Quase ninguém nas ruas, limite de pessoas em supermercado, clima de "cidade fantasma"... Esse cenário que lembra um filme de terror é apenas parte do que está vivenciando o volante Pablo Aleixo, que atua no Urago Mella, da 4ª divisão da Itália, um dos países mais afetados pelo Covid-19, o Coronavírus.
O jogador de 33 anos está morando com a esposa em Brescia, mesma cidade do craque italiano Mario Balotelli (nascido em Palermo e radicado na província da região da Lombardia). O local, que fica na Região Norte italiana, é o maior epicentro local da doença fora da China. A Itália tem o maior número de casos de Covid-19 fora da Ásia -- são 10.149 pessoas confirmadas com a doença e, até o momento, 631 mortes.
"A cidade está vazia, poucas pessoas nas ruas. Os que você vê na rua, todos de máscara, clima de total tensão, prevenção e preocupação. Entre nós jogadores estamos todos preocupados. Já vai pra cinco semanas que o campeonato foi suspenso aqui na minha região", afirmou Pablo, que no futebol capixaba já atuou por Desportiva Ferroviária, Vitória-ES e Tupy-ES.
Fronteiras foram fechadas na Itália, tudo está parado em Brescia e o campeonato local foi interrompido. Pablo conta que até mesmo para ir ao supermercado existem restrições. Tudo para evitar novos contágios da doença.
"O clube o que tem feito por nós é só nos manter atualizados da situação do governo e da federação, pois nem treinar não estamos podendo. Quando podíamos, tínhamos que chegar já prontos com o material pro treino e sair do mesmo jeito sem tomar banho etc, pois não podíamos ficar no vestiário juntos, por causa do risco de se alguém estiver mal, passar pro outro. Agora nem isso podemos, porque está tudo parado até o dia 3 de abril. Escolas, órgãos públicos, treinos, jogos, etc".
Por fim, Pablo não se mostra receoso em ser mais uma vítima do Coronavírus, porém relata que o sentimento dos vizinhos é desesperador. A ideia de passar férias no Espírito Santo fica para um segundo plano, quando a situação melhorar, o que no momento não tem um prazo estabelecido.
"Devido à situação ser um caos, estamos bem tranquilos. Mas, sinceramente não esperávamos viver uma situação parecida. Temos planos e projetos de irmos ao Espírito Santo nas férias, assim que acabar o campeonato. Mas, o campeonato parado, nessa situação, não sabemos o que vai acontecer e até porque a Itália fechou os aeroportos, então é aguardar. Honestamente não tenho medo, mas como disse antes, as pessoas estão bem apavoradas, em pânico", finaliza.
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