Estúdio Gazeta
Instituto de Neurocirurgia Capixaba
Uma noite mal dormida, uma ressaca, um dia estressante... Situações comuns que podem vir acompanhadas de uma baita dor de cabeça. Às vezes, é fácil identificar a causa. Mas existem dezenas, senão centenas de tipos de dor de cabeça. Pelos mais variados motivos.
"São muitos tipos os de dor de cabeça. Associando as características clínicas aos exames de imagem, quando indicados, conseguimos identificar de que tipo se trata", explica o neurologista Luiz Felipe Lucrecio, do Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC).
Uma forma de diferenciar é dividir as dores de cabeça em duas grandes classes: as dores de cabeça primárias e as cefaleias secundárias. "As primárias são aquelas sem uma causa específica. Em geral, são benignas, apesar de poderem causar dores intensas. Como exemplo temos a enxaqueca e a cefaleia tensional", afirma o médico.
Já as secundárias, como o próprio nome indica, são relacionadas a outros problemas de saúde. "Aí entram causas potencialmente mais graves, como tumores cerebrais, aneurisma, meningite, e outras 'menos complexas', como hipertensão arterial e sinusite. Em geral, para identificar as cefaleias secundárias usamos os exames complementares de neuroimagem para auxílio no diagnóstico", observa o neurologista.
Mas como saber se a dor de cabeça se tornou um problema crônico? "A cefaleia crônica pode ser traiçoeira. Porque as características da dor de cabeça podem se tornar inespecíficas de um tipo específico de cefaleia, conforme a cronificação do quadro. Dessa forma, o principal mecanismo para avaliação é a consulta médica. Conversando com o paciente e entendendo sua história clínica, realizando exame físico, conseguimos identificar qual o tipo de cefaleia e, com isso, direcionar o tratamento adequado. Pois, cada tipo de cefaleia tem seu tratamento específico", reforça Luiz Felipe Lucrecio.
De acordo com o neurologista, das cefaleias primárias, a enxaqueca é a que mais leva pacientes aos consultórios médicos. "Não diria que ela é o pior tipo com relação à gravidade, mas os quadros podem ser de dor de cabeça muito intensa e limitante, o que atrapalha muito a qualidade de vida".
É comum, em muitas mulheres, uma cefaleia com enxaqueca, que acontece no período menstrual ou em outros períodos do mês e piora a tensão pré-menstrual (TPM). "Mas existe um tipo específico relacionado ao período pré e pós-menstrual, chamado cefaleia catamenial. Nesses casos, existem algumas medidas não medicamentosas como evitar alguns alimentos, não perder noites de sono, dentre outras coisas que podem ajudar na prevenção. E, caso ainda assim ocorra, pode ser usado analgésicos comuns", observa o médico.
Ele lembra, porém, que se deve sempre usar analgésico com orientação do neurologista, sabendo qual é o tipo de dor de cabeça, para não correr o risco de mascarar sintomas de uma cefaleia mais perigosa.
A enxaqueca, segundo ele, sendo uma cefaleia primária, não tem causa. Mas há diversos gatilhos conhecidos que podem desencadear ou piorar o quadro, como alguns tipos de alimentos – e aí o café, o chocolate e os embutidos estão no topo da lista –, bebida alcoólica, sedentarismo, estresse e privação do sono.
"Hoje, já temos muitas opções de tratamento, desde medicamentoso até a aplicação de toxina botulínica para casos mais refratários. Então, não vale a pena ficar em casa sofrendo com dor sem tentar fazer o tratamento adequado", comenta.
O fato, afirma Lucrecio, é que metade da população mundial tem algum dos tipos de cefaleia, a maioria mulheres, o que leva muita gente à automedicação.
"Não há problema em medicar uma cefaleia leve, desde que o paciente já tenha sido avaliado por um neurologista para saber qual o tipo de dor de cabeça ele tem. Fica mais seguro, reduz a chance de estar apenas tratando o sintoma 'dor de cabeça' sem saber o real motivo da dor", ressalta.
Por isso, argumenta o médico, o ideal é buscar um especialista para ter certeza do que se trata aquela dor, mesmo que ela seja leve.
Dois fatores, entretanto, devem chamar atenção e indicar a necessidade de procurar um neurologista: "O primeiro é: quando tiver início uma dor de cabeça nova, que nunca existiu. O segundo fator é uma mudança na característica de uma dor de cabeça prévia, como aumento de frequência, intensidade, local de dor e outros sintomas associados", diz.
Lucrecio frisa que é importante ficar atento aos sintomas que aparecem com dores de cabeça. "Quando associadas a sintomas como paralisia de um dos lados do corpo, vômitos, visão dupla, desmaio e sonolência excessiva têm mais chance de serem algo grave".
Além disso, doenças graves como hemorragias cerebrais espontâneas podem, por vezes, apresentar-se apenas com dor de cabeça. "Daí a importância de um especialista estar avaliando o caso".
O Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC) reúne, desde 2012, os melhores especialistas nas áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Psiquiatria e Reumatologia, em 13 unidades, distribuídas em Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha. Mais informações e endereços: Neurocirurgia Capixaba ou pelo telefone (27) 3014-8700.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta