Palco de importantes eventos políticos e culturais em Vitória entre as décadas de 1980 e 2000, o Centro Cultural Carmélia Maria de Souza deve voltar a sua destinação original, como galpão de armazenamento. A União, dona do terreno, requereu a devolução à prefeitura, para quem o imóvel estava cedido, para abrigar as atividades da Companhia Nacional de Abastecimento.
O local estava abandonado nos últimos sete anos e algumas propostas para reúso chegaram a ser discutidas, como a conversão do espaço na Cidade do Samba, para confecção das alegorias pelas agremiações da Grande Vitória. No entanto, os projetos sempre esbarraram em obstáculos financeiros e técnicos. Com isso, o centro cultural deteriorou-se.
Após o anúncio de que o governo federal vai reaver o terreno, a classe artística mobilizou-se a favor da manutenção do aparelho como centro cultural. A Prefeitura de Vitória e o governo do ES afirmaram que vão tentar reverter a decisão da União.
A nova destinação do armazém, localizado no bairro Mário Cypreste, na entrada sul da Capital, dividiu as opiniões dos leitores. Enquanto alguns lamentam a perda de mais um espaço destinado às artes, outros comemoram a utilização de um espaço que estava abandonado. Confira alguns comentários:
O Estado do Espírito Santo tem pecado quando se fala em preservação e valorização dos bens de valores históricos e culturais. Triste o descaso com nossas identidade e memórias. (Ademilson Marques de Oliveira)
Realmente nunca vi um negócio desse, guardar café em um lugar como esse, que deveria voltar com a cultura capixaba, como as peças de teatro e demais eventos dos artistas de nossa terra. Mesmo antes dessa pandemia, eu nunca vi mais peça de teatro de nossos próprios artistas capixabas, geralmente só pessoas de fora do Estado. Está faltando investimento, ou seja, recursos para a cultura e ainda vêm para armazenar um café em uns dos centros culturais antigo de Vitória. (Flavia Vinicius Leite Silva)
Como sempre, se dando valor às coisas após a perda. (Izaias Gavina)
Tanto lugar pra guardar café, para que guardar dentro de um antigo teatro? Só pra ficar essa briga aí. (Clelton Piancó)
Já era um galpão e foi cedido para fazer o teatro. Como nem Estado nem prefeitura preocuparam-se em conservar o imóvel, a União pegou novamente. Esses são os administradores preocupados com cultura. (Sérgio Neves)
A União, dona do terreno, deveria leiloar esse teatro para a iniciativa privada e no lugar construir um shopping para gerar empregos na região. Empresários do ramo de shopping, ouçam o apelo da população da região sul de Vitória que carece de opção de lazer e compras. (Tatiana Ferrari)
Abandonado há anos... tem boi nessa linha. De repente todo mundo preocupado com as ruínas de um teatro. (Felipe Pretti)
Triste fim que nossos espaços culturais estão tomando. (Victor Faria)
Fiquei chocado quando procurei informações sobre o Carmélia e parecia que estava caçando um tesouro perdido. Extremamente mal divulgado o que rolava lá, ninguém nem sabia dizer onde ficava. Triste. (Igor Pereira)
Se está abandonado há quase uma década, é sinal que a cultura aí não prosperou nada. Como armazém de café vai movimentar ainda mais este setor da economia, gerando empregos e renda. Observem como está o imóvel agora e vejam depois. O Teatro Carmélia poderia ser no ginásio ao lado da Segunda Ponte. Viva a cultura! (José Maria Gonçalves)
Realmente uma perda de espaço cultural para a metrópole… (Nosbor Larama)
Esses anos todos ninguém falava nada, só agora que vão fazer uma coisa boa para local estão reclamando! (Max Machado)
O abandono não é dos protetores da cultura abandonada pelo poder público, e sim do governo que não cuida, não valoriza, não investe na cultura. (Luzia Monfardini)
Mais uma forma de desvalorização da nossa cultura. (Marlene Pena)
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