Estúdio Gazeta
Igreja Cristã Maranata
Música, ecologia, primeiros socorros, prevenção de incêndios, saúde, astronomia, biologia, física, matemática e até robótica e inteligência artificial são alguns dos temas ensinados pela Igreja Cristã Maranata (ICM). Esses conteúdos fazem parte de um programa unificado de educação que atende crianças, intermediários e adolescentes – chamados de CIAS – de aproximadamente 5 mil igrejas em território brasileiro e em mais de 100 países.
A concretização dessa ideia é atribuída a várias pessoas voluntárias da ICM, sendo que esse trabalho teve início com o ex-presidente da instituição, o pastor Edward Dodd, e a esposa, a professora Sara Gueiros Dodd. Juntos, eles contribuíram para o crescimento desse projeto. Mesmo após o falecimento do pastor, em 2007, a professora Sara continua à frente do projeto, levando ensino para os pais e professores.
"Esse tipo de trabalho já existia em algumas igrejas de forma isolada. Em 1984, o Senhor revelou que queria uniformizar essa atividade para toda a Obra”, conta.
E assim, foi organizado um sistema mais complexo. Para quem nasceu de 1984 a 2017, Sara preparava as aulas. Já para as crianças nascidas a partir de outubro de 2017 em diante, o trabalho era coordenado por um pastor e o ensino elaborado com um grupo de professores de alguns Estados do Brasil.
Esse sistema de divisão por idades é mantido até os dias atuais. E para que todos estejam na mesma sintonia, no mês anterior, um material de estudo é enviado para cada igreja.
Em 2023, por exemplo, o tema geral definido foi “Louvai ao Rei dos reis”. Esse mote foi determinado para mostrar às crianças que, a todo tempo, deve-se “louvar, agradecer ao Senhor por tudo, pois o louvor é uma arma poderosa que nos impede de ter um coração rancoroso, queixoso. Só assim, podemos ter uma alma grata a Deus por todos os benefícios que a salvação nos proporciona”, afirma a professora voluntária Eloisa Malavasi.
Conforme conta o diretor de ensino do Instituto Bíblico da Igreja Cristã Maranata, pastor Fábio Lúcio Soares Gomes, o objetivo sempre foi incentivar que as crianças e adolescentes saibam discernir a ciência e a fé como como sendo diferentes, mas que não necessariamente, não possam conviver.
Também voluntária na área de ensino da Maranata, Letícia Pegoretti aponta que o trabalho das professoras na ICM é desenvolvido tanto nos cultos diários quanto nas escolas bíblicas dominicais. “Nos cultos, as crianças (de 3 a 7 anos), intermediários (7 a 11 anos) e adolescentes (11 a 15 anos) têm um lugar separado para se sentarem no templo e para participarem ativamente dos cultos, que conta com louvores cantados por eles e um momento para que façam orações a Deus”, relata.
Nas aulas ministradas durante as escolas bíblicas dominicais (EBD), acontece um período de louvor com duração de cerca de 10 minutos, momento em que crianças, intermediários e adolescentes cantam e glorificam a Deus. Depois desse momento, a professora entrega uma Palavra de 15 ou 20 minutos. A seguir, o conteúdo é projetado para a sala por meio de slides, e assim começa a discussão da aula.
Depois de um intervalo para o lanche, as turmas voltam para o templo e têm a segunda parte da aula com outro estudo sobre o mesmo tema do dia. “Essas aulas não são cansativas, porque são ministradas na linguagem de cada idade”, garante Eloisa Malavasi.
Há, ainda, dois seminários anuais. “O primeiro é realizado em março e o segundo, em outubro. Nesses seminários, crianças e adolescentes têm uma participação fundamental: cantam os hinos, glorificam e, sobretudo, participam ativamente nos convites”, explica o diretor de ensino do Instituto Bíblico da ICM.
Grupos de pastores e educadoras, de diversos locais do Brasil, são responsáveis pelo planejamento das aulas e pela confecção desse material. Em seguida, esse material didático é disponibilizado, antecipadamente, para as classes, com o objetivo de auxiliar os professores durante as aulas.
A partir do início da pandemia da Covid-19, os canais de ensino também foram desenvolvidos e aplicados. A Maranata começou a veicular o "Programa Anunciando o Evangelho Eterno", tanto no YouTube como em TV aberta.
Para a professora, um dos trabalhos mais importantes são os eventos “Unidos em Família.” No período das férias escolares ou feriados prolongados, a ICM utiliza os Maanains para receber as famílias, que participam de atividades para as crianças, intermediários e adolescentes. As crianças ainda aproveitam o tempo livre para brincadeiras como pular corda, amarelinha, elástico, jogos de tabuleiro, escalada e tirolesa.
“Ao mesmo tempo, os pais e responsáveis aproveitam para ter algumas aulas doutrinárias. É uma excelente oportunidade para os responsáveis passarem um tempo de qualidade com os filhos, e de todos terem uma programação repleta de ensaios e aprendizado de instrumentos musicais e aulas sobre ecologia, doutrinas bíblicas, primeiros socorros, atividades com bombeiros, entre outras", conta.
A ICM também se preocupa com a integração de todas as crianças, intermediários e adolescentes nas ações de ensino, na mesma comunhão. Para isso, além das aulas comuns, há aulas adaptadas para acolher pessoas com deficiência e para que todas as CIAS tenham suas necessidades atendidas, sem que se sintam excluídos ou diferenciados.
O pastor Fábio Lúcio Soares Gomes lembra que, para que isso seja viabilizado, existe um grupo que cuida especialmente da acessibilidade. No site do Instituto Bíblico estão disponibilizados vídeos sobre o trabalho realizado pela ICM junto às pessoas com deficiência, assim como a publicação de cartilhas com a finalizada de atender às diversas necessidades dessas pessoas.
“A Igreja Cristã Maranata está atenta a isso. A integração de todas as crianças ao grande projeto de salvação é um ponto fundamental para nós”, salienta.
O material disponibilizado em Libras no site possui o mesmo objetivo e teor profético de todas as aulas, observando as minúcias da cultura e da identidade surda. Esse conteúdo pode ser visto e ouvido ao mesmo tempo, porque, além da linguagem de sinais, também conta com a interpretação para a Língua Portuguesa.
A professora da ICM Letícia Pegoretti demonstra a grande paixão que tem pelo trabalho voluntário realizado junto a crianças, intermediários e adolescentes.
“Todo o trabalho voluntário é fruto de um amor que Deus coloca nos corações das professoras e que nos move a auxiliá-los no desenvolvimento espiritual ao longo da vida deles. É uma honra ensinar às crianças, intermediários e adolescentes, pois sei que o conhecimento da Palavra de Deus é um escudo contra o pecado que assola o mundo”, comenta.
A professora Eloisa Malavasi também complementa a importância do trabalho que realiza. “Sem a graça de Deus, não alcançamos o resultado favorável. Muitas vezes saímos edificadas, felizes, com a sensação de dever cumprido quando entendemos que, como vasos, fomos usados por Deus. Não somos nós quem falamos, mas o Espírito Santo usa a nossa boca para levar um ensino que uma criança de 3, 7, 11 ou 15 anos pode entender", finaliza.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta