'Jogada política', diz leitor sobre provável veto ao Fundo Eleitoral

Presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta semana que não vai sancionar valor de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso para financiar campanhas em 2022

Publicado em 20/07/2021 às 12h57
Presidente Jair Bolsonaro, em solenidade no Palácio do Planalto
Presidente Jair Bolsonaro, em solenidade no Palácio do Planalto. Crédito: Alan Santos/ PR

O Congresso Nacional aprovou no dia 15 deste mês um aumento do Fundo Eleitoral, que praticamente triplica o valor que poderá ser usado para financiamento de campanhas. Dos R$ 2 bilhões destinados em 2018, o fundo saltaria para R$ 5,7 bilhões em 2022. 

O aumento levantou críticas entre alguns parlamentares, durante a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que define as prioridades para o uso de verba federal, e também entre a população. "A imagem que passa é que ao aprovar um aumento de recurso público, para usar nas eleições que eles mesmos vão disputar, os parlamentares legislam em interesse próprio", comenta Vladimir Feijó, professor de Direito Eleitoral, em entrevista a A Gazeta

Diante da repercussão negativa, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta semana que não vai sancionar o Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões aprovado pelo Congresso. "É uma cifra enorme, que no meu entender está sendo desperdiçada, caso ela seja sancionada. Posso adiantar para você que não será sancionada", disse o mandatário, em entrevista à TV Brasil.

Entre os leitores de A Gazeta, há consenso em torno da necessidade de vetar o aumento. No entanto, muitos internautas manifestaram a opinião, nas redes sociais do jornal, de que o aumento pelo Congresso e o conseguinte veto pelo presidente seria uma uma jogada política. Confira alguns comentários:

Hoje o fundão eleitoral é de R$ 2 bilhões, e foi colocado na LDO quase 6 bilhões. Aí o presidente veta e eles aprovam R$ 4 bilhões. O presidente se sai bem enganando os trouxas, porque vetou, e a política se sai bem porque dobrou o fundão. Traduzindo: foi tudo encenado para enganar os eleitores desinformados. (Elmir Afonso Eller)

Nada mais justo. Que palhaçada, o povo passando fome e esses políticos usando nosso dinheiro com campanhas mentirosas. Tenham vergonha na cara! (Gisele Ventura)

Tudo jogada política! Bolsonaro derretendo igual manteiga ao sol! Tem que fazer alguma coisa para aumentar a popularidade. O Congresso lança esse aumento no fundo eleitoral, e o grande salvador da pátria, o "mito", faz o marketing todo em cima de não sancionar. (Paulo Roberto)

O povo deveria se mobilizar agora para exigir que a Câmara faça votação nominal e aberta, para a população saber qual político vai tentar derrubar o veto do presidente. Aí, sim, queria ver a esquerda e a direita se unirem! Será? (Adriana Sossai)

A mutreta é grande. Agora fala em vetar, mas a bancada dele votou em peso para aprovar. Bandalheira. Me engana que eu gosto, apedeuta Bolsonaro. (Ricardo DAcri)

Essa verba de quase 6 bilhões de reais destinada aos partidos para compra de sedes luxuosas, aviões e, principalmente, compra de votos é um escárnio com o povo brasileiro. Em plena pandemia, ao invés de aplicarem dinheiro em saúde, entregam essa fortuna nas mãos de partidos políticos. É por essas e outras que o Brasil tem quase 40 partidos. (Norberto Scauri)

De que adianta o presidente vetar se o Congresso pode derrubar o veto? Esse país é dominado por políticos e juízes vagabundos. (Junior Costa Costa)

Tudo armação política para levantar a moral do presidente. Ele veta e os aliados derrubam o veto dele. (Edilene Pinheiro)

Tudo combinado. Foi por isso que os filhos votaram a favor. Agora ele veta e sai de bom samaritano, mas sabendo e combinado que o veto dele será derrubado. (Carlos Tadeu Maciel Neves)

Num passado recente, políticos se associavam a grandes empresários para superfaturar valores de obras públicas e receber propinas que eram utilizadas no financiamento de campanhas eleitorais, compras de votos e enriquecimento ilícito. A esquerda foi afastada, e aí aqueles que seriam os "salvadores da pátria" assumiram o poder e criaram um fundão bilionário com os mesmos objetivos, ou seja, legalizaram a propina. O dinheiro continuará saindo dos cofres públicos, porém de forma "legal". (Norberto Scauri)

Bolsonaro é conivente com o aumento, seus filhinhos milicianos e os deputados lambe-botas votaram a favor do aumento. E agora quer aparecer como aquele que vai desfazer o erro. Não engana mais ninguém. (Katia Pinheiro Lyra)

Aquele famoso veto de fachada, engana-gado. Se o Congresso não derrubar, será um feito e tanto, mas duvido que Bolsonaro irá articular para perpetuar essa decisão. (Leonardo Belarmino Siqueira)

Se Bolsonaro sanciona, vocês reclamam; se ele veta, vocês reclamam… Não dá para entender, não. Parece que vocês querem o retrocesso do país. (Rogério Capixaba)

Com certeza é uma fraude. Agora o centrão, partidos de direita que apoiam Bolsonaro e seus filhos, estão dando outro golpe… aprovaram o fundo eleitoral para quase R$ 6 bilhões, mas esta tudo combinado para o presidente vetar e ganhar notoriedade junto aos seus apioadores. É tudo farsa. (Sergio Tadeu de Barros)

Graças a Deus temos um presidente que respeita o dinheiro do povo brasileiro. Uma pena que muitos ignorantes ainda não entenderam o que está em jogo. Nossa liberdade. Acordem! Os corruptos querem voltar ao poder para continuar nos roubando. Será que precisa desenhar? (Bruno Falce)

Isso aí foi tudo jogada política. Os deputados bolsonaristas e o centrão tiveram a ideia: “vamos aprovar o fundo eleitoral bem alto, aí o presidente veta”. Como Bolsonaro está ruim nas pesquisas, vetando o fundo levanta ele novamente. Pessoal, parem de ser ingênuos. Está na cara que isso foi jogada política. (João B. Dornellas)

A Gazeta integra o

Saiba mais

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.

A Gazeta deseja enviar alertas sobre as principais notícias do Espirito Santo.