Mostrar a importância ecológica e econômica dos rios Piraquê-Açu e Piraquê-Mirim para a população da bacia hidrográfica atendida direta ou indiretamente pela rede fluvial e mapear a situação deles. Esses foram alguns dos objetivos da expedição realizada no mês de junho deste ano, desde a nascente, em Santa Teresa, Região de Montanhas do ES, até a foz, em Aracruz, no Litoral Norte, por professores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e por uma equipe de A Gazeta.
Para isso, foi percorrida uma extensão de aproximadamente 70km para coletar água na nascente e também em outros trechos da bacia hidrográfica e medir propriedades físico-químicas e fazer análises hidroquímicas para uma avaliação prévia da saúde da rede fluvial e do sistema estuarino
Os participantes também puderam presenciar o fenômeno Bioluminescência de organismos do plâncton estuarino_ um processo bioquímico das algas marinhas, que tem como resultado a emissão de luz, como acontece no mar. É raro ser visto em rios, mas é possível vê-lo nos esturários dos rios Piraquê-Mirim e Piraquê-Açu, quando a maré sobe e invade o rio carregando as algas.
Segundo o professor, houve uma mortandade do bosque do mangue no Piraquê-Mirim em junho de 2016, devido à tempestade de granizo e também à seca na Região Sudeste, neste período. Daí a importância do aporte de água doce do Rio Piraquê-Mirim para o estuário. “Mas para que essa água chegue até ele, é preciso proteger as nascentes e as matas ciliares do rio, já que a bacia é muito pequena (75 km2) e ficou constatada uma mudança no uso e cobertura da terra”, afirma Barroso.
De acordo com a professora da Ufes, Monica Tognella, especialista em manguezal, “os estudos definem a área de manguezal do sistema estuarino dos rios Piraquê-Açú e Mirim em 1.767,05 hectares (1 ha equivale a 10.000 m²) e, após a chuva de granizo na região, em 2016, houve a mortalidade estimada de 612,87 hectare.”
Atualmente, o Rio Piraquê-Açu é a principal fonte de abastecimento de água para a região e dele dependem cerca de 140.000 pessoas, de acordo com informações da Prefeitura de Aracruz. Ele faz parte da Bacia do Piraquê, da qual também faz o Piraquê-Mirim.
A confluência destes dois rios forma o Piraquê propriamente dito, cuja foz se encontra a 4 km do ponto de confluência, na Vila de Santa Cruz, com vista privilegiada alcançando cerca de 500 metros de largura. Forma, assim, uma bela enseada, onde as águas do rio encontram-se com o mar
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