As chuvas que provocaram um cenário de destruição e desespero para os moradores de Iconha, Sul do Espírito Santo, no último fim de semana, também já assombraram a população ribeirinha nos anos de 1942, 1984 e 1994.
Imagens publicadas nas redes sociais ao longo desta semana, datadas em dezembro de 1942, mostram o nível elevado do Rio Iconha e a comunidade tomada pelas águas. Não há informações sobre mortes por causa do temporal naquele período.
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Já o acervo fotográfico e os arquivos de reportagens publicadas em A Gazeta também atestam a força da água nos anos de 1984 e 1994. Em dezembro de 1984, uma enxurrada destruiu casas, estradas, derrubou pontes e deixou centenas de moradores fora de casa.
À época, o então prefeito Darci Marchiori decretou estado de calamidade pública. O Hospital e Maternidade Danilo de Castro Monteiro, localizado no Centro da cidade, ficou alagado e teve destruídos medicamentos, roupas de cama e arquivos médicos.
Quase 10 anos depois, em março de 1994, uma forte chuva causou prejuízos em Guarapari, Iconha, Anchieta e Rio Novo do Sul. Em Iconha, pelo menos 10 casas caíram por causa das chuvas. À época, a BR 101, perto de Iconha, foi interditada por algumas horas.
O professor de História e doutor em Educação, Aldieris Caprini, de 40 anos, nasceu em Iconha. Ele saiu da cidade do Sul em 2005 e se mudou para Grande Vitória. Já produziu um livro didático sobre a cidade natal e prepara um projeto sobre a história do município.
Segundo Aldieris, a enchente de 1942 deixou as ruas alagadas, moradores fora de casa e provocou transtornos porque também prejudicou alguns acessos às comunidades. Ele observa que há poucos registros da década de 1940.
O metereologista Hugo Ramos, do Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), explicou que o pluviômetro, instrumento que mede a quantidade de chuva, foi instalado na sede do município em julho de 1947. Já no distrito de Duas Barras, zona rural da cidade, o equipamento foi montado em abril de 1957.
Os dados mostram que o volume de chuva na sede de Iconha foram menores daqueles ocorridos em Duas Barras. Já em relação às últimas chuvas, ainda não foi possível fechar os dados desses pluviômetros por causa da falta de comunicação, finalizou.
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