A série A Colônia dos Excluídos, uma reportagem de fôlego que conta as histórias das pessoas com hanseníase obrigadas a viver na Colônia Pedro Fontes, em Cariacica, tem provocado comoção entre os leitores de A Gazeta.
Além de parabenizações pelo resgate de um capítulo importante e trágico da saúde pública no Espírito Santo, os comentários no perfil do jornal no Instagram também trazem relatos de pessoas que tiveram a doença ou se lembraram de familiares que viveram na minicidade em Itanhenga que abrigava os doentes, isolados da sociedade. A série é assinada pela jornalista Iara Diniz.
Veja abaixo uma seleção desses comentários:
Meu avô foi pra lá, e nunca mais eu pude vê-lo novamente (Miriam Nunes/@miriammedeiros595)
Bacana a reportagem. Interessante ler e conhecer a fundo parte da nossa história. (Evandro Siqueira Nunes/@evandrosnunes)
Essas pessoas viveram um verdadeiro holocausto, sendo tiradas de suas famílias com uma única certeza: nunca mais os veriam novamente. Eu também venho desse lugar, meu pai foi um dos pacientes isolados. Não tive hanseníase, mas convivi com as pessoas que a tiveram. Nasci em meio ao estigma da doença, que há tempos tinha cura. Via diariamente a dor que os pacientes sentiam pois, mesmo após término do isolamento, já não possuíam contato com suas famílias ou, ainda, não conseguiam se encaixar no mundo "exterior", fazendo do Hospital Pedro Fontes o seu lar, onde eram aceitos e não sofriam julgamentos. Mais que sequelas físicas, o isolamento compulsório deixou sequelas na alma. A dor é irreparável! Parabéns @agazetaes por permitir que mais pessoas tenham informação a respeito da hanseníase, que tem cura e o tratamento é feito de forma simples. (Sirlei Ribeiro de Oliveira/@sirlei_r)
Um lugar de muito sofrimento! Histórias tristes de um povo retirado da sociedade pela falta de conhecimento da época! (Kristina Pelicioni/@kristinapelicioni)
Eu fui diagnosticada com essa doença na época, acho que eu tinha uns 19 anos, graças a Deus já existia a cura, mas lembro que todo mês eu tinha que ir lá no hospital para tomar uns medicamentos, que se chamavam "a dose". Meu Deus, parecia que eu ia morrer, devido à reação eu ficava quase uma semana em cima da cama, com muitas dores e febre muito alta, era horrível. (Magna Tabosa/@magna.tabosa.carvalho)
Eu tive hanseníase há dois anos, fiz tratamento, perdi a sensibilidades dos pés. Gente, dói muito, tem dias que parece que vou morrer, tanta angústia que me sufoca. (Cristiana Soares/@cristinasoares9810)
Esse isolamento dos "doentes", depois, deu origem aos manicômios. Foi usada a mesma lógica. (Pablo Castro/@pablocastrorib)
Parabéns @agazetaes pela matéria! Foram tempos de muita dor. Minha avó é viva e hoje ela está com 84 anos. E, desse tempo, conta cada detalhe triste. Na época quando ela foi melhorando ela começou a cuidar dos outros pacientes em estados mais críticos. Ela sempre fala que o pior é que ela perdeu os pais e não voltou para casa! Dói na alma. (Kamila Campos/@milla.campos4)
Parabéns @agazetaes por dar visibilidade e oportunizar um espaço de fala a pessoas que têm tanto para contar. Pessoas tão importantes, mas esquecidas por conta do preconceito. É importante conhecer para descontrair estigmas e preconceitos. Venho desse lugar, sei dos desafios, mas também sei de histórias lindas e encorajadoras, de pessoas que conseguiram furar os bloqueios impostos por inúmeros obstáculos. Gratidão por essas pessoas que foram, e são tão importantes em minha vida.❤️ (Sirlene Ribeiro/@sisiribeiro)
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