No último domingo (15), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) abandonou o isolamento a que havia sido submetido por conta do coronavírus cumprimentou apoiadores em Brasília, em meio às manifestações que tomaram as ruas de algumas cidades. Ele também estimulou a participação popular nos protestos.
Sem máscara, ele tocou simpatizantes e manuseou o celular de algumas pessoas para fazer selfies. "Isso não tem preço", disse, durante transmissão ao vivo em suas redes sociais. Até o balanço divulgado na segunda-feira (16), 13 pessoas que integraram a comitiva que acompanhou o presidente em uma viagem aos Estados Unidos tiveram o contágio por coronavírus confirmado.
A postura de Bolsonaro foi bastante criticada por políticos e especialistas, por contrariar as próprias recomendações do Ministério do Saúde, que orienta que os brasileiros evitem aglomerações e tomem o máximo cuidado para impedir o avanço da pandemia de Covid-19, que nesta terça-feira (17) causou a primeira morte no país.
O editorial de A Gazeta de segunda-feira (16) apontou que, ao descumprir o monitoramento a que foi submetido, o presidente demonstra falta de comprometimento no combate a uma crise epidemiológica sem precedentes e, pior, estimula comportamentos negligentes na própria população.
Nas redes sociais de A Gazeta, os leitores tiveram reações mistas. Enquanto alguns indicam que Bolsonaro deve dar exemplo à população, outros acreditam que não havia riscos. Confira alguns comentários:
Quem correu maior risco? O povo que estava lá espontaneamente e quis cumprimentar o presidente, ou o presidente que não está infectado e ainda assim apertou a mão do povo podendo, sim, se contaminar? (Luiz Carlos da Silva)
Falta responsabilidade nas pessoas mesmo. Tá difícil entender que o problema não é só você pegar? Que você pegando, você passa para umas 4 pessoas? Que essas pessoas passam para outras tantas e que pessoas idosas, diabéticas etc. podem morrer por contrair essa doença? Pessoal que só pensa em si! Tenho certeza de que existem pessoas em risco na família de todos aqui. Bolsonar tem várias pessoas contaminadas ao redor dele. Ele tinha a recomendação de ficar de quarentena. Ele é muito irresponsável. Vocês estão hoje passando pano, mas a gente sabe que a situação vai piorar, infelizmente. (Thaís Castro)
Quando esse pessoal acordar, vai ser tarde demais... depois vão ficar implorando vaga num leito do SUS. (Clarice Melo Gonçalves)
Certíssima! Se o presidente se contaminar, em qual hospital ele vai se tratar? E o povo também vai para o mesmo hospital? O pior cego é aquele que não quer enxergar. (Rosa Venturotte Lascola)
O presidente tinha uma batata quente nas mãos e soube sair da situação deixando jornalistas, lacrosfera e isentolândia com migalhas a reclamar - literalmente, de um aperto de mão. (Pablo Bitencourt M. Pires)
Pior é observar brasileiros deixando a emoção guiar seus passos, se perdendo na razão que não tem. Não é questão de ser direita, esquerda ou centrão, mas questão de saúde pública. Como dar credibilidade a um Ministro da Saúde que, nomeado pelo representante do Brasil, o mesmo, que deveria respeitar seu indicado, descumpre suas orientações? No mínimo contraditório e insensato. (Fabiano Luchi Dala Bernardina)
Só acho que o foco não é Bolsonaro e sim nós mesmos. O que o presidente fez nos fazemos diariamente, indo ao supermercado, pegando na mão do gerente, indo às baladas, porque o povo não parou. Eu e você não paramos, tenho certeza disso. (Silvana Pelozato)
Evitar praias, shoppings, lugares fechados... mas ônibus lotado está liberado.Ônibus está tão cheio que não tem lugar para o vírus. (Wemerson Rodrigues)
Aquele aperto de mãos irrita porque simboliza a união de pessoas de bem contra tudo que há de pior. (Jessé Gomes)
Acho que tudo tem limite. Enquanto as grandes nações estão tentando fazer tudo para evitar a propagação do Covid-19, aqui vai na contramão, depois de tudo que tem se visto e falado em todas as mídias… (Miriam Mirian)
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Isso aqui é Brasil. Se o presidente está deixando o país de portas abertas, imagine se ele está se preocupando com o povo. (Rosangela Guidini)
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