmou que o Solidariedade vai buscar um novo nome para apoiar na disputa do ano que vem pelo comando da Prefeitura de Vitória e deve se posicionar no campo de oposição ao atual prefeito. Ele não descarta qualquer possibilidade, seja da esquerda à extrema-direita, referindo-se aos deputados estaduais João Coser (PT) e Capitão Assumção (PL), ambos cotados para concorrer ao cargo de prefeito em 2024. Assumção teve o nome lançado pelo PL nesta sexta-feira (14).
"O Solidariedade vai de João a Assumção, mas com Pazolini, não", afirma Pinheiro. No âmbito nacional, o Solidariedade esteve alinhado à eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022, enquanto a legenda do prefeito defendeu a reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Procurado para comentar a decisão do partido, o secretário municipal de Cultura confirmou a sua saída do Solidariedade e afirmou que já está certa a sua filiação ao União Brasil, sigla que não está oficialmente na base de Pazolini, mas também não faz oposição à gestão dele.
Questionado sobre o motivo da sua saída do partido e do rompimento da legenda com o prefeito, Gagno também atribuiu o fato à falta de diálogo. Porém, disse que faltou iniciativa da legenda. “Acho que ocorreu um distanciamento. Faltou, da parte de quem assumiu o partido, procurar um diálogo. Faltou diálogo comigo e com o prefeito”, aponta o secretário.
Gagno, que recentemente travou um debate acalorado na Câmara de Vitória com os vereadores durante convocação para dar explicações sobre contratações de shows na Capital, garantiu que sua filiação ao União não foi motivada por pretensões eleitorais para 2024. "Tenho pretensão apenas de ajudar o prefeito", garante.
O prefeito foi procurado, por meio de assessoria, para comentar a decisão do Solidariedade, mas não se manifestou.
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