O número de mortes no Espírito Santo após as fortes chuvas que atingiram o Sul do Estado, entre a noite desta sexta (17) e a madrugada deste sábado (18), subiu para seis. A sexta vítima era moradora do distrito de Campinho, em Iconha, e morreu após uma barreira descer e atingir a casa em que morava.
O corpo foi encontrado pelos vizinhos na manhã deste sábado e carregado por eles em uma rede. Um helicóptero da Polícia Militar deve buscá-lo, já que o acesso ao distrito por terra está bloqueado após as chuvas. No município, mais duas pessoas morreram no distrito de Bom Destino.
Outras três mortes ocorreram em Alfredo Chaves, entre as vítimas há um casal de idosos, que morava no distrito de Cachoeirinha, e uma outra pessoa que vivia no distrito de Recreio. Todos as vítimas ainda continuam soterradas. Uma pessoa ficou ferida na cidade.
O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Carlos Wagner Borges contou que ainda não foi possível precisar quantas pessoas estão desabrigadas e desalojadas em Iconha e Alfredo Chaves. Muitas estão desaparecidas. "São várias pessoas desaparecidas. A energia elétrica está sendo restabelecida parcialmente agora. Em virtude da ausência, as pessoas não conseguiram informar o desaparecimento nas últimas 24 horas, os telefones celulares estão descarregados. Agora, esperamos que as informações aumentem."
Treze cidades do Espírito Santo estão em situação de alerta de desabamentos e alagamentos. Os avisos foram emitidos pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) por causa dos riscos de alagamento e deslizamento. São 17 alertas - sendo que quatro cidades têm dois alertas vigentes cada uma.
O município de Alfredo Chaves foi o que registrou o maior volume de chuvas no Espírito Santo - 249,4 milímetros. Lá, foram registradas três mortes por conta dos deslizamentos duas na localidade de Cachoeirinha e outra em Recreio. Há alagamentos por toda a cidade. No bairro Imigrantes, 12 idosos e duas cuidadoras ficaram ilhados em um asilo. Eles foram resgatados por uma aeronave, segundo a Defesa Civil. A cidade deve decretar situação de calamidade pública.
Em Iconha, foram três mortes, sendo duas no distrito de Bom Destino e outra no distrito de Campinho. O comércio foi bastante atingido no município. Segundo o chefe de Gabinete da Prefeitura de Iconha, Leandro Mezadre, praticamente 100% do comércio da cidade teve prejuízos.
O tenente-coronel Carlos Wagner apontou que o nível da água em Iconha subiu muito rapidamente. O que explica essa velocidade é uma enxurrada. Choveu muito na cabeceira do Rio Iconha, que nasce em Vargem Alta e a água veio varrendo tudo. A enxurrada atingiu o município por volta de 21h de sexta-feira (17).
Segundo o tenente-coronel, Iconha, assim como Alfredo Chaves, está restabelecendo a energia elétrica aos poucos. Os moradores dos dois municípios estão com dificuldade de comunicação, por não conseguirem carregar os celulares. Ainda segundo o tenente-coronel, a cidade deve decretar situação de calamidade pública.
No município há vários pontos de alagamento, o maquinário da prefeitura foi danificado pelas chuvas. As pessoas estão sem comunicação, água potável e energia. A cidade vai decretar calamidade pública.
Em Anchieta, há oito pessoas desalojadas e 80 desabrigadas. Houve o rompimento do dique de Limeira, localizado entre as localidades de Limeira e Jabaquara, provocou inundação em parte do distrito, deixando vinte família desabrigadas. Devido à chuva intensa, uma casa ficou destelhada no Bairro de Maembá e uma família ficou desalojada. No distrito de Alto Pongol, mais uma família ficou desalojada.
O diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), Armin Braun, já está em Vitória. Ele está reunido com a Defesa Civil Estadual e com os municípios para traçar um plano de ação após o Ministério do Desenvolvimento Regional ter oferecido ajuda ao governo do Espírito Santo.
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