O governo do Espírito Santo autorizou o retorno das aulas presenciais no Estado, em todas as escolas com turmas de educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano). A decisão vale a partir desta segunda-feira (10), mesmo para as cidades em risco alto para a transmissão da Covid-19 no Mapa de Risco.
A retomada deverá ser feita com 50% de ocupação das salas de aula, assim como já ocorre nas cidades em risco moderado e baixo. "Essa faixa etária, de crianças até nove, 10 anos, equivale a 1,32% dos casos", ressaltou o governador, Renato Casagrande, em pronunciamento na tarde de sexta-feira (7).
Entidades médicas do Espírito Santo defendem a volta às aulas presenciais no Estado. De acordo com a nota assinada pelo Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) e a Associação Médica do Espírito Santo (AMES) a educação deveria ser considerada atividade essencial.
Desde o início da pandemia, a suspensão das aulas presenciais é tema controverso entre profissionais da educação, governos, especialistas, pais e alunos. Nas redes sociais de A Gazeta, o assunto voltou a levantar debate entre os leitores. Confira alguns comentários:
Minha mãe faz uso de bombinha e é merendeira em creche, não foi vacinada! Eu não quero que ela volte a trabalhar e correr o risco de sair do isolamento em que ela está. Acho que por mais difícil que seja para os pais estarem com os filhos, um dia a mais ou a menos de aula não vai importar mais do que a vida dos profissionais da educação que não foram vacinados, nem das crianças que podem ser assintomáticas ao vírus. Quando vier uma nova onda de Covid será tarde demais para suspender aulas e querer fechar comércio. (Lorena Bastos)
Irresponsabilidade! Sem vacina? Isso mesmo, facilitem para o vírus entrar nas casas! Absurdo. (Edineice Pratti L. Gomes)
E as aulas para ensino médio? E superior? Eles sabem seguir os protocolos de segurança e se proteger bem melhor que crianças! (Daniela Campagnaro)
Eu trabalho e estou grávida. Todos os dias encaro ônibus lotado e tenho um filho de 6 anos em casa com quem tenho contato todos os dias. Não sei qual a diferença do risco, não adianta nada ele ficar em casa sem ter um ensino decente e eu ir para a rua. Do mesmo jeito é risco, então que vá para a escola. (Lidiane França)
Já passou da hora de as aulas presenciais serem retomadas. As crianças estão sendo muito prejudicadas. (Juliana Lopes Monteiro)
Não dura um mês. Já trabalhei no ensino infantil e fundamental e sei como é. As crianças vão se contaminar, levar o vírus para casa e infectar a família, o número de casos, mortes e ocupação de UTIs vai subir e vão suspender as aulas novamente. (Letícia Barreto)
As nossas crianças perderam mais um ano, chega disso. Parques, shopping, praças, bares… está tudo lotado. E vem esse povo com hipocrisia dizendo que na escola tem risco. Risco tem em todo lugar. Meu filho não aguenta mais ver aula on-line. O aprendizado não é o mesmo. (Lala Griffo)
Queria entender por que crianças tão pequenas que ainda não conseguem entender tanto, que colocam as coisas na boca, não têm tanta noção dos cuidados ainda, foram liberadas para o retorno, e os adolescentes que já compreendem vão ter que ficar em casa. Não tem lógica isso. (Charla Forster)
Sábia decisão. Quem não se sentir bem não mande seus filhos para a escola, mas deixem os que querem e precisam estudar. (Michelly Malacarne Rodrigues)
Não posso acreditar no que estou vendo. Querem mais uma onda doença mesmo, só pode. As crianças não conseguem seguir os protocolos contra Covid, ainda mais quando o que recebem em casa é só exemplo de não seguir regras. (Daciana M. M. Gomes)
Médico não é pesquisador. Um monte de "doutor" receitou cloroquina por aí. Tem que apresentar os dados, estatísticas, projeções... Opinião qualquer um tem. (Gilson Barbosa)
O CRM está mais preocupado com apoio político do que com a saúde da população... Mesma patota que força a distribuição de cloroquina mas não assume. (Sérgio Prucoli)
Onde estudam os filhos dos médicos? Nas escolas públicas? Em salas com 40 alunos? (Aline Dias)
Atividade essencial sabemos que é, mas tem vacina pros professores? Tem espaço para todos manterem distanciamento? Tem vacina para os alunos?? (Gislene Griffo)
Na escola em que trabalhei, estudavam umas 400 crianças por turno, mais de 30 em uma sala minúscula, as mesas ficaram praticamente umas em cima das outras devido à falta de espaço. Na creche em que trabalhei, só tinha dois vasos e uma pia para todas as crianças, nem sabão tinha. É fácil falar quando não é você que vai ter que se arriscar todos os dias. (Letícia Barreto)
Tomei a primeira dose nesta semana, e a segunda, só em agosto. Como voltaremos? (Marta Oliveira)
Excelente! Já passou da hora de voltar. Para a escola não pode ir, mas as praças estão lotadas. Professor não pode ir porque não vacinou, mas o povo do supermercado, da farmácia e os motoristas também não vacinaram e nem por isso pararam! Volta às aulas já! (Morgana S. Passos)
Na prática, a teoria é outra. Só quem já viveu os problemas da escola pública no Brasil pode avaliar os riscos de funcionários, professores e alunos na volta às aulas neste período de pandemia. Quem está fora não tem noção das carências das escolas e de todos que nelas convivem. Não vamos comparar com as escolas particulares, onde a realidade é bem diferente. Já deram as duas doses de vacina a todos? Por favor, tenham bom senso e não corrijam um erro com outro maior e talvez irreversível. (Zelia Stein)
Algumas falas deixam muito claro o pensamento... escola é lugar apenas para "deixar" os filhos enquanto os pais trabalham, e não espaços com a função de educar. O problema está aí: onde vou deixar meu filho? A preocupação real com educação passa longe. (Nayta Trancoso Pestana)
Este vídeo pode te interessar
LEIA MAIS SOBRE O CASO
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.