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Fraqueza repentina, formigamento, boca torta: você sabe reconhecer um AVC?

Fraqueza repentina, formigamento, boca torta: você sabe reconhecer um AVC?

Se o atendimento médico for feito nas primeiras quatro horas e meia, a pessoa tem chance de escapar de sequelas e até da morte

Publicado em 13 de outubro de 2022 às 14:27

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É fundamental saber identificar os primeiros sinais de um AVC. Há casos, por exemplo, que se manifestam com um leve formigamento em um lado do corpo.
É fundamental saber identificar os primeiros sinais de um AVC. Há casos, por exemplo, que se manifestam com um leve formigamento em um lado do corpo. (Shutterstock)
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  • Instituto de Neurocirurgia Capixaba

A maioria das pessoas já ouviu falar que uma dor forte no peito, que desce para o estômago, é indício de infarto. Mas pouca gente sabe reconhecer quando o problema é o acidente vascular cerebral, o AVC.

E aí, se o sintoma não tem a devida atenção, pode complicar o quadro e resultar em graves sequelas e até em morte.

De todos os AVC, o tipo isquêmico abrange 85% dos casos, de acordo com o neurocirurgião Ulysses Caus Batista, do Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC). "O AVC isquêmico se dá quando acontece a obstrução de um vaso sanguíneo no cérebro. Vai parar de chegar sangue em alguma área do cérebro, interrompendo, consequentemente, a chegada de oxigênio e nutrientes", explica.

De acordo com o médico, a forma como esse AVC vai se manifestar depende do local onde ocorrer o entupimento: "O primeiro sintoma é o déficit neurológico focal e súbito. Se o vaso comprometido estava indo para uma área motora, a pessoa vai ter sequela no movimento. Da mesma maneira, ela pode ter uma sequela sensitiva, visual... Um dos principais quadros é o AVC da artéria cerebral média, causando uma fraqueza em um lado do corpo. A pessoa perde a força e a sensibilidade naquele lado. A boca fica torta e o paciente vai apresentar dificuldade com a fala", acrescenta.

SEQUELAS

De acordo com o neurocirurgião Ulysses Caus Batista, a forma como o AVC do tipo isquêmico vai se manifestar depende do local onde ocorrer o entupimento
De acordo com o neurocirurgião Ulysses Caus Batista, a forma como o AVC do tipo isquêmico vai se manifestar depende do local onde ocorrer o entupimento. (Rodrigo Gavini)

Existem AVCs em grandes vasos e os que ocorrem em pequenos vasos. "Quanto maior for o AVC, maior o déficit neurológico e, claro, maior a chance de as sequelas serem permanentes. A pessoa pode perder de vez o movimento de um lado do corpo, perder a visão ou a capacidade de falar. Ela pode até morrer", observa o especialista do INC.

Há também casos de AVCs silenciosos, sem sintomas, a depender da área do cérebro onde o coágulo se forma, segundo Batista.

SINAIS

É importante, aponta ele, saber identificar os primeiros sinais de um AVC. Há casos que se manifestam com um leve formigamento em um lado do corpo. "Há pessoas que ficam fracas de maneira súbita, não conseguem segurar o prato de comida. Ou então começam a falar de modo embolado, com uma fala arrastada, sem a completar as palavras. Esses são alguns dos principais sinais de um AVC", cita.

Diante desse quadro, a pessoa deve procurar um hospital o mais rápido possível. O neurocirurgião afirma que o paciente deve receber os primeiros atendimentos médicos em até quatro horas e meia após os sintomas iniciais.

"Quando o paciente chega ao hospital com quaisquer desses sintomas, inicia-se o Alerta AVC! Esse protocolo inclui vários exames que vão dizer se ele já é candidato a receber a terapia endovenosa com trombolítico, um medicamento para dissolver o coágulo que se formou e causou o problema. Se ele chegar ao hospital em até 24 horas e passar por alguns critérios, ainda pode ser encaminhado para a trombectomia mecânica, quando inserimos um cateter que vai até a cabeça, para retirar o trombo. Mas quanto antes receber o atendimento, melhor. Tempo é cérebro!", orienta o especialista.

Podem ser feitos os dois procedimentos, dependendo do caso. "Isso é o que há de mais moderno no tratamento do AVC isquêmico, atualmente", diz Ulysses Batista.

FATORES

Mulheres têm mais chance de sofrer AVC do que os homens. Mas o neurocirurgião ressalta que os fatores de risco evitáveis são os mais relevantes.

Quem tem o chamado Ataque Isquêmico Transitório, o AIT, que seria um princípio do acidente vascular cerebral, tem 20% de chance a mais de sofrer um AVC em até duas semanas. "Por isso, é fundamental que o sintoma neurológico seja valorizado, mesmo que ele tenha passado. Porque o médico vai avaliar os fatores de risco e entrar com as medidas para prevenção".

De forma geral, pessoas muito acima do peso, fumantes, hipertensas, com diabetes, colesterol alto e com arritmias cardíacas são mais suscetíveis a sofrer um AVC. Fatores, destaca o médico, que poderiam ser modificáveis. "Já se sabe que 90% dos casos de AVC poderiam ser prevenidos se os pacientes cuidassem dos fatores de risco".

RISCOS RELACIONADOS À COVID-19

O novo coronavírus também se tornou mais um fator de risco para a população. "Ficou comprovado que 33% das pessoas que tiveram Covid-19 têm mais chance de sofrer alterações neurológicas. Desde quadros leves, como ansiedade e esquecimento, até quadros mais graves, como o próprio AVC. Estudos apontam que a Covid pode gerar mais trombose e, consequentemente, aumenta a chance de um AVC", frisa o médico.

SOBRE O INC

O Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC) reúne, desde 2012, os melhores especialistas nas áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Psiquiatria e Reumatologia, em 13 unidades, distribuídas em Vitória, Serra, Cariacica e Vila Velha. Mais informações e endereços: www.neurocirurgiacapixaba.com.br ou pelo telefone (27) 3014-8700.

O Instituto de Neurocirurgia Capixaba (INC) reúne os melhores especialistas nas áreas de Neurologia, Neurocirurgia, Psiquiatria e Reumatologia(Rodrigo Gavini)

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