Funcionários dos Correios em todos os Estados do país decidiram entrar em greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Empresa de Correios, Prestação de Serviços Postais, Telégrafos, Encomendas e Similares do Estado do Espírito Santo (Sintect/ES) declarou que a categoria vai parar a partir da 0h desta terça-feira (18). A assembleia que decidiu pela paralisação aconteceu na noite desta segunda-feira (17), na Praça Oito de Setembro, no Centro de Vitória.
A paralisação ocorre por tempo indeterminado, em protesto contra a retirada de direitos, a privatização da empresa e a ausência de medidas para proteger os empregados da pandemia do novo coronavírus, informou a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (Fentect).
Segundo a federação, 70% dos funcionários dos Correios pelo Brasil aderiram à greve, especialmente na área operacional, como carteiros, carregadores e motoristas. Já os Correios informaram que o sistema de presença da empresa indicou 83% de trabalhadores ativos. Cerca de 109 mil pessoas trabalham para os Correios, conforme dados de 2019.
Em nota, a Fentect afirma ter sido surpreendida com a revogação, a partir de 1º de agosto, do atual acordo coletivo, cuja vigência vai até 2021. Segundo a entidade, 70 cláusulas com direitos foram retiradas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.
Um comunicado oficial dos Correios alega que a empresa consegue responder à demanda durante a pandemia do coronavírus e reforça que permite que os funcionários trabalhem de forma segura. A nota afirma também que a proposta da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) custaria R$ 1 bilhão aos cofres dos Correios e alega que a proposta é inviável.
Apesar de a paralisação ter entre suas bandeiras o protesto contra a privatização, entre os leitores de A Gazeta levantou justamente um apelo pela venda da estatal à iniciativa privada. Confira alguns comentários:
Por isso que tem que privatizar, já não está dando conta do recado. Abre licitação e resolve o problema. Há anos os Correios vêm nesse marasmo danado, o serviço caiu muito de qualidade, está na hora de renovação. (Italo de Souza Otacilio)
Privatização urgente!!!! Não podemos ficar dependendo de um Correio que todo ano faz greve e justo agora faz greve quando mais precisamos.... Tremenda falta de respeito com a população. (Ronison Oliveira)
Os serviços dos Correios está ultrapassado, tem que capacitar os funcionários em outros setores para evitar o desemprego em massa e assumir a nova realidade. Foi assim com várias profissões. (Rafael Meneghel)
Menor salário da união, 300 reais retirados de direitos, descumprimento do Acordo Coletivo… Lutar por direitos é sempre digno, parabéns a esses funcionários que são sempre subjugados. (Lucas Sá)
Não vai fazer falta nenhuma. Não recebo correspondência já faz muito tempo… (Valéria Barbosa)
No momento em que as vendas online cresceram… (Patricia Pvnc)
Esse povo só vive de greve! Privatiza logo que acaba o problema. (Jeff Maim)
Os Correios declaram greve e pegam de surpresa quem não sabia que eles estavam trabalhando. (Bruno Belo)
Esse pessoal que trabalha nos Correios tem nem vergonha, pra mim já estavam em greve há muito tempo. (Gabriel M. Oliveira)
As empresas do gênero, privadas, agradecem. (Luiz Carlos Pagotto)
Tudo normal, as encomendas vão atrasar do mesmo jeito… isso quando não somem, né!? (Adriano Passos)
Minhas encomendas nunca chegam aqui e sempre tenho que buscar na agência.... Uma vez fiquei o dia todo esperando, o carteiro passou reto com carro, nem parou e colocou destinatário ausente. (Gabriel Mattos)
O presidente está sucateando, para dizer que a qualidade do serviço é ruim e colocar à venda. (Bruno Miranda Menezes)
Mais uma certeza que os Correios deve ser privatizado! (Juliano Salazar)
A despolitização de uma categoria por seu ente sindical leva ao funeral de postos de trabalho. E quem dera se a despolitização fosse só dos empregados públicos dos Correios. E novamente, quem dera se aprendessem a lição. (Fernando de la Mancha)
ERRAMOS: Versão anterior desta matéria informava incorretamente que 100 mil funcionários dos Correios aderiram à greve em todo o país. O texto foi corrigido às 19h do dia 19 de agosto, com as porcentagens indicadas pela empresa e pela Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect)
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